Segundo informações da Reuters, Jean-Charles Naouri – que assumirá nesta próxima sexta-feira o posto de Abilio Diniz no comando do Pão de Açúcar – não é um espertalhão, e sim, refinado, intelectual, perfeccionista, complexo, reservado e não se mistura nos círculos de negócios da elite francesa.
Apesar de ter chegado ao setor varejista relativamente tarde em sua carreira, este executivo de 63 anos está no ápice de uma estratégia para criar um gigante do setor em mercados emergentes: o Brasil vai representar 44% das vendas estimadas do grupo, de quase 54 bilhões de euros (R$ 138 bilhões), e 53% do lucro operacional estimado em 2,6 bilhões (R$ 6,7 bilhões) para 2013.
Filho de um médico e de uma professora de inglês, Naouri se graduou na Ecole Normale Superieure e na Ecole Normale d'Administration (ENA), berços das elites política e de negócios da França e iniciou sua carreira em ministérios do governo francês, incluindo o de Finanças.
Em 1987 chegou ao setor privado pelas mãos do banco da família Rothschild, migrando para o varejo por meio do Rallye, um grupo de investimentos que hoje controla 49,9% do capital do Casino e, após ter se tornado presidente-executivo em 2005, é considerado como responsável pela recuperação do grupo, eliminando operações deficitárias e abrindo unidades em mercados de rápido crescimento como Vietnã, Colômbia, Tailândia e, é claro, no Brasil, um dos maiores e de mais rápido crescimento mercados do mundo.
E além do mais, assumir a posição de Diniz terá um gosto de revanche, já que Diniz tentou romper um acordo previamente fechado com o Casino ao propor uma fusão da companhia brasileira com o arqui-rival do grupo francês, o Carrefour.
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