quarta-feira, 31 de julho de 2013

Marais na palma da mão



Todos os segredos do Marais podem serão revelados em seu smartphone ou tablet através do aplicativo MobExplore - disponível gratuitamente para iPhone e Android - que oferece orientação pelas ruas de toda a área do Marais.

Uma divertida experiência que requer sagacidade e senso de observação, com mais de trinta perguntas que levam os visitantes a descobrir, observar, admirar, procurar um detalhe ou resolver um enigma ao passarem pela Place des Vosges, pela Rue Vieille-du-Temple ou pela Rue des Francs-Bourgeois.

Vale a pena conferir e testar!

terça-feira, 30 de julho de 2013

100ansdetour.fr traz o Tour de France até você

O site www.100ansdetour.fr foi criado para aumentar e divulgar ainda mais as comemorações dos 100 anos da "Grande Boucle" - apelido do Tour de France - em todas as suas "voltas", "etapas" e muitos outros dados curiosos.

Todas as informações são apresentadas em forma de infográficos para que seja mais fácil, intuitiva e lúdica desde 1903.

100-ans-de-tour-website

100-ans-de-tour

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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Potager du Roi – a horta secreta de Versailles



Nesta última sexta feira estive novamente no Château de Versailles mas dessa vez foi para conhecer um de seus mais secretos jardins, o Potager du Roi – ou seja, a horta do rei, criada em 1678 sob as ordens de Louis XIV por seu jardineiro Jean-Baptiste de La Quintinie e que até os dias de hoje está em plena produção.

O Potager du Roi produz tamanha quantidade de legumes, hortaliças e frutas que tudo se esgota rapidamente na pequena bancada instalada na loja-livraria quando, três vezes por semana, Jacky Proust vende tudo aos moradores do bairro de Saint-Louis, em Versailles e até mesmo para alguns sortudos que vêem de Paris – sempre de de abril a outubro, às terças, quintas e sábados a partir das 10h00.

Segundo a equipe do local, o trabalho consiste não somente em preservar um patrimônio cultural e gustativo de quatro séculos, mas também em transmiti-lo já que as pessoas chegam para visitar uma obra-prima histórica e partem mais instruídas sobre os desafios agrícolas e as formas de cultivo.

Este jardim secreto, outrora reservado à elite e a aristocracia da corte que costumava passear em suas aléias cercadas de cinco mil arvores frutíferas é atualmente aberto a todos e conta com mais de 450 variedades frutas e quase 400 tipos de legumes e hortaliças.

O Potager du Roi oferece uma aula de história ao ar livre e seus visitantes o deixam com o paladar ainda impregnado de sabores e a sensação de ter penetrado, durante sua visita, em um vasto laboratório de criação.

Le Potager du Roi
10, Rue du Maréchal-Joffre
78000 Versailles
Telefone: 01 39 24 62 62
www.potager-du-roi.fr






domingo, 28 de julho de 2013

O Monsieur Bleu do Palais de Tokio



Almoçar no Monsieur Bleu é sempre uma experiência inesquecível, primeiramente porque seu maravilhoso terraço - um dos mais belos da capital, com mais de 650 m2 - nos apresenta, com perfeição, à beleza do Sena e da Tour Eiffel.

E depois porque este novo restaurante do Palais de Tokyo apostou na grande gastronomia, onde podemos saborear um excepcional bacalhau assado com cogumelos ou coxas de rã douradas, cuidadosamente preparadas pelo Chef Benjamin Masson, a quem não falta carisma e savoir-faire.

13, Avenue du Président-Wilson
16ème arrondissement
Telefone: 01 47 20 90 47
www.monsieurbleu.com

sábado, 27 de julho de 2013

O verão em Paris e seus cinemas ao ar livre

Cinema-au-clair-de-lune_programme

Todos os anos, Paris se transforma em um grande cinema ao ar livre: descubra o programa para
o filmes que já estão disponíveis este ano em diversos pontos da Cidade Luz. Bon cinéma!

De 1 a 11 de Agosto no Cinéma au Clair de Lune

01/08, às 21h30 : Minuit à Paris de Woody Allen
Butte Montmartre, Square Louise-Michel, pela entrada da Place Saint-Pierre
Metro Anvers

02/08, às 21h30 : Le Trou de Jacques Becker
Place des Vosges, Square Louis XIII
Metro Saint-Paul

03/08, às 21h30 : Gainsbourg, vie héroîque de Joann Sfar
Parc Montsouris, entrada pela esquida da Rue Nansouty e da Avenue Reille
RER e Tramway Cité-Universitaire

04/08, às 21h30 : Comment voler un million de dollars de William Wyler
Jardins du Trocadéro, em frente às fontes
Metro Trocadéro

07/8, às 21h30 : Tu m’as sauvé la vie de Sacha Guitry
Parc André Citroën, na calçada, entre as duas estufas
Metro Balard

 08/08, às 21h30 : Panique de Julien Duvivier
Parc de Choisy, pela entrada principal da Avenue de Choisy
Metro Tolbiac ou Place d’Italie

09/08, às 21h30 : Peur sur la Ville de Henri Verneuil
Place des Fêtes
Metro Place des Fête

10/08, às 21h30 : Un monstre à Paris d’Eric Bergeron
Esplanade des Invalides
Metro Invalides

11/08, às 21h30 : Diabolo Menthe de Diane Kurys
Gramado (pelouse) de Reuilly
Metro Porte de Charenton



De 27 de Julho até 10 de Agosto, Ciné Quartier 13

27/07 : Hugo Cabret de Martin Scorcese – horário : ao cair da noite
Square Paul Grimault

03/08 : Les Neiges du Kilimandjaro de Robert Guédiguian – horário : ao cair da noite
Square des Chamaillards

10/08 : Faut que ça danse de Noémie Lvovsky – horário : ao cair da noite
Square Rosny Ainé



De 27 de Julho até 28 de Agosto, le Cinéma en plein air de la Villette :

27/07 : SOYEZ SYMPAS, REMBOBINEZ (2008) – horário : ao cair da noite

28/07 : LES DOUZE SALOPARDS (1967) – horário : ao cair da noite

31/07 : LES RÊVES DANSANTS, SUR LES PAS DE PINA BAUSH – horário : ao cair da noite

01/08 : LE PÉRIL JEUNE (1995) – horário : ao cair da noite

02/08 : HARVEY MILK (2009) – horário : ao cair da noite

03/08 : SUPER 8 (2011) – horário : ao cair da noite

04/08 : NORMA RAE (1976) – horário : ao cair da noite

07/08: A PROPOS D’ELLY (2009) – horário : ao cair da noite

08/08 : THE NAVIGATORS (2001) – horário : ao cair da noite

09/08 : TOURS AU LARZAC (2011) – horário : ao cair da noite

10/08 : THE SOCIAL NETWORK – horário : ao cair da noite

11/08: RIO BRAVO (1959) – horário : ao cair da noite

14/08 : SOUL KITCHEN (2009) – horaire : à la tombée de la nuit

15/08 : AU LOIN S’EN VONT LES NUAGES (1995) – horário : ao cair da noite

16/08 : HABEMUS PAPAM (2011) – horário : ao cair da noite

17/08 : OCEAN’S ELEVEN (2001) – horário : ao cair da noite

18/08 : L’ULTIME RAZZIA (1956) – horário : ao cair da noite

21/08 : THE LAST SHOW (2006) – horário : ao cair da noite

22/08 : TOURNÉE (2009) – horário : ao cair da noite

23/08 : TETRO (2009) – horário : ao cair da noite

24/08 : HOTEL WOODSTOCK (2009) – horário : ao cair da noite

25/08 : TOUS EN SCENE (1956) – horário : ao cair da noite

27/08 : TOMBOY (2011) – horário : ao cair da noite

28/08 : LES PLAGES D’AGNES (1956) – horário : ao cair da noite



De 16 a 30 de Agosto, no La Chaise et l’Ecran :
16/08, às 21h30 : Les Chansons D’amour de Christophe Honoré
Place de la République

30/08, às 21h30 : Chantons Sous La Pluie de Stanley Donen et Gene Kelly
Jardin de la Folie Titon 17, rue Titon 75011 Paris

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Bar des Théatres revisitado



Como bom carioca que sou, amo um bife com batatas fritas e onde moro ou tenha morado, elegia um restaurante para, ao menos uma vez por semana, comer o meu amado bifinho.

No Rio, o meu preferido é o do Café Lamas, no Flamengo que, para um restaurante brasileiro, é uma instituição: são quase 140 anos servindo o que considero o melhor Filet Mignon com Fritas do Rio de Janeiro.

Em São Paulo, o meu imbatível era o do Le Vin dos Jardins, na Alameda Tietê que me servia um excelente Contra-Filet com Batatas “Canoa” e em Brasília me fartava no Cavalcante, um pé-sujo na Asa Norte, mais precisamente na 405N.

Quando comecei a frequentar, levado pelo meu amigo e chefe, à época, o Jornalista Tales Faria, o Cavalcante que era o dono já havia morrido, mas para vocês sentirem o drama, o nome mesmo do lugar é Ki Filé. E realmente era um super filet com fritas. Ah, que filet!

Aqui em Paris elegi o Bar des Théatres, que fica no número 44 da Rue Jean Goujon (antes ficava na mítica Avenue Montaigne) , no 8ème arrondissement, como o meu lugar de filet com fritas.

Hoje lá fui almoçar com minha mulher e duas amigas numa tarde inesquecível com muitas risadas, muitas lembranças, muito carinho e muitos bifes: éramos quatro na mesa (todos pedimos), com direito a muitas batatas fritas e um excelente molho Béarnaise, que para mim é o melhor molho para acompanhar batatas fritas e filet.

Apesar do Béarnaise tem o nome de quem nasce na região de Béarn, ao sudoeste da França, ele foi criado por um Chef de Cuisine do Pavillon Henri IV que fica em Saint-Germain-en-Laye, em um excelente restaurante com o Rio Sena à frente e uma vista de Paris ao longe.

Como o restaurante já era nomeado em homenagem ao Rei Henry IV que nascera em Bearn, este chef resolveu, duzentos anos após a morte do rei, fazer uma nova homenagem, desta vez dando o nome da região de onde ele vinha.

Para quem ficou com vontade, aí vai a receita do Béarnaise, para quatro pessoas.

Ingredientes:
1 folha de louro
1 limão
1 raminho de tomilho
125g de manteiga gelada em cubinhos
2 colheres de sopa de estragão fresco picado
2 gemas
4 cebolas roxas pequenas picadas
4 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
4 colheres de sopa de vinho branco
Sal e pimenta em grão quebrada a gosto

Como preparar:
• Leve ao fogo, numa panela pequena, a cebola, a pimenta e 1 colher de sopa de estragão, o tomilho, a folha de louro, o vinho branco, o vinagre e o sal;
• Deixe reduzir o líquido, até que sobre apenas 1 colher de sopa;
• Peneire tudo;
• Em uma panela ou tigela, misture bem as gemas com o líquido reduzido;
• Leve ao banho-maria e, sempre batendo, acrescente aos poucos a manteiga em cubinhos, até que forme um molho consistente;
• Retire do fogo e acrescente o restante de estragão e também algumas gotas de limão.

Pronto, agora é só servir. Além de filet, pode ir com salmão e frango.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Château de Versailles



"Sois Rei?" - quem não se lembra deste simpático personagem, interpretado por um Jô Soares de joelho, envolvo em um manto real e segurando um cedro dourado?

Pois é, me senti exatamente assim ao visitar hoje pela manhã o Château de Versailles, onde tudo é superlativo, tudo é enorme, das somas investidas em sua construção, aos milhares de operários, aos imensos jardins, em resultado final.

Com Louis XIV quase atingindo a maioridade, seus tutores procuravam um local onde pudessem instalar o Rei e sua corte fora de Paris, que sofria com tumultos e doenças.

O local escolhido foi o antigo pavilhão de caça de Louis XIII, na pequena cidade de Versailles, no Departamento de Yvelines, a menos de 20km de Paris que, se percorridos em carro, leva-se menos de meia hora.

Mais de 30.000 homens trabalharam em sua construção, que drenou o tesouro real por décadas, não apenas pela construção em si, mas também pelo desvio dos rios, canalizações de água doce e ainda na plantação de milhares de árvores de laranja para disfarçar o cheiro de esgoto que não puderam ser adequadamente tratados.

Os seus jardins foram uma obra de arte realizada ao mesmo tempo que a construção do castelo e tão importante quanto, com seus lagos, chafarizes, estátuas e fontes que exigiram um enorme movimento de terraplanagem para a construir beleza onde antes havia apenas mato, prados e pântanos.

Cada um dos três “Louis” que lá viveram (XIV, XV e XVI) até a Revolução Francesa acrescentou melhorias para torná-lo cada vez mais grandioso e mais bonito.







quarta-feira, 24 de julho de 2013

Eduardo Paes, Prefeito do Rio, diz que França não é país de trabalhadores



Em uma recente entrevista dada no último domingo (21) sobre a visita do Papa Francisco à cidade do Rio, o Prefeito Eduardo Paes afirmou que França não é país de trabalhadores ao responder à uma pergunta de uma televisão francesa sobre a decretação de dois dias de feriado municipal, o que não aconteceu quando a Jornada foi em Paris.

A irônica resposta de Paes dizia que "a França não é exatamente um país de gente trabalhadora" e continuou ao dizer que "a França já tem tanto feriado que, se colocassem mais um feriado para o papa, ninguém trabalhava mais. Nem executivo pode fazer hora extra lá. Tendo em vista que não temos tantos feriados como os franceses, será permitido um feriado a mais".

Logo em seguida, a equipe de televisão francesa deixou o auditório e o Prefeito disparava: "ficou chateado com a resposta? Desculpa, mas não resisti". E provocou de novo: "deve ser feriado lá".

O jornalista disse que estava saindo porque precisava mandar a reportagem para a França.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Google democratiza a Tour Eiffel

No último dia 16 o Google subiu os 324 metros da Tour Eiffel para disponibilizar, no Street View, imagens em 360 graus de um dos pontos turísticos mais icônicos do mundo - é claro, não apenas de Paris, ou mesmo da França mais, sim, do mundo todo.

Segundo a representante francesa do Street View, Pascal Malite, o objetivo do serviço seria "trazer o mundo inteiro para nossos usuários e a possibilidade de navegar por todos os lugares".



O vídeo com o resultado da empreitada, está acessível aqui:
http://youtu.be/IbLA6uweCJA

O bacana é que, se você ainda não foi à Paris ou por algum outro motivo não quis subir a torre e sempre sonhou em visitar a Tour Eiffel e seus três andares, essa visita virtual oferece uma vista de tirar o fôlego, com muitos dos principais monumentos da Cidade Luz ao seu alcance.

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Confira aqui a visita virtual:
www.google.com/culturalinstitute/collection/tour-eiffel?museumview

Mas o Google vai mais longe e disponibiliza, em parceria com a empresa operadora da Tour Eiffel, uma séria de três exposições digitais da "Dame de Fer" (para os franceses a Dama de Ferra não é a Margaret Thatcher), desde seu início, estágios e o fim de sua construção.

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Para acessar o tour virtual da exposição, clique aqui:
www.google.com/culturalinstitute/collection/tour-eiffel?v.view=grid

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Há 215 anos Napoleão conquistava o Cairo





Depois de longa viagem com uma frota superior a 400 navios e vários dias de combate contra os mamelucos, Napoleão entrou no Cairo no dia 22 de julho de 1798.

"Os incrédulos que vieram para vos combater têm unhas do comprimento de um pé, bocas enormes e olhos assombradores. São selvagens possuídos pelo demônio e vão unidos por correntes para os campos de batalha." Com essa descrição, o general mameluco Ibrahim tentava usar meios psicológicos para preparar seus soldados para a defesa do Cairo.

Os inimigos eram os franceses, que acabavam de chegar à margem ocidental do rio Nilo. Eram 40 mil soldados que, apenas 19 dias antes, haviam desembarcado em Alexandria e tomado a cidade portuária sem sofrer perdas dignas de menção.

Era um exército formidável, que partira da França para conquistar o Egito. Vinha com 400 navios, entre eles 13 de combate, 42 fragatas e 130 de transporte, sob o comando de um general famoso: Napoleão Bonaparte.

O Diretório - poder executivo reinante na época em Paris - havia planejado a conquista da Inglaterra. Vendo que a marinha francesa não tinha qualquer chance de derrotar a esquadra inglesa, Napoleão Bonaparte rejeitou o plano. Em vez disso, executou um projeto que mantinha na gaveta há muito tempo: bloquear as rotas comerciais britânicas em direção à Ásia, através da ocupação do Egito e do Oriente Médio.

Em apenas dois meses e meio, Napoleão conseguiu recrutar uma força armada que, em vez de "exército inglês", foi chamado de "exército egípcio" e zarpou de Toulon.

Depois de ocupar Alexandria, Napoleão enviou um apelo aos egípcios. "Ó, xeques, cádis, imames e oficiais da cidade: digam à vossa nação que os franceses são amigos dos muçulmanos. Prova disso é que eles, em Roma, destruíram o Vaticano, que sempre conclamou os cristãos à luta contra o Islã.

Eles também expulsaram os cavaleiros de Malta, que diziam combater os muçulmanos em missão divina. Os franceses sempre foram amigos do sultão otomano e inimigo de seus inimigos. Os mamelucos negavam-se a obedecer ao sultão e só o faziam para satisfazer sua ganância. Abençoados sejam os egípcios que concordam conosco."

Napoleão queria aparecer como o libertador do país, que pertencia ao Império Otomano, mas, na realidade, era dominado pelos mamelucos. Descendentes de escravos militares eslavos e caucasianos, os mamelucos enfrentavam divisões internas, mas dispunham de uma poderosa cavalaria.

Também o general francês tinha grande respeito pelos cavaleiros mamelucos, mas percebeu logo que eles ainda usavam estratégias medievais. Assim, deixava-os atacar primeiro, para dizimá-los à curta distância com os mosquetes de sua infantaria.

Quando os mamelucos finalmente bateram em retirada, deixaram para trás milhares de mortos e feridos. Como prêmio pela vitória, os franceses, esgotados pela marcha para o Cairo, saquearam suas vítimas. A França tivera um saldo de apenas 29 mortos e 260 feridos.

Em 22 de julho de 1798, Cairo capitulou. Dois dias depois, Napoleão entrou na cidade. Assim como acontecera em Alexandria, ele estava decepcionado. Mas, num primeiro momento, a invasão francesa revitalizou o interesse artístico e acadêmico pelo Egito. A idéia de devolver o país ao Império Turco-Otomano (com capital em Constantinopla) foi logo abandonada. Ao contrário: em seu avanço rumo à Palestina, os franceses logo entrariam em conflito com os turcos.

A suposta amizade franco-egípcia, proclamada por Napoleão, não durou muito. Os primeiros sinais de resistência da população do Cairo foram reprimidos sem piedade. Em outubro, quando um confidente de Napoleão foi assassinado por uma multidão revoltada, o general ordenou a destruição da mesquita e universidade de Al Azhar (então de mais de 800 anos) – até hoje, um dos principais centros de pesquisas do islamismo.

Os franceses tiveram ainda outra surpresa desagradável: poucos dias depois da conquista do Cairo, o almirante inglês Horatio Nelson destruiu a frota napoleônica próximo a Alexandria, liquidando 1.700 franceses. E a marcha napoleônica para a Palestina terminou em Akko, novamente com pesadas perdas no lado francês.

A essas alturas, Napoleão já havia retornado à França para assumir o poder. O general Kléber sucedeu-o como comandante no Egito, para onde as tropas francesas foram obrigadas a recuar, sob pressão dos turcos e dos ingleses. Kléber foi assassinado por um fanático muçulmano, num ato de vingança pela destruição de Al Azhar.

Napoleão havia prometido aos seus soldados que eles voltariam ricos do Egito. Mais de um terço foram mortos no Oriente Médio; os demais voltaram derrotados para casa. O sonho do general, de destruir o Império Turco-Otomano, também não se tornara realidade.

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 22.07.2013)

domingo, 21 de julho de 2013

O Tour de France 2013 - a edição de 100 anos da competição




Ontem foi a etapa final da 100ª edição do Tour de France – a prova mais prestigiada dos três Grand Tours do calendário do ciclismo europeu – e que teve o ciclista Chris Froome como vencedor, tornando-se assim o segundo britânico a vencer a competição de forma consecutiva.

Froome viu seu título ser confirmado após a 21ª e derradeira etapa do Tour, que consistiu na volta final de 133 quilômetros entre Versailles e Paris e que teve o alemão Marcel Kittel cruzando a linha de chegada em primeiro no Champs Elysées.

No âmbito geral, Froome, que nasceu no Quênia, superou o colombiano Nairo Quintana por quatro minutos e vinte segundos, com o espanhol Joaquim Rodriguez completando o pódio, 44 segundos atrás.

Neste ano, o britânico se destacou nas etapas montanhosas, além de mostrar enorme capacidade de administrar os tempos de suas voltas. Desde o início, parecia claro que a disputa se resumiria a saber quem seria o vice-líder e o terceiro colocado do Tour.

Aos 28 anos, ele repete a façanha de seu compatriota Bradley Wiggins em 2012, que se retirou do Tour deste ano por motivos de saúde.

Este ano o Tour teve seu início em 29 de junho em Porto-Vecchio, na Córsega e terminou ontem com a chegada dos competidores no pódio da Avenue des Champs Élysées, percorrendo 3.404km compostos por 21 etapas, sendo:
  • 07 etapas planas
  • 05 etapas de montanha médias
  • 06 etapas de montanha fortes, com 4 chegadas ao topo
  • 02 estágio contra-o-relógio individuais
  • 01 estágio contra-o-relógio por equipes
  • 02 dias de descanso
O “Tour” – como é conhecido na França – premia várias categorias, que são diferenciadas pela cor da camisa (maillot), e os vencedores deste ano foram:
  • amarela (maillot jaune) para o n° 1 na classificação geral: Chris Froome, Grã-Bretanha
  • verde (maillot vert), para o 1º na classificação por pontos: Peter Sagan, Itália
  • branca com bolas vermelhas (maillot à pois rouges), para o competidor que mais conquistou pontos nas montanhas: Nairo Alexander Quintana Rojas, Espanha
  • branca (maillot blanc), para o melhor competidor jovem (até 25 anos): Nairo Alexander Quintana Rojas, Espanha
  • competidor mais combativo: Christophe Riblon, França
  • equipe vencedora: Team Saxo-Tinkoff, Dinamarca
A caravana dos patrocinadores foi criada em 1930, a caravana conquistou marcas, público e se tornou parte do show, a ponto de 47% dos espectadores terem vindo este ano especialmente para vê-la – confiram aqui seus principais números:
  • 33 marcas presentes
  • 160 carros alegóricos
  • 20 km de extensão
  • 600 pessoas na organização
  • 03 ambulâncias com paramédicos
  • 04 motociclistas para orientar o comboio
  • 45 minutos de duração, antes dos competidores
  • 16 milhões de brindes dados ao longo do percurso
  • investimentos entre € 200.000 € a 500.000 € por patrocinador

sábado, 20 de julho de 2013

A 12ª edição da Paris Plage e as Berges de Seine



Os visitantes se dividem sobre o melhor programa de domingo durante o verão: curtir uma “prainha” na 12ª edição da Paris Plage, na Rive Droite ou um passeio pelas Berges de Seine, na Rive Gauche.

A "praia" do Sena atrai cerca de quatro milhões de visitantes por edição – digo visitantes porque sua maioria vem de fora da cidade enquanto os parisienses “de origem” não estão nem aí para as margens do Sena - salvo uma minoria.

Ao passo que milhares de pessoas se aglomeram nas margens do rio Sena para pegar uma corzinha, com a Torre Eiffel, a Catedral de Notre-Dame e a Pont des Arts de paisagem de fundo e a verdade é que, para as crianças, a Paris Plage é uma certeza de diversão: lá encontramos crianças de todas as idades correndo entre as pessoas, tomando banho nos chuveirinhos e praticando uma das muitas atividades esportivas e de entretenimento organizadas especialmente para elas.

As Berges de Seine são um projeto de reocupação destas pistas expressas que atravessam Paris de leste a oeste transformou essas marges em novos espaços para pedestres, com novas estruturas destinadas à atividades comerciais, à culturais, ao esportivas e de lazer onde os parisienses e os turistas poderão curtir a cidade, caminhando pertinho do mais charmoso rio da Europa.

Até mesmo onde fica a Paris Plage, na Rive Droite, as Berges de Seine estão presentes com um trecho de 1,2km da Voie Georges Pompidou, totalmente reurbanizada, com gramados, pistas para circulação reduzidas em 1m e ainda sinais de trânsito entre o Hôtel de Ville e o Canal de l’Arsenal.

Na Rive Gauche, a mudança foi ainda mais radical: fechamento total para a circulação de veículos entre as pontes Solférino e Alma, livrando cerca de 2,3 km para as novas atividades econômicas e de lazer.

Apesar de ser um projeto gerador de muita polêmica e debates acalorados, com grande parte dos usuários de automóveis, ônibus e motocicletas com receio da do efeito destas mudanças no já tumultuado trânsito da capital do país – este é um dos projetos prioritários da administração de Bertrand Delanoë, prefeito de Paris desde 2001.

A cidade se divide. Eu gosto mais da utlização da Rive Gauche, é claro.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Há 113 anos era inaugurado o metrô de Paris



No dia 19 de julho de 1900, o primeiro trecho do metropolitano de Paris torna-se atração da Exposição Mundial.

A canção parisiense diz: "Metro, boulot, dodo". Ou seja, "metrô, trabalho, dormir". Seria pena se o dia a dia na capital francesa realmente se reduzisse a estes três polos. Mas uma coisa é verdade, o chemin de fer métropolitain, vulgo metro, desempenha um papel central na vida dos habitantes de Paris.

Diariamente, de 5h30 da manhã até pouco antes da meia-noite, ele garante transporte eficiente aos milhões de habitantes da metrópole às margens do Sena. Atualmente, possui 14 linhas com mais de 350 estações, em grande parte subterrâneas. Os túneis do metrô esburacam as entranhas da capital como um queijo suíço, tornando fácil o acesso a praticamente qualquer ponto da cidade.

Mostra mundial impulsionou construção

Mas não foi sempre assim: no dia 19 de julho de 1900, o sistema ferroviário subterrâneo de Paris começou com apenas oito estações da Linha 1, ligando a zona leste à oeste: Porte de Vincennes a Porte Maillot. Os trabalhos de construção duraram quase dois anos. As escavações foram pouco profundas, para reduzir os custos, e algumas ruas, como a Saint Antoine, ficaram semeadas de imensas crateras.

A Linha 1 ficou pronta exatamente a tempo para a Expo de Paris. A ideia de construir um sistema de transportes subterrâneos para a metrópole já datava de meados do século 19, como possível solução para seus crescentes problemas de trânsito.

Porém, o advento da mostra mundial foi o impulso decisivo. Pouco após a inauguração do metrô, 130 mil passageiros já o utilizavam diariamente. Atualmente, há cerca de 6 milhões de usuários, e os veículos partem a cada três ou cinco minutos, para cobrir a demanda.

Os primeiros trens do metrô tinham três vagões de madeira, com dois tipos de instalações: assentos de couro para a primeira classe e bancos de madeira para a segunda. Somente após um trágico incêndio com muitos mortos e feridos, em 1903, é que se passaram a evitar os materiais facilmente inflamáveis. Desde então, os carros são construídos com metal leve e plástico.

Tradição e novas tecnologias

Cada estação do metrô de Paris tem uma "cara" distinta. Algumas, como a Louvre-Rivoli ou a Saint Paul, foram transformadas numa espécie de museu, com grandes vitrines de exposição. Outras são pintadas com cores vivas, como a Cluny la Sorbonne. Ainda outras têm música ambiente ou até mesmo exibem curtas-metragens através de monitores, como a Station Europe.

Nas linhas mais recentes, os trens viajam a cerca de 40 km/h, ou seja, quase o dobro da velocidade média das linhas tradicionais. Sobretudo, o novo metrô dispensa o condutor, trafegando de modo inteiramente automático e quase silencioso. Espessas paredes de vidro protegem ainda os passageiros dos trilhos: apenas com a chegada do trem é que as pesadas portas de vidro abrem-se simultaneamente com as do carro. É o metrô do século 21.
(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 19.07.2013)

Tour Eiffel homenageou Mandela por seu 95º aniversário

A Torre Eiffel, em Paris, é iluminada com as cores da bandeira da África do Sul, em homenagem ao Dia de Mandela, data em que o ex-líder sul-africano completa 95 anos.

A Tour Eiffel foi iluminada ontem (18) com as cores da bandeira da África do Sul, em homenagem ao Dia de Mandela, data que coincide com o 95º aniversário do venerado ex-presidente, que, por sua vez, segue internado em um hospital de Pretória.

Com centenas de atos distribuídos por todo país, milhões de sul-africanos celebraram nesta quinta-feira (18) o Dia Internacional de Nelson Mandela e, de acordo com uma pesquisa realizada ante-ontem (17), nove a cada dez jovens do país - de 50 milhões de habitantes - dedicarão 67 minutos de seu tempo hoje para participar de obras de caridade ou trabalhos sociais.

O tempo em questão presta uma homenagem aos 67 anos que Mandela dedicou à luta contra o regime de segregação racial do "apartheid" e com a defesa dos direitos humanos. O aniversário do ex-presidente é celebrado desta forma desde que a ONU oficializou a data como "Dia Internacional de Nelson Mandela" em 2009.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Em francês, s’il vous plaît - por Helena Celestino

Em sua coluna "Volta ao Mundo", publicada ontem (17) no jornal O Globo, a jornalista Helena Celestino decupa um mal que aflige aos franceses, sobretudo aos parisieneses. Vale a leitura e segue o artigo.


Em francês, s’il vous plaît

Sentimento de desencanto domina Paris; golpe na autoimagem já os deixou menos arrogantes

As pesquisas comprovam e a cada visita a gente relembra: os franceses são o povo mais pessimista do planeta. Um sentimento de desencanto domina Paris diante da constatação que empregos, poder, savoir vivre e ideias estão migrando para lugares mais acolhedores e dinâmicos. Este tradicional malaise francês ameaça transformar-se em revolta diante de uma nova ameaça à identidade nacional: depois de lentamente perder espaço no mundo dos livros, no universo fashion e virar apenas uma reminiscência nos encontros internacionais, o francês não é mais a língua oficial nem no Tour de France, uma francesíssima invenção que, ao se tornar universal, adotou o inglês nas conversas com jornalistas e entre esportistas — só os comunicados oficiais mantêm as duas línguas. Mas tem pior: para horror dos puristas, no início do ano letivo, em setembro, as universidades francesas estarão liberadas para dar alguns cursos em inglês.

O golpe na autoimagem já os deixou menos arrogantes. “Obrigado pela gentileza, obrigado por falar francês conosco”, derramou-se um locutor do Tour de France para Chris Froome, o líder da corrida que domina o pódio e o noticiário esportivo nessas últimas semanas. “Bravo pelo seu francês, me disse um entrevistado monoglota, delicadeza impensável há poucos anos, quando qualquer boulangère corrigia a pronúncia de forasteiros pedindo duas baguettes. A professora e escritora Julia Kristeva, nascida na Bulgária mas considerada uma glória da cultura francesa, sempre reclamou que até hoje os franceses faziam questão de perceber um pequeno sotaque na sua fala. Orgulhosos da língua e da cultura que já dominaram o mundo, os franceses combateram enquanto foi possível a invasão do inglês: uma comissão de sábios da Academia Francesa encarregada de rebatizar as inovações tecnológicas atrasou os neologismos — computador em francês é ordinateur, software chama-se logiciel — mas a velocidade digital não combina com reuniões e longas discussões sobre sutilezas da língua.

O país está dividido. O jornal “Libération”, em editorial alertou que estava na hora de a França parar de se comportar como os últimos representantes de uma aldeia gaulesa, cercada por invasores. Mas “projeto suicida” foi a etiqueta colada pela direita, com apoio de alguns intelectuais acima de classificações políticas. “Se o francês não pode expressar tudo, ele já é uma língua virtualmente morta”, emendou o filósofo Michel Serres.

Multiculturalismo ou americanização, disfarçada de globalização? Esta é a pergunta que está por trás da polêmica, a mesma que inspira a discussão da exceção francesa defendida com ardor pela indústria criativa e torpedeada como reacionária pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Com o argumento de que um filme não é igual a uma batata e um CD não é parecido com um sapato, a França ameaça vetar o mega acordo de livre comércio entre Estados Unidos e Europa se a produção audiovisual do país não ficar fora do tratado. Ou seja, os franceses defendem o direito de subsidiar e proteger sua indústria criativa da força arrasadora de Hollywood e, agora, também de Netflix, Apple, Amazon e Google — os novos players que simplesmente ignoram as leis locais.

Desta vez, a França não está sozinha contra o mundo. Cineastas famosos como os ingleses Ken Loach e Stephen Frears, o espanhol Pedro Almodóvar e o alemão Wim Wenders saíram em defesa de salvaguardas para o cinema europeu. Estão todos preocupados que seus filmes — já de difícil exportação na língua nativa e com espaço reduzido no mercado dos blockbusters — sejam derrubados por longas e concertos disponíveis a qualquer momento, em casa, por uma fração do preço do ingresso de cinema em Paris ou Berlim.

“Cultura é uma das poucas indústrias que está indo bem, mesmo na crise. E cultura cria um link social, é um dos traços definidores da Europa”, disse Michel Hazanavicius, presidente da sociedade de diretores-produtores e roteiristas, numa entrevista à radio.

Governos europeus subsidiam produtos culturais — de museus a teatros e tradução de livros — porque seus eleitores sentem-se beneficiados com isso. Claro que “Mad Men”, “Homeland” e “Sex and the City” fazem sucesso em Paris ou Madri, mas os filmes americanos ocuparam 43% do mercado francês contra 61% na média da Europa. É uma escolha a ser feita, nem sempre fácil. Lutar contra o inglês como língua dominante é inútil, mas preservar a diversidade cultural e as culturas nacionais não só é imprescindível, como um ótimo negócio.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Google coloca a vista da Tour Eiffel no Street View

Ontem (16) o Google subiu os 324 metros da Tour Eiffel para disponibilizar, no Street View, imagens em 360 graus de um dos pontos turísticos mais icônicos do mundo - é claro, não apenas de Paris, ou mesmo da França mais, sim, do mundo todo.

"Queremos trazer o mundo inteiro para nossos usuários e a possibilidade de navegar por todos os lugares", afirma a representante francesa do Street View, Pascal Malite.

Acesse o vídeo, resultado da empreitada, através do link: http://youtu.be/IbLA6uweCJA



google eiffel tower

terça-feira, 16 de julho de 2013

Revisitamos o Harry's Bar de Paris

File:HarrysNewYorkBar Neon.JPG


Há mais de cem anos na Rue Daunou, entre a Avenue de l'Opéra e a Rue de la Paix, o Harry's Bar é um lugar lendário e lá foram criados coquetéis famosos como o Bloody Mary, o Blue Lagoon, o French 75, o Side Car, o The Monkey Gland e o White Lady e, quando completou cem anos em 2011, lançou cinco novos coquetéis, entre eles os já famosos "short drink" Maker's Mark e o "long drink" Harry's Camp.

Esta verdadeira instituição da noite parisiense oferece em seu piano-bar, o Ivoires, música ao vivo todas as noites à partir das 22h00 e, entre seus clientes notáveis estão o Príncipe Serge Obolensky, Ernest Hemingway, Coco Chanel, Jack Dempsey, Primo Carnera, Aly Khan, Rita Hayworth, Humphrey Bogart e até o Duque de Windsor.

No conto "From a View to a Kill", de 1960, Ian Fleming faz seu personagem James Bond lembrar de ter estado no Harry's Bar durante sua primeira visita à Paris, quando o espião tinha apenas 16 anos de idade.

5, Rue Daunou
2ème arrondissement
Telefone: 01 42 61 71 14
www.harrys-bar.fr

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Harry’s Bar de Roma

Toda cidade do “grand monde” tem seu Harry’s Bar: Londres, New York, São Paulo, Paris, Veneza, Amsterdam, Sidney, Florença, Montreux, San Francisco, Singapore e Roma têm o seu e é justamente deste que Rive Gauche vai falar, já que aqui estivemos desde a semana passada.

Fundado em 1959, só adotou esse nome em 1962, mas o café existe desde 1918. Foi a Golden Gate de confeiteiro, citado em muitos livros. No final dos anos vinte, tornou-se parte da família do De Gasperis até 1958.

Só por seu ambiente chic, suas poltronas confortáveis e suas paredes em boisseirie são uma boa razão para ir conhecê-lo e sentir a verdadeira atmosfera da famosa "Dolce Vita" italiana como se você estivesse em um filme da época, em um flashback para a era de ouro da Via Veneto, quando Frank Sinatra cantava ao piano e todas as estrelas do cinema paravam para ouvi-lo neste bar e restaurante cheio de glamour e estilo.

Até os dias de hoje há sempre uma agradável música ao vivo, com piano e uma cantora para trazer as boas lembranças dos anos 60 e sua cozinha continua requintada, sempre com o frescor dos sabores do Mediterrâneo, sempre muito bem acompanhados de prestigiosos rótulos e um serviço de alta classe.

Via Vittorio Veneto, 150
Telefone: 06 474 2103
www.harrysbar.it





domingo, 14 de julho de 2013

A Mão de Deus e a Mão do Homem - Paris ou Roma?



Há quase dois anos atrás, em 28/07/2011, publiquei uma crônica sob o título "A Mão de Deus e a Mão do Homem", onde comparava Paris, a mão do homem, com o Rio de Janeiro, naturalmente a mão de Deus.

Pouco tempo depois recebi um e-mail de um senhor, italiano, é claro, onde insistia comigo que a cidade que havia realmente sido feita pela "mão do homem" era Roma e não Paris.

Argumentava que quando Roma já era um império colossal Paris não passava de uma pobre aldeia no meio de no nada e que só começou a valer com a chegada deles, os romanos, é claro.

Lembrei disso porque hoje estou - novamente - em Roma, que é uma cidade realmente lindíssima, mas me perdoem, no meu entender Paris é muito mais.

E quanto ao senhor italiano, respondi à época que entendia seu ponto de vista, mas que como minha coluna e blog se chamam Rive Gauche, era natural que escrevesse sobre Paris e não sobre Roma, se o fosse, chamaria a coluna e o blog de Forum Romanum.

Segue a coluna que deu origem ao caso.

A Mão de Deus e a Mão do Homem

Nada me tira da cabeça que a atual proximidade do carioca com o parisiense tem algo místico, algo de destino.

Afinal, dez anos antes da fundação do Rio em 1565, fomos invadidos por franceses capitaneados por Villegagnon – que instalou na Guanabara a França Antártica, onde resistiram até 1567, dois anos após a cidade ter sido fundada por Estácio de Sá.

Os franceses voltaram a interferir em nossa História em 1808, durante as Guerras Napoleônicas, quando forçaram a corte portuguesa a fugir para Brasil, então sua colônia, elevando o Rio à condição de Capital do Reino de Portugal e dos Algarves, para em 1815 se tornar a Capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após condução do Brasil a parte importante do Reino.

Mas vamos deixando o misticismo e a História de lado e ir logo para as Mãos do título.

Por força do trabalho de meu pai e, depois, do meu, sempre viajei muito e pude ter a sorte de conhecer muitas cidades pelo mundo todo, e em nenhuma delas sinto tanto a Mão de Deus e de sua Criação como no Rio de Janeiro.

No Rio temos o verde dos parques naturais, como o da Pedra Branca, que abriga a maior floresta urbana do mundo, e o da Tijuca, com suas grutas e cachoeiras.

Temos a Baía da Guanabara, com seus insistentes golfinhos e suas ilhas, temos as lagoas, como a Rodrigo de Freitas, a da Tijuca, a de Marapendi e de Jacarepaguá, e ainda temos o contraste das pedras, como o Pão de Açúcar, Corcovado, Gávea e Dois Irmãos, com o brilho das areias das trinta e cinco praias e do seu litoral que conta com mais de cem ilhas e uma restinga, a de Marambaia.

E, por pura “covardia” Divina, temos um céu maravilhoso e um povo charmoso e encantador.

De forma inversa, Paris encanta porque nela sentimos a Mão do Homem, que pegou uma cidade quase sem natureza e a transformou na Cidade-Luz, um museu a céu aberto onde – a partir de sua reforma entre 1851 e 1870, levada a cabo pelo Barão Georges Eugène Haussmann, então Prefeito de Paris (que culminou por editar leis de posturas urbanas que têm vigência até os dias de hoje) – surgiu essa uniformidade nas ruas, com as características quase únicas em toda a cidade, os pequenos prédios com suas mansardas no último andar, lojas no térreo, varandas e grades nos andares intermediários.

Esse “urbanismo monumental” que Haussmann empreendeu é que transformou Paris no que ela é hoje: elegante, soberba e, talvez, até eterna.

A grandiosidade dos bulevares, das obras de infraestrutura como canais, esgotos e adutoras, parques, monumentos, feitas para suportar décadas de crescimento populacional, botando abaixo centenas de prédios e realojando milhares de parisienses, destruindo bairros por inteiro.

E ainda com uma curiosidade: como revoltas eram comuns naquela época, os grandes bulevares foram desenhados em formas quase retas, de modo a garantir uma rápida disposição de tropas que sairiam de seus quartéis ou das inúmeras gares de então.

Para se ter uma idéia do que foi feito pela Mão do Homem naquela época: a Via Triunfal e sua “sequência monumental”, sem par em todo o mundo, desde a Île de la Cité, passando pelos jardins do Louvre em direção aos das Tuileries e à Place de la Concorde, subindo pela Avenue des Champs Elysées até a atual Place Charles De Gaule/de l’Etoile e suas doze avenidas em forma de estrela, contando com a própria Champs Elysées, mais as avenidas de Wagram, Mac-Mahon, Carnot, de la Grande-Armée, Foch, Victor-Hugo, Kléber, d'Iéna, Marceau, Friedland e Hoche, e ainda os Parques como Bois de Boulogne e Bois de Vincennes.

Isso tudo sem falar no que foi feito antes e depois: a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, o Obelisco de Luxor, as Catedrais de Notre Dame e Sacre Couer, o Beaubourg, o Panthéon, o Hôtel des Invalides, a Conciergerie, as Igrejas como Madeleine, St.-Chapelle, St.-Germain-des-Prés, St.-Sulpice, o Hôtel de Cluny, os Palácios do Louvre, de Luxembourg, as Praças Vendôme e des Vosges...

Então, como uma cidade deve sua beleza a Deus, e a outra, ao Homem, sinto-me livre para amar as duas, cada uma ao seu jeito único, peculiar.

sábado, 13 de julho de 2013

Paris recebe a maior retrospectiva de Roy Lichtenstein

 


Escultura “Woman, Sunlight, Moonlight”, de Roy Lichtenstein, no Pombidou
Foto: PHILIPPE WOJAZER / REUTERS

A escultura “Woman, Sunlight, Moonlight”, de Roy Lichtenstein, já nop Centre no Pompidou.
Foto: Philippe Woajazer / Reuters
 
Segundo informações do jornal O Globo, a pop art de Roy Lichtenstein (1923-1997) se encaixa perfeitamente no Centre Pompidou, a meca do modernismo em Paris que recebe até o dia 4 de novembro a maior retrospectiva da obra do artista plástico americano após a sua morte.

A exposição, que já passou por Londres, Chicago e Washington DC, conta com 124 obras.

Entre elas quadros clássicos como “Look Mickey” (1961), “Whaam!” (1962), “Masterpiece” (1963), “Drowning girl” (1963), exemplos do humor e da ironia presente em quase todas as obras do artista.

A mostra dá oportunidade ao visitante de ver outro lado da obra de Lichtenstein, sempre associado à estética das histórias em quadrinhos, com figuras de fácil associação. O quadro “Landscape with figures and rainbow” (1980) é um exemplo disso, com uma paisagem quase cubista. E a série “Seascape”, de 1964, mostra um lado mais minimalista e abstrato do pintor.

Nem só pinturas, a parte mais conhecida de seu trabalho, estão expostas. Esculturas, como “Head of girl” (acima) e “Woman, sunlight, Moonlight”, também estão presentes na mostra.

Centre Pompidou
Place Georges-Pompidou
4ème arrondissement
Telefone: 01 44 78 12 33
www.centrepompidou.fr


sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Castel Sant'Angelo em Roma, revisitado



Como Rive Gauche está em Roma, vamos falar novamente do Castel Sant'Angelo, também conhecido como Mausoléu de Adriano, localiza-se à margem direita do Rio Tibre, a poucas centenas de metros do Vaticano e que é hoje um museu.

A sua primitiva estrutura foi iniciada em 123 pelo Imperador Adriano como um mausoléu pessoal e familiar que ficaram conhecidas como as Tumbas de Adriano), vindo a ser concluído por Antonino Pio, em 139.

O monumento, construído em travertino (uma rocha calcária, composta de calcita, aragonita e limonita), era adornado por uma quadriga (conduzida por quatro cavalos lado à lado, utilizada nos jogos olímpicos) em bronze, conduzida por Adriano.

Em pouco tempo, entretanto, a sua função foi alterada, sendo utilizado como edifício militar e, já nessa qualidade foi que passou a integrar a Muralha Aureliana em 403 e sua atual designação remonta a 590, durante uma grande epidemia de peste que assolou Roma.

Na ocasião, o Papa Gregório I afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel sobre o topo do castelo, que embainhava a sua espada, indicando o fim da epidemia e, para celebrar essa aparição, uma estátua de um anjo coroa o edifício: inicialmente um mármore de Raffaello da Montelupo, e desde 1753, um bronze de Pierre van Verschaffelt sobre um esboço Gian Lorenzo Bernini.

Durante a época medieval esta foi a mais importante das fortalezas pertencentes aos Papas e muito depois, na época dos movimentos de unificação da Itália ocorridos no século XIX, serviu também como prisão.

De seu terraço superior, tem-se uma magnífica vista do rio Tibre, dos prédios da cidade e até mesmo do domo superior da Basílica de São Pedro e sua planta circular e sua arquitetura renascentista influenciou os Fortes do Bugio em Portugal e de São Marcelo, no Brasil.

Em frente ao castelo fica a Ponte Sant'Angelo, por sobre o Rio Tibre, que é ornada por doze estátuas de anjos esculpidas por Gian Lorenzo Bernini.

Castel Sant'Angelo
Lungotevere Castello, 50
Telefone: 06 681 9111
www.castelsantangelo.com

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Hotel Lambert, na Île de Saint Louis, é danificado por incêndio

Fogo no Hotel Lambert começou por volta de 1h (local). (Foto: Kenzo Tribouillard /AFP Photo)

Um incêndio que começou na madrugada de ontem (10) danificou seriamente o edifício histórico do Hôtel Lambert, situado em no extremo leste da tradicional Île de Saint Louis, no 4ème arrondissement de Paris.

O fogo teria começado no telhado e não deixou vítimas além do palacete do Século XVII, catalogado como um edifício histórico e que havia sido adquirido em julho de 2007 por 60 milhões de euros por parentes do Emir do Qatar à Família Rothschild.

O Hôtel Lambert é uma obra do arquiteto Louis Le Vau e era considerado um dos mais importantes palecetes da Cidade Luz e sua grande reforma - realizada por seus novos proprietários - recebeu muitas criticas e criou uma grande polêmica até o ponto de uma consulta popular rejeitar parte destas inovações, como um elevador para carros.

(Fotos: Kenzo Tribouillard /AFP Photo)

Bombeiros seguem no prédio tentanto controlara as chamas. (Foto: Kenzo Tribouillard / AFP Photo)


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os Bateaux-Mouches e a magia do Sena



Além da magia de navegar em suas águas que cortam a Cidade Luz de ponta a ponta, nas margens do Sena estão reunidos alguns dos mais importantes monumentos parisienses.

Por isso, embarcar em um dos catorze Bateaux-Mouches, inteiramente envidraçados, que circulam pelo rio é sempre um passeio memorável onde a história de Paris desfilará durante mais de uma hora, da Pont de l'Alma até a Île de Saint-Louis.

Compagnie des Bateaux-Mouches
Pont de l'Alma
8ème arrondissement
Telefone: 01 42 25 96 10
www.bateaux-mouches.fr

terça-feira, 9 de julho de 2013

Paris: onde Maio de 1968 ainda não acabou

O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou nesta última quinta (4), uma excelente reportagem sobre as  famosas manifestações de rua em Paris - as "manifs", que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:


Milhares de manifestantes se reúnem na Praça da Bastilha em maio de 2002 em demonstração contra o então candidato de ultra-direita, Jean-Marie Le Pen
Foto: Eric Feferberg/afp/1-5-2002

Pelas ruas de Paris, em meio às manifestações

Protestos em ruas e praças da capital francesa, e seus impactos nos transportes públicos, integram a paisagem e o dia a dia da cidade

PARIS - Além de queijos, vinhos, baguettes e a Torre Eiffel, pode-se acrescentar mais um clichê ao cotidiano parisiense: as manifestações. Não há uma semana sem que as ruas da cidade não sejam tomadas por cidadãos das mais diferentes origens, de nacionalidades e organizações, com uma multitude de propósitos e reivindicações. Com faixas, cartazes, palavras de ordem, vozes naturais ou amplificadas por megafones, eles não poupam nenhum bairro da capital francesa, e podem ser apenas uma dezena ou reunir milhares de pessoas.

Manifestação, segundo uma definição clássica, significa “demonstração coletiva pública de uma opinião”. O parisiense sabe que a qualquer momento poderá se deparar com um cortejo em defesa de algum pleito. E mesmo o turista acidental já não se surpreende com as aglomerações nas vias e praças, parte integrante da paisagem citadina. As perturbações no trânsito e nos transportes públicos por conta dos constantes protestos também já foram incorporadas ao dia a dia da Cidade Luz.

Segundo as autoridades policiais de Paris, mais de 500 mil pessoas foram às ruas em 2011 num total de 3.655 manifestações, classificadas oficialmente em “estudantis, sociais e políticas”. O flâneur de hoje verá iranianos, turcos, argelinos ou tunisianos exigindo maior liberdade política em seu país; grupos de extrema-direita acusando o governo socialista de François Hollande; militantes de esquerda criticando a extrema-direita; grupos em defesa dos direitos humanos em luta contra o racismo e o fascismo; associações exigindo direitos para imigrantes ilegais; e também brasileiros expatriados em solidariedade aos protestos em curso no Brasil.

Os temas abordados formam um mosaico: desemprego, reivindicações salariais, lobby financeiro, defesa dos animais, ecologia, nuclear, poluição, preços dos aluguéis, aposentadoria, alimentação saudável, sexismo, abertura do comércio aos domingos, creches, antitabagistas, ruídos dos bares noturnos.

Em meio a multidão, Baudelaire inspira o ‘flâneur’

Neste ano, mobilizações na capital francesa reabriram o debate sobre o controle da ordem pública durante protestos e eventos festivos. As passeatas contra a aprovação do casamento homossexual levaram centenas de milhares de pessoas às ruas e exigiram um atenção especial dos serviços de polícia, principalmente do CRS (Companhias Republicanas de Segurança), brigada de choque responsável pela manutenção da ordem durante as manifestações.

O protesto programado para 26 de junho mobilizou 4.500 policiais para a vigilância de 150 mil participantes, segundo as estimativas das forças de ordem, e mais de um milhão, de acordo com os organizadores. A função do CRS é a de garantir o direito de manifestação e a liberdade de deslocamento dos participantes da passeata, segundo um trajeto preestabelecido.

Para conter os excessos, os policiais dispõem de escudos e equipamentos de defesa, e do uso de armas não letais, como bombas de gás lacrimogênio e jatos d’água. A utilização da pistola de bala de borracha foi limitada como recurso de extrema defesa após um incidente ocorrido em 2005, numa manifestação em Montreuil, no subúrbio de Paris, em que um homem perdeu um olho e o policial responsável pela agressão foi indiciado por “violência voluntária levando a enfermidade ou mutilação”.

A lei exige um pedido oficial dos manifestantes às autoridades francesas, com um prazo de 15 a três dias anteriores à data prevista da passeata e a assinatura de pelos menos três organizadores responsáveis. A polícia analisará o motivo do protesto, avaliará o número possível de pessoas presentes, e autorizará o local solicitado ou determinará um outro que julgar mais apropriado. Apesar disso, tem crescido o número de manifestações espontâneas, organizadas clandestinamente e com a ajuda das redes sociais, principalmente em horários noturnos.

Atenta aos novos tempos, a polícia francesa estabeleceu novos mecanismos de vigilância para antecipar as intenções do manifestante-surpresa e poder deflagrar um controle em regime de urgência em tempo hábil.

A manifestação surgiu como um elemento intruso da modernidade urbana no século XIX para se tornar quase uma rotina na Paris de 2013. Ao turista menos habituado e mais receoso, fica o conselho simbólico do poeta parisiense Charles Baudelaire (1821-1867) ao definir o perfeito flâneur em “O pintor da vida moderna”: “A multidão é seu universo, como o ar é o dos pássaros, como a água, o dos peixes. Sua paixão e profissão é desposar a multidão. Para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado, é um imenso júbilo fixar residência no numeroso, no ondulante, no movimento, no fugidio e no infinito”.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A melhor cozinha vegana de Paris

GentleGourmetCafé_Facade_CréditLaurenPlume
















Ao longo do Quai de l'Arsenal, por detrás de uma fachada de um restaurante parisiense clássico, o Gentle Gourmet Café oferece uma verdadeira experiência culinária onde todos os produtos utilizados são de origem vegetal.

E, ao contrário do que sempre pensei, vegan não significa sem sabor: aqui encontramos pain au chocolat no café da manhã, hambúrguer com champignon portobello, ravioli de ricota e uma variedade de sobremesas para deixar qualquer gourmand doido, como bavarois au chocolat blanc, crème glacée e tartelette aux fruits rouges, como nos mostram as fotografias abaixo, de autoria de Lauren Plume Photographies.

Sob o comando do experiente Chef vegano Jérémy Hayon (no local trabalhou, há alguns meses um sous-chef brasileiro, Daniel Biron) e utilizando, em sua maioria, produtos orgânicos, da estação e franceses, o Gentle Gourmet Café está aberto todos os dias da semana.

24, Boulevard de la Bastille
12ème arrondissement
Telefone: 01 43 43 48 49
www.gentlegourmetcafe.com

GentleGourmetCafé_BurgerPortobello_CréditLaurenPlume


GentleGourmetCafé_SoupeCrue_CréditLaurenPlume


GentleGourmetCafé_PainPerdu


GentleGourmetCafé_PetitDejeuner