quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Bonne Année! Feliz Ano Novo!



Vou dividir com vocês um pensamento para fazermos de 2015 um ano ainda melhor do que 2014:

"Sou um só, mas ainda assim sou um.
Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa.
E por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso.”
– Edward Everett Hale, 1823-1909

Feliz 2015 e muito obrigado por todo seu apoio em 2014.


Um abraço e um beijo com carinho do Pedro Nonato e da Rive Gauche Paris.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Museu das Confluências é inaugurado em Lyon



Joseph Giovannini, do The New York Times nos conta sobre a inauguração do Museu das Confluências - que se chama assim por se encontrar no encontro das águas dos rios que fica entre os rios Rhône e Saône, em Lyon, na segunda maior zona metropolitana da França e que conta com um acervo bem variado, arquitetura ousada, exposições de antropologia e ciências naturais.

A França brinca com a arquitetura da mesma maneira como a Inglaterra joga rúgbi: com a mesma intensidade de um esporte de contato. Quando um grande museu abre em alguma cidade, o evento se torna um acontecimento de grande repercussão. As pessoas opinam e tomam partido. Talvez seja um eco cultural dos tempos de Louis XIV e da glória de Versailles: neste país de monumentos duradouros, a arquitetura realmente importa.

No outono europeu, a temporada cultural francesa foi aberta com a inauguração da Fundação Louis Vuitton, em Paris, um ambiente que agrega arte contemporânea, projetado por Frank Gehry. No outro extremo do espectro cultural, a segunda maior região metropolitana da França, Lyon — indiscutivelmente, a rival histórica de Paris, ou o equivalente a Chicago de Nova York — acaba de inaugurar o igualmente grande Museu das Confluências.

É uma instituição interdisciplinar, que interpreta a antropologia, a etnologia e as ciências naturais, por meio de exposições narrativas que mostram as muitas histórias da humanidade, representando as origens do universo em várias sociedades. Mas a sua arquitetura também ajuda a alavancar a política francesa de longa data de aumentar o acesso do público à cultura.

Predecessor do Museu das Confluências, o Museu de História Natural Guimet funcionava em um prédio de arquitetura neoclássica e foi perdendo, ao longo dos anos, a sua importância. Seus administradores tinham como objetivo abrir psicologicamente e arquitetonicamente um espaço que pudesse abrigar um público mais amplo. O Museu das Confluências trocou o paradigma tradicional de "casa do tesouro" pelo de um ambiente mais extrovertido, alojado em uma estrutura "porosa".

Desenhado pelo empresa austríaca Coop Himmelblau, o edifício de 180 milhões de euros fica na ponta de uma península em um dos locais mais espetaculares da França: a confluência dos majestosos rios Rhône e Saône. A entrada é envolta por paredes de aço e vidro, com formato que lembra uma nuvem ou uma nave espacial. Há dois andares repletos de galerias com paredes negras, dois auditórios, salas de conferências e áreas de serviço.

O projeto da Coop Himmelblau é tanto um plano urbanístico para a península, quanto um marco escultural. A ideia dos arquitetos é convidar o público a caminhadas em frente ao rio e ao parque, que também está sendo projetado pela empresa, com previsão de finalização durante a primavera na Europa. O prédio, o museu, o parque e a península funcionam juntos, atraindo pedestres e ciclistas "para um ímã, um ponto de confluência", conforme explica Wolf D. Prix, principal designer:

— As pessoas podem andar livremente sob o edifício, parar para um café no restaurante ou comprar um livro na loja.

Financiado principalmente pelo governo local, o museu é um catalisador de novos escritórios, prédios de apartamentos e edifícios governamentais.

— Essa zona era negligenciada. Um bairro decadente, ocupado por galpões industriais e áreas de prostituição. — lembra Michel Côté, diretor da empresa em 2001, quando houve uma competição para escolher o desenho do prédio, e atual diretor dos Museus da Civilização, em Quebec.

Em um dos níveis, uma passarela de pedestres leva os visitantes a uma imensa galeria com exposições temporárias e permanentes, que incluem um esqueleto gigantesco de dinossauro. A variedade é grande. Também há mamíferos empalhados, estátuas africanas e esculturas egípcias. As duas "avenidas" dentro do museu oferecem vista panorâmica para a confluência dos rios vizinhos.

Quando pronto, o parque não ficará em um terreno com jardim convencional, pontilhado por bancos. O plano é de uma área ao ar livre, projetada para incentivar atividades diversas, onde artistas e músicos poderão encontrar suas plateias. Um anfiteatro informal está sendo construído e barcos já descansam ao lado do museu.





Vidro e aço no interior do Museu das Confluências, localizado numa península onde os rios Rhône e Saône se encontram Foto: ROBERT PRATTA / REUTERS

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

100 coisas para se fazer em Paris


Há muito tempo atrás Rive Gauche trouxe uma lista com as 100 coisas que você precisaria fazer para poder se considerar um “parisiense de adoção” ou mesmo ainda fazer ao longo de suas viagens para a capital da França.

Uma “to do list” que vai muito além da inescapável subida à Tour Eiffel ou a um passeio pelas ruas da Île de Saint Louis saboreando um cone do cornet Bertillon.

Aliás passa muito longe dos clássicos como passar um domingo no Marché aux Puces, subir para Sacre Cœur pelo funiculaire, andar na Grande Roue de Paris, descer a Tour Eiffel pelas escadas, pegar um Bateaux-Mouches, fazer seu portrait por um caricaturista da Place du Tertre em Montmartre, andar no andar de cima daqueles ônibus de turistas ou mesmo ficar dando voltas e mais voltas para estacionar o carro.

Vamos à lista, revisitada:

1. Jantar no Tokyo Eat (16ème) sem entrar pela porta do Palais de Tokyo

2. Tomar café da manhã no terraço do Café Marly (1er), um dos muitos “Costes”

3. Sentar à mesa no l’Astrance (16ème)

4. Fazer uma festa de despedida no Train Bleu, na Gare de Lyon (12ème), sem viajar para lugar algum

5. Jantar em uma das mesas do lado de fora da Lipp (6ème), de preferência ao lado de uma celebridade

6. Tomar uma sopa de cebola em Les Halles (1er)

7. Tomar um sorvete de casquinha comprado na matriz da Maison Bertillon (4ème)

8. Se deleitar com um Paris-Brest de Philippe Conticini, da Pâtisserie des Rêves na Rue du Bac (7ème)

9. Ter prazer em encher seu carinho de compras na la Grande Épicerie du Bon Marché (7ème)

10. Ter sido seduzido pelo macaron de caramel au beurre salé do Ladurée (8ème)

11. Tomar um chá de menta na Mesquita de Paris (5ème)

12. Almoçar uma verdadeira refeição tamoul no Pooja (10ème)

13. Comer uma costela – para dois – às seis da manhã no Denise, na La Tour de Montlhéry (1er)

14. Acreditar que está em Nova York ao desfrutar um club sandwich no Harry's Bar (2ème)

15. Encomendar uma tábua de queijos na Marie-Anne Cantin (7ème)

16. Gastar uma manhã inteira em um domingo no marché bio do Boulevard Raspail (7ème)

17. Almoçar um bento no Kunitoraya 2 (1er)

18. Brindar com vinho da Fête des Vendanges de Montmartre, no início de outubro (18ème)

19. Comer falafel no l'As du Fallafel, na Rue des Rosiers (4ème) em um domingo

20. Gastar 80 € por um frango assado – para dois – com fritas no l’Ami Louis (3ème)

21. Saber onde comprar flores e comer ostras no Marché de Rungis (Val-de-Marne)

22. Comprar seu chá favorito numa das várias lojas dos Mariage Frères

23. Fazer um piquenique na Pont des Arts (passarela sobre o Sena, ligando o Institut de France e o Louvre)

24. Acreditar que está em Beyrouth ao comer um sanduíche libanês na Avenue George V (8ème)

25. Comer no New Nioullaville (11ème) para comemorar o Ano Novo Chinês

26. Tomar um café no Flore (6ème)

27. Saborear um "plateau" de ostras BB no La Coupole (14ème), sentado como um habitué nos bancos vermelhos (mas não nos da varanda, é claro)

28. Ser capaz de jurar que a cabeça do novilho é do Apicius (8ème)

29. Beijar seu amor no Quai ou no Port de la Tournelle, na margem do Sena, é claro

30. Pedir um cocktail da mesma cor dos olhos de sua companhia no bar Hemingway do Hotel Ritz (1er)

31. Passar a noite no Hotel Chopin na Passage Jouffroy (9ème) para namorar

32. Conseguir gravar o seu nome e o nome do seu amor na parede das catacumbas (14ème)

33. Jogar cartas e tomar champagne no convés de um Bateau-Mouche para apreciar as luzes da cidade

34. Combinar um encontro, ao menos uma vez, à de Notre-Dame, na fontaine Saint-Michel ou nos degraus das escadarias da Opéra Garnier

35. Beber algo no Bourbon, atrás da Assemblée Nationale (7ème), ao por do sol

36. Passear no Père Lachaise (20ème) e visitar os túmulos de Jim Morrison e de Oscar Wilde

37. Descer aos Esgotos de Paris (7ème) e sentir seu odor

38. Correr nas Tuileries (1er) ao amanhecer

39. Dar voltas em torno da Place des Vosges, tentando descobrir onde fica o apartamento de Jack Lang, de Maître Binoche e o de DSK

40. Ir até o parque de Bartabas em Aubervilliers

41. Fazer parte de um dos passeios em patins por Paris

42. Vagar pela cidade durante a Nuit Blanche

43. Comprar um passe de Vélib

44. Pegar as escadas rolantes do Beaubourg (4ème)

45. Admirar as vitrines de Natal dos grands magasins

46. Ter procurado o Café des Deux Moulins, na Rue Lepic (18ème), pensando na Amelie Poulain

47. Se perder na estação de Chatelet-Les Halles (1er)

48. Andar pela Rue St. Honoré (1er) e ver suas vitrines sem gastar um centavo

49. Ser confundida com Shirley MacLaine em Irma la Douce (de Billy Wilder) ao passar pela Rue Casanova (1er)

50. Perder a baldeação na estação Michel-Ange-Molitor e ter que fazer meia volta por nada pela linha 10 do Metrô

51. Assistir ao desfile em 14 de julho nos Champs-Elysees (8ème)

52. Brincar com um barco de controle remoto nos lagos dos Jardins du Luxembourg (6ème) ou des Tuileries (1er)

53. Ver os velhos crocodilos no Palais de la Porte Dorée (12ème)

54. Conseguir acabar de ler um livro em uma das cadeiras verdes (se disponível) no Jardin du Luxembourg (6ème)

55. Conseguir uma entrada para uma soirée de Almodóvar ou de Lynch no Champollion (5ème) ou para uma jornada de Star Wars no Grand Rex (2ème)

56. Insultar todos os táxis que passam ocupados

57. Ir um uma caserna dos bombeiros para dançar em um Bal de Pompiers, na noite de 14 de julho

58. Esperar a Tour Eiffel no restaurante do Théâtre de Chaillot (16ème), durante o intervalo

59. Tomar uma bebida no Canal Saint-Martin (10ème), entre duas partidas pétanque

60. Dançar ao som de DJ no Batofar, Quai François Mauriac / Port de la Gare (13ème)

61. Dançar nos clássicos salões do Maxim's (8ème) nas sextas-feiras das soirées Belle Époque

62. Apostar em uma corrida de trote no Hippodrome Paris-Vincennes (12ème), em uma noite de inverno

63. Ser barrado no Chez Castel (6ème)

64. Caminhar para casa, de manhã cedo, por falta de ônibus e metrô

65. Esperar o nascer do sol nos degraus das escadarias de Sacré-Cœur (18ème)

66. Frequentar um curso no Collège de France (5ème)

67. Ir numa vernissage da Galerie Kamel Mennour (6ème) para encontrar o artista em pessoa, como Claude Lévêque ou mesmo Daniel Buren

68. Assistir à uma ópera na Opéra Bastille (12ème)

69. Ir ao Louvre (1er), mesmo que seja apenas para sorrir para a Mona Lisa e permanecer na sala dos Rubens

70. Ver Podalydès atuar no Comédie-Française (1er)

71. Passear pelas prateleiras das livrarias La Hune (6éme) ou L'Ecume des Pages (6ème)

72. Ir no Orsay para admirar “Nuit Étoilée” de Van Gogh (7ème)

73. Entrar no atelier de Delacroix na Place de Furstenberg (6ème)

74. Tentar entrar no Château des Brouillards em Montmartre (18ème)

75. Conhecer a Porte de l'Enfer nos jardins do Musée Rodin (7ème)

76. Ter compreendido a Batalha de Austerlitz nos Invalides (7ème)

77. Entrar no metrô pela saída Guimard na Porte Dauphine (16ème) ou pela Othoniel na Place du Palais-Royal (1er)

78. Ter andado entre girafas e elefantes na Galerie de l'Évolution do Musée d'Histoire Naturelle (5ème)

79. Assistir a uma comédia musical no Théâtre du Châtelet (1er)

80. Ter visto no Théâtre des Champs Elysées (8ème) Filarmônica de Viena ou de Berlim

81. Entrar cofres do Banque de France, durante as Jornadas do Patrimônio

82. Levar seus filhos no mais antigo teatro de marionetes de Paris, no rond-point do Champs-Élysées (8ème)

83. Se permitir um domingo de compras na Rue des Francs-Bourgeois (4ème)

84. Comprar um disco de vinil na Crocodisc (5ème)

85. Entrar no Herboristerie do Palais-Royal (Ier) e fazer muitas perguntas

86. Receber o seu chefe numa camisa Charvet (Ier), uma referência da camisaria sob-medida

87. Sair da Colette (1er) com um montão de coisas desnecessárias

88. Querer comprar um filhote de cachorro na animalerie do Quai de la Mégisserie (1er)

89. Assistir a uma missa ortodoxa na Rue Daru (8ème)

90. Dar lances (mas não muitos) na Casa de Leilões Drouot (9ème)

91. Ter tempo para si mesmo no spa do Le Meurice (1er) ou do Plaza Athénée (8ème)

92. Pagar 90 centavos de Euro por um “œuf mayo” no Voltaire (7ème)

93. Ter andado na calçada do Palais de l'Élysée (8ème) e ter sido advertido pela Gendarmerie

94. Encontrar ao menos um motorista de táxi amigável

95. Tomar uma bebida no segundo andar do Café Germain e ver o busto amarelo de Sophie, do escultor Xavier Veilhan

96. Assistir ao ballet da Ópera de Paris e feito sua reverência em arco

97. Confundir as colunas Buren por estátuas, no Palais Royal

98. Experimentar o cabelo subir na cabeça, na sala de eletrostática doPalais de la Découverte (8ème)

99. Escolher e experimentar guitarras nas lojas da Rue de Douai (9ème)

100. Passar ao menos um mês de agosto em Paris

domingo, 28 de dezembro de 2014

Há 119 anos acontecia a primeira sessão pública de cinema



O dia 28 de dezembro de 1895 é tido como o nascimento do cinema comercial quando, com um filme de apenas 40 minutos, os irmãos franceses Lumière perseguiam a meta que norteia a 7ª Arte até nossos dias: maravilhar o público.

A entrada do salão indiano do Grand Café de Paris não estava exatamente apinhada naquele 28 de dezembro de 1895. Não mais de três dúzias de visitantes vieram presenciar o momento histórico da primeira sessão cinematográfica comercial do mundo.

O ingresso custava um franco, o programa previa dez filmes de três a quatro minutos de duração. Os organizadores da apresentação eram os irmãos Auguste e Louis Jean Lumière, filhos do famoso fotógrafo Antoine Lumière, de Lyon.

Hoje, eles são considerados os inventores do cinema, embora antes deles os alemães irmãos Skladanovski, por exemplo, tivessem apresentado um programa no Varieté Wintergarten de Berlim em novembro do mesmo ano.

"Venha ver algo que o deixará maravilhado"

Ao lado dos Lumière, o igualmente francês Georges Méliès conta entre os pioneiros da sétima arte. Mas, enquanto os irmãos rodavam o que hoje se chamaria de documentários, Méliès trouxe a fantasia ao meio. Não é de espantar: ele ganhava a vida como mágico.

Também ele esteve presente àquela legendária projeção em dezembro de 1895.

Anos mais tarde, relataria assim seu encontro com Antoine Lumière:

"'Monsieur Méliès, o senhor tem o hábito de maravilhar seu público. Gostaria de vê-lo esta noite no Grand Café.' Por quê?, perguntei. 'O senhor verá algo que o deixará maravilhado.' Primeiro, ele projetou imagens imóveis com seu aparelho, como também fazíamos em nossos números.

Eu disse: Nós fazemos isso há 20 anos! Ele deixara as imagens paradas durante um tempo, de propósito. Subitamente, notei que as pessoas se moviam na tela em nossa direção. Ficamos todos completamente perplexos!"

sábado, 27 de dezembro de 2014

Neve bloqueia estradas para estações de esqui e deixa milhares presos



Longas filas de veículos se alinham nas estradas rumo às estações de esqui francesas pelo segundo dia seguido, neste domingo, depois que a neve, o gelo e um tráfego pesado forçaram cerca de 15 mil pessoas a encontrar acomodações de emergência para passar a noite durante o pico da temporada de férias.

Autoridades afirmaram que as condições climáticas, comuns para a época do ano mas severas o bastante para tornar a condução perigosa devido ao número de carros nas estradas, devem melhorar no período da tarde e na segunda-feira.

A queda de 30 a 60 centímetros de neve nas últimas 24 horas fez com eles declarassem “alerta laranja” para neve e gelo em quatro regiões do leste e sul da França, Savoie, Haute-Savoie, Ain e Isere.

“Chegar às estações de esqui ainda está bastante complicado, e correntes para neve são obrigatórias. O conselho é que todos aqueles que puderem atrasem sua viagem”, declarou o Ministério do Transporte, em um comunicado.

O ministro do Interior afirmou que cerca de 83 abrigos de emergência, que receberam os motoristas que ficaram presos durante a noite, irão ficar abertos para ajudar a diminuir o nível de tráfego e atender aqueles cujos carros não estejam equipados com correntes para neve.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Jocy de Oliveira em versão francesa



Segundo o colunista Ancelmo Góis, de O Globo, a compositora, pianista e escritora Jocy de Oliveira, de 78 anos e uma das mais importantes criadoras da nossa música contemporânea, lança em janeiro a tradução para o francês de seu livro "Diálogo com Cartas".

Vai ser publicado como parte da prestigiosa Coleção Musique- Musicologies da Universidade Paris IV Sorbonne, da editora Honoré Champion. São 350 páginas com prefácio da escritora, musicóloga e professora da Sorbonne Danielle Pistone.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mônaco em festa com a chega dos gêmeos reais e a reabertura do Le Louis XV



A jornalista Carla Lencastre, Editora do Caderno Boa Viagem do jornal O Globo, publicou na última segunda-feira (22) uma excelente matéria sobre o restaurante Le Louis XV - três estrelas Michelin e que fica no sesquicentenário Hôtel de Paris, no pequeno principado e sobre o nascimento dos gêmeos reais, filhos de Albert II e da princesa Charlene. Reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

"MONTE-CARLO — Quarenta e dois tiros de canhão sacudiram Mônaco na quarta-feira da semana passada, dia 10 de dezembro. Os disparos foram seguidos pelo badalar dos sinos das igrejas por 15 minutos e, depois, pelas sirenes dos muitos barcos espalhados pela luxuosa marina local. Tanto barulho comemorava o nascimento dos gêmeos Jacques e Gabriella, os novos herdeiros do trono do principado. Os filhos de Albert II e da princesa Charlene são uma das alegrias de Mônaco neste fim de ano. Outra acontece hoje: o restaurante do chef francês Alain Ducasse no Hôtel de Paris, Le Louis XV, reabre para as festas de fim de ano.

Com três estrelas Michelin e há mais de 25 anos instalado no prédio do sesquicentenário Hôtel de Paris, um dos ícones da Place du Casino, a casa de cozinha mediterrânea estava fechada desde outubro, acompanhando o hotel, que passa por uma extensa renovação. Mas ambos, restaurante e hotel, reabrem de hoje a 5 de janeiro. Depois as obras continuam, e só têm previsão de serem concluídas em 2018. Mesmo fechados, Le Louis XV e o Hôtel de Paris continuam sendo pontos turísticos. À noite, seguem lindamente iluminados (a fachada histórica continuará a mesma), e sempre há turistas na frente de um e de outro fazendo selfies, fotos de casal, de grupo. O ponto é tão disputado para registros fotográficos quanto a entrada do Cassino de Monte-Carlo e seus carros de luxo.

Mobília, utensílios de mesa e roupas de banho do Hôtel de Paris serão leiloados em janeiro. As obras começam para valer logo depois. Enquanto isso sua propriedade irmã, o Hôtel Hermitage, logo ao lado, que já foi renovado e está funcionando normalmente, acaba de ser eleita pela revista americana “Traveler”, da Condé Nast, como o melhor hotel de Mônaco. Os dois estabelecimentos são interligados, e a passagem subterrânea entre eles leva também ao spa Thermes Marins, renovado em 2014 e recém-reinaugurado.

Ainda nos arredores da Place du Casino fica o Hôtel Métropole, outro cinco estrelas de Mônaco. O destaque gastronômico são três restaurantes do chef francês Joël Robuchon, um deles com duas estrelas Michelin.

Em frente ao Hôtel de Paris, do outro lado da Place du Casino, e integrando o mesmo grupo, está o Café de Paris. Sem estrelas e menos cara, mas também deliciosa, a brasserie tem um lindo salão e mesas ao ar livre o ano inteiro. Ali teria sido inventado o crepe Suzette, no final do século XIX. Nos dias de hoje, figos frescos com presunto, por exemplo, são um jeito simples e gostoso de abrir um jantar de inverno.

Para escapar da gastronomia de inspiração francesa, Mônaco tem outras opções. Está completando um ano o restaurante Nobu, no hotel Fairmont Monte-Carlo, a alguns passos da Place du Casino, na Avenue des Spélugues, também parte do circuito de F-1. O Príncipe Albert II, frequentador do restaurante de Ducasse, esteve na cerimônia do saquê que marcou a abertura da casa do chef Nobu Matsuhisa em parceria com o ator Robert de Niro. O restaurante abre diariamente para jantar, e DJs movimentam as noites de quarta e quinta-feira.

No caminho a pé entre o Nobu e o cassino, fica o Buddha Bar, boa opção para começar ou encerrar uma noite monegasca. Em algum momento, aproveite para tomar a cerveja da Brasserie de Monaco. Além do lindo rótulo que evoca a bandeira das corridas de F-1, a Blanche de Monaco acaba de ganhar o prêmio de melhor cerveja europeia em estilo belga do World Beer Awards.

SERVIÇO

Le Louis XV: O restaurante de Alain Ducasse fica aberto até 5 de janeiro. Almoço (12h15m às 13h45m, € 145) aos sábados e domingos. Jantar (20h às 21h45m, € 230) de quinta a segunda-feira. Hôtel de Paris, Place du Casino. Tel. (377) 9806-8864. www.hoteldeparismontecarlo.com

Restaurant Joël Robuchon: Aberto para almoço (€ 51) e jantar (€ 199) de terça-feira a domingo. Hôtel Métropole, 4 Avenue de la Madone. Tel. (377) 9315-1510. www.metropole.com

Café de Paris: Aberto diariamente das 10h às 4h. Place du Casino. Tel. (377) 9806-7777. www.casinocafedeparis.com

Nobu: Aberto diariamente das 19h às 23h30m. Menu omakase a € 95. Fairmont Monte-Carlo, 12 Avenue des Spélugues. Tel. (377) 9350-6500. www.fairmont.com/monte-carlo

Buddha Bar: De terça-feira a sábado, das 18h às 2h. Place du Casino. Tel. (377) 9806-1919. www.buddhabar.com"

As fotos são da própria Carla Lencastre.




quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!



Esta semana que passou contou com temperaturas amenas - com mínimas na casa dos 6º e máximas por volta dos 13º - que nada têm a ver com os anos anteriores, baixíssimas e com tanta neve que me sentia como aquele mamute do filme A Era do Gelo – ainda mais com meus 111kg bem pesados.

Acho que por conta desse tempo brando (para a época), as ruas têm ficado lotadas por conta das compras e das férias de Natal, causando problemas à circulação de veículos e pessoas e, por conta do fluxo extra de turistas, o metrô anda insuportável.

De qualquer forma, este fim de ano tem sido curioso: nos anos passados o ritmo de trabalho caía muito no período entre o dia 15 de dezembro e a primeira semana de janeiro, mas este ano estamos a pleno vapor e com muito trabalho ainda a ser feito – o que atrapalha a produção aqui da coluna mas que de forma geral é excelente, mas deixo as minhas sinceras desculpas.

E aproveito para desejar que todos vocês tenham um Natal e um final de 2014 com muito carinho e amor e deixo uma lista de presentes: para seu inimigo, perdão; para um oponente, tolerância; para um amigo, seu coração; para um cliente, serviço; para tudo, caridade; para toda criança, um bom exemplo bom e, para você, respeito.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Paris em música

Para começar bem a semana do Natal, um playlist
com músicas relacionadas à Cidade Luiz, #Paris :)





Um boa semana, com muita música para todos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Paris e inverno, uma boa combinação



Com a chegada do inverno no hemisfério norte ontem (21) e apesar das suas baixas temperaturas, há vantagens em visitar Paris no inverno e realmente acredito que o frio não deveria afastar os turistas, que já devem anotar a primeira dica para viagens ao velho continente nesta época do ano: comprar um bom e quente casaco no mesmo dia que chegar porque são produzidos para aguentar firme e forte os dias muito frios.

E se em temperaturas amenas as filas na Tour Eiffel são enormes, no inverno é mais rápido e cômodo entrar em pontos turísticos – opção valiosa em férias invernais é sempre escolher atrações indoor, com a vantagem de ter menos visitantes.

Os preços dos pacotes e hotéis também tendem a ser mais atrativos nos meses mais frios do ano, de novembro a março, com exceção da época entre o Natal e Ano Novo. Já a partir do doa 26 de dezembro começam os soldes, as famosas liquidações de inverno, após as compras natalinas.

Sem contar o charme da neve emoldurando a arquitetura da região e a população a bordo de elegantes looks de inverno e, por último, mas não menos importante, frio pede comida e as refeições devem ser parte relevante do roteiro, acompanhadas por saborosas taças de vinho, deixando de lado o regime, recheie a mala de gorros e luvas e voe para Paris, logo.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Atentado em Dijon deixa 11 feridos

Les premiers secours sont portés aux victimes d'une voiture folle dans le centre de Dijon, hier soir.

Segundo informações do jornal O Globo e de agências internacionais, um motorista atropelou hoje, de propósito, onze pessoas na cidade de Dijon, a 300 quilômetros de Paris, na França - sendo que duas estão em estado grave.

Segundo fontes da polícia, gritando em árabe “Deus é grande” e “em nome das crianças da Palestina”, o condutor primeiro atingiu quatro pessoas. Alguns minutos depois ele teria atingido sete pessoas, de acordo com o jornal local “Le Bien Public“. Toda a ação teria durado meia hora.

As autoridades francesas trabalham com a hipótese que seja um atentado terrorista e um ato de islamismo radical, e já transferiram as investigações para a célula antiterrorista de Paris.

O motorista, um homem de 40 anos, fugiu após os ataques mas foi acabou preso pela polícia. De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, o agressor aparenta ser desequilibrado e estaria fazendo tratamento em um hospital psiquiatra.

O primeiro ministro da França, Manuel Valls se manifestou via twitter.

Os ataques ocorrem um dias após um homem — também gritando “Deus é grande” — entrar em uma delegacia de polícia de Joué-lès-Tours, no Centro-oeste da França, e esfaquear três policiais antes ser morto pelos agentes. Os policiais feridos estão fora de perigo.

Em um comunicado, a União de mesquitas da França condenaram a agressão. Eles pediram para “aos jovens franceses para não se equivocarem de inimigos e de combate”.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Polícia francesa mata autor do atentado de Joué-lès-Tours



Segundo informações da France Presse, policiais franceses mataram um homem a tiros, hoje, depois que ele invadiu a delegacia em Joué-lès-Tours, no centro-oeste do país, e os agrediu com uma faca aos gritos de "Alá é Grande", informaram fontes ligadas à investigação.

O incidente aconteceu por volta das 14h00, quando o homem feriu o rosto de um dos policiais que estavam na entrada e, então, mais dois, até ser abatido pelos agentes. Os policiais feridos estão fora de perigo.

"Gritou 'Alá é Grande' desde que entrou até ser morto", disseram as fontes, acrescentando que a investigação passou para as mãos do departamento antiterrorista.

O agressor é um francês nascido no Burundi, em 1994, conhecido pela polícia por cometer crimes comuns. Ele não estava fichado pelos serviços de contraterrorismo. Já seu irmão é conhecido pelas posições radicais e chegou a considerar a ideia de partir para a Síria, acrescentaram as fontes à AFP.

Segundo as mesmas fontes, "a investigação se orienta para um atentado contra as forças da ordem motivado pelo Islã radical", à semelhança "do modo de ação preconizado pelo grupo Estado Islâmico (EI)". Repetidas vezes, o EI convocou os muçulmanos em países ocidentais a atacar os "infiéis" – em especial policias e militares – por todos os meios, lembraram as fontes.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Tour Eiffel tem pista de patinação gratuita para visitantes

Turistas patinam na pista montada no primeiro andar da Torre Eiffel Foto: CHARLES PLATIAU / REUTERS

Depois de inaugurar um piso de vidro há dois meses, o primeiro andar da torre agora também oferece um rinque de patinação no gelo com 190 metros quadrados a 57 metros acima do solo.

Aberto todos os dias até 15 de fevereiro, seus visitantes poderão deslizar sobre o gelo em um dos locaias mais charmosos do mundo e o melhor: a entrada está incluída no ingresso a visita à torre.

O local funciona das 10h30 às 22h30 e oferece patins dos tamanhos 25 a 47 (na numeração europeia) aos visitantes e também cadeirinhas próprias para crianças e para pessoas com necessidades especiais se divertirem.





quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Refaça os passos de Robert Stevenson no Sul da França

Paisagem da primeira etapa do Caminho Stevenson, no Sul da França Foto: Bolívar Torres / Agência O Globo

O jornalista Bolívar Torres, de O Globo, publicou hoje no Caderno Boa Viagem uma boa matéria sobre como turistas podem refazer nas montanhas de Cévennes, no sul da França, os passos de Robert Stevenson, um escritor que percorreu a pé a região no Século XIX, e escreveu um livro sobre o roteiro, que pode ser feito em até 14 dias. Segue a matéria:

"CHASSERADÉS — Quando Robert Louis Stevenson (1850-1894) chegou ao centro-sul da França para explorar o Cévennes, uma cadeia de montanhas abrigada pelos departamentos da Lozère e do Gard, teve logo que lidar com o estranhamento dos moradores. Em 1878, a área ainda se mantinha isolada. Ninguém entendeu a excentricidade do jovem escocês de 28 anos, à época futuro autor de clássicos como “O médico e o monstro” e “A ilha do tesouro”, que teimava em atravessar, a pé, aquele caminho repleto de florestas verticais, planaltos áridos, caos de pedras e vilarejos de ruas estreitas. “Olhavam para mim com uma piedade desdenhosa, como um indivíduo que tivesse empreendido uma viagem à Lua”, escreveu Stevenson no primeiro capítulo de seu “Viagens com uma mula no Cévennes”, que reconstrói seus 12 dias de caminhada solitária na região.

Lançado em 1879, antes que o autor alcançasse fama internacional, o livro é uma espécie de fotografia escrita desse recanto único da França, celebrado por paisagens intocadas e autenticidade dos habitantes, os reservados — mas hospitaleiros — cevenols. Stevenson mal desconfiava que, graças ao seu relato, seria reconhecido nos dias atuais como o pioneiro do turismo pedestre. Batizado como Chemin de Stevenson, seu trajeto se tornou um clássico entre hikers: todo ano, milhares de turistas reproduzem parte ou a totalidade do itinerário, atraídos pelo patrimônio histórico e natural do Cévennes, transformado em um parque natural de 15 mil hectares em 1970.

— Antes do Stevenson, as pessoas faziam longas caminhadas por motivo de trabalho, nunca para turismo — — diz Christian Brochier, presidente da Associação Chemin de Stevenson, que mobiliza projetos em torno do caminho e ajuda a manter o equilíbrio entre turismo e preservação na região. — Talvez ele tenha sido pioneiro da caminhada com uma mula.

Para levar mais de cem quilos de bagagem, o escritor alugou uma mula, Modestine, daí o título do livro.

TRILHA PASSA PELA ‘FRANÇA PROFUNDA’, ENTRE A FERROVIA E O CAOS DO GRANITO

Não se sabe muito bem o que levou Stevenson a se interessar por um lugar tão improvável quanto o Cévennes, mas dizem que uma dor de cotovelo estaria na origem da aventura. Em plena era vitoriana, ele vivia na boêmia, de namorico com uma mulher casada à época, a americana Fanny Osbourne, com que se casaria no ano seguinte. Na fossa depois que a amada regressou ao seu país natal, o autor resolveu mudar de ares. Em solo francês, poderia desbravar o palco da Guerra dos Camisards, uma revolta protestante que causou mais de 14 mil mortos. O evento deixou feridas que permanecem até hoje na cultura dos cévenols, um povo marcado pela resistência, e que vive atualmente da agricultura e do turismo.

Adepto do pedestrianismo desde cedo, o jovem escocês estabeleceu alguns princípios para a atividade: deve ser solitária, evitar distrações, e precisa ter como objetivo “paralisar o pensamento”. Nesse sentido, só se torna proveitosa quando leva o andarilho ao cansaço extremo, “purgado de toda estreiteza e orgulho”. “Viajo não para ir a algum lugar, mas para caminhar. Viajo pelo prazer de viajar”, escreveu o autor.

Para reviver as experiências de Stevenson, porém, não é obrigatório seguir a integralidade de seus passos, nem o rigor da sua filosofia. Há muitas maneiras de planejar o caminho. O original costuma ser feito em cerca de 14 dias. Estende-se por 252 km, indo da cidade de Le Puy-en-Velay até Saint-Jean-du-Gard (a versão moderna da caminhada inclui uma última etapa, nunca realizada pelo escritor, que vai até a cidade de Alès). Escolhemos partir de Chasseradès, mais ou menos na metade do trajeto, com destino a Saint-Jean-du-Gard, encurtando o percurso para seis dias e 121 km.



Esse roteiro, que começa no clima montanhoso do departamento da Lozère e vai progressivamente se meridionalizando até o Gard, concentra-se nos principais pontos turísticos do Chemin Stevenson. Embora seja uma minúscula comuna rural de apenas 150 habitantes, Chasseradès é abastecida por uma estação de trem, uma raridade entre as cidades do trajeto. Chegando no fim da tarde, na véspera da caminhada, reina o silêncio: da varanda da pousada, ouvem-se mugidos de vacas, ciclistas intermitentes, um e outro motor de carro. É a “França profunda”. Antes do jantar com produtos do terroir (codorna servida com cogumelos da floresta e batatas à dorê), o dono da pousada, Eric Chaptal, reclama da crise econômica e da falta de turistas:

— Ainda bem que existem os randonneurs (andarilhos). Eles estão nos salvando.

É a primeira vez que Chaptal recebe um turista brasileiro.

— Outro dia vi um ônibus com russos e já foi uma novidade. Agora, Brasil... É muito longe.

Na manhã seguinte, a caminhada começa cedo. São 18 kms até a cidade de Le Bleymard. Passando a pequena comuna, paralela à estrada, a linha de trem serpenteia ao longe, avançando sobre os campos da Lozère. Vindos de Port Elisabeth, África do Sul, André e Robyn Steyn interrompem a caminhada para fotografar as curvas da linha de trem, um dos mais populares cartões-postais do Chemin Stevenson. O casal conta que tirou um ano sabático para rodar o mundo, escolhendo a França como primeira parada. Assim que chegaram em Paris, entraram numa agência de viagens procurando por uma caminhada que não fosse extenuante nem complicada. Acharam que o Caminho de Compostela estaria lotado, e se assustaram com as subidas e descidas dos Alpes. Aí surgiu a opção pelo Stevenson. Completando em Chasseradès o oitavo dia de caminhada, os dois eram só elogios.

— Perguntamos para o agente de viagens quais são os lugares mais bonitos da França. Ele respondeu: “Tudo é bonito por aqui” — conta André. — Mas o Chemin Stevenson tinha a vantagem de ser prático e relativamente fácil. Também é menos cheio do que outros caminhos mais turísticos. Não nos arrependemos.

Robyn não estava apenas deslumbrada com a paisagem. Ela também se surpreendeu com a hospitalidade dos cévenols:

— Dizem que os franceses são chatos e arrogantes, mas só encontramos pessoas acolhedoras e gentis.

O trajeto Chasseradès-Le Bleymard não traz surpresas nem dificuldades. Poucas subidas, trilhas sombreadas e paisagens um tanto banais. Chega-se ao destino em menos de cinco horas, com folga. É um ótimo aquecimento, já que as grandes emoções estão reservadas para a etapa seguinte, os 20 quilômetros entre Le Bleymard e Pont-de-Montvert.

No meio do caminho entre as duas cidades, o clima e a paisagem vão ganhando um aspecto rude e montanhoso, que moldam o temperamento dos seus habitantes. “O Cévennes oferece a pedra, apenas a pedra, os xistos lancinantes. Sentimos a luta do homem, seu trabalho teimoso, prodigioso, contra a natureza”, observava o historiador Jules Michelet em 1886.



Já dentro do Parque Nacional do Cévennes, atravessamos o Monte Lozère, o ponto mais alto da região. De difícil acesso no inverno, a subida não requer grande preparo nas demais estações, e o esforço ainda é compensado pelo visual. Em todo o trajeto, o rosa escuro das urzes contrasta com o cinza dos granitos e com o verde-musgo do gramado. A sobriedade daNardus stricta, uma planta resistente a qualquer clima, domina o solo. A todo momento cruza-se por montjoies — pequenos montes de pedras empilhadas, usados por antigos peregrinos para marcar o caminho em dias de neblina. O cume desencapado, conhecido como Pico de Finiels fica a 1.699 metros e oferece um panorama de quase 360 graus. Lá em cima, registrou Stevenson, o assovio do vento lembra o de “uma gigantesca chaleira”. Temporais são comuns no verão — uma capa de chuva na mochila é essencial.

O Monte Lozère foi uma das primeiras vias de comunicação entre as montanhas do Cévennes, servindo de esteira para o deslocamento sazonal de rebanhos. Na época de Stevenson, cerca de cem mil ovelhas desfilavam por seus gramados — número que foi reduzido para seis mil nos dias de hoje. Em junho, quando as temperaturas disparam, os animais se mudam para as alturas em busca de frescor e solidão.

Após o belo panorama do Pico de Finiels, começa o maior desafio da etapa: uma descida íngreme e traiçoeira, terrível para os joelhos. Deve-se tomar muito cuidado com os pedregulhos e os buracos. Ao final da longa descida, o caminho até Pont-de-Montvert volta a ficar tranquilo. Restam cerca de duas horas de uma trilha agradável entre florestas desmatadas e caos granítico.

COGUMELOS FRESCOS E CAMPOS DE URZES SOB O SOL

Com apenas 280 habitantes, o vilarejo de Pont-de-Montvert marca a entrada na área dos camisards, os protestantes cévenols que se revoltaram contra as perseguições impostas pelo rei Luís XIV. Foi em Pont-de-Montvert que a guerra religiosa eclodiu no Cévennes, entre 1702 e 1715. Católico, Stevenson desejava descobrir a história dos camisards protestantes — vencedores morais do conflito, apesar de derrotados militarmente.



A árdua resistência de 13 anos, que envolveu táticas de guerrilha e refúgios nas alturas (o Monte Lozère foi um dos principais esconderijos), impediu o plano de Luís XIV de aniquilar o protestantismo no país. Quando o autor chegou ao vilarejo, mais de 150 anos depois da guerra, a primeira coisa que encontrou foi um templo huguenote. Em torno dele, viu católicos e protestantes convivendo cordialmente, como ainda acontece nos dias de hoje.

Aos olhos de Stevenson, Pont-de-Montvert se distinguia de todas as outras cidades do caminho: “Com suas casas, suas trilhas, seu leito do rio deslumbrante, o lugar carrega um selo meridional indefinível”. O vilarejo é, de fato, um dos mais charmosos de toda a França. O Rio Tarn, que nasce à sua altura, atravessa suas três magníficas pontes.

Com 26 quilômetros, a etapa entre Pont-de-Montvert e Florac é um caminho que se conquista: são sete horas de muitas subidas e descidas, recompensadas por uma paisagem variada e espetacular. No alto do maciço de Bougès (a 1.421 metros), paralelo ao Monte Lozère, os campos de urzes brilham sob o sol, formando um tapete cor-de-rosa no campo seco e deserto. Outra atração são as castanheiras, que enfeitam os vales do Tarn.

Acampando em uma dessas florestas, Stevenson passou a noite mais tensa de sua viagem, incomodado com o calor e assustado com o barulho dos animais e das plantas. Durante o dia, no entanto, o lugar é só frescor e tranquilidade. Por sorte, cruzamos com alguns produtores do Tarn, que secavam ao sol seus cogumelos recém-colhidos.

Considerada a “porta do Cévennes”, Florac fica no coração do parque nacional, espremida entre dois sítios geológicos: o xisto do Cévennes e o granito do Monte Lozère. Sede da maioria das cooperativas agrícolas que abastecem os hotéis e restaurantes da região, é o lugar ideal para se achar os produtos do terroir: mel de urze (que é considerado um dos mais saborosos), creme de castanha, cogumelos secos e licores diversos, entre outras especialidades. Florac é uma espécie de ponto de resistência da economia globalizada: seus dois mil moradores protegem com mão de ferro sua cultura e suas tradições.

Depois do êxodo rural no século XX, a cidade voltou a receber, nos últimos anos, pessoas em busca de um modo de vida simples e autêntico. Em uma das ruas do centro histórico, cruzamos com um jovem em trajes típicos e bigode à la Tartarin de Tarascon, que podia tanto ser um agricultor da nova geração quanto um hipster lançando novas tendências.



Em Florac, vale a máxima de que a cooperação faz a força. Próxima da natureza, distante dos lugares de consumo, a cidade encontra uma verdadeira joie de vivre na relação fraterna de seus moradores e no enlace de suas festividades. Um exemplo é o Festival da Sopa, que no mês de outubro junta dezenas de caldeirões no meio da rua, oferecendo degustação de sopas de todas as regiões da França.

Até o restaurante mais sofisticado da redondeza, o L’Adonis, altamente recomendado pelo Guia Michelin, mantém-se fiel à simplicidade local, adaptando a alta gastronomia aos produtos do terroir.

PAISAGEM INTOCADA CONVIDA A UM PIQUENIQUE

Como se percebe nas etapas seguintes, Florac não é o único exemplo de preservação. Apesar do fluxo constante de turistas, o Cévennes conseguiu proteger suas áreas selvagens e o seu modo de vida rústico. Se o visitante ainda encontra as mesmas montanhas escarpadas, os mesmos vales profundos e os mesmos xistos milenares descritos pelo autor escocês há mais de cem anos, é em parte graças ao trabalho da Associação Sur le Chemin de Stevenson. Segundo Christian Brochier, presidente da associação, o período de alta temporada não pode passar de seis meses ao longo de um ano.

— É importante que o turismo no Cévennes não seja muito grande, isso mataria o charme do lugar — explica. — A característica do caminho é a descoberta de um território e de suas pessoas, e isso se faz de uma maneira pessoal, não agressiva. De outra forma, os randonneurs iriam embora. Esse é um caminho que precisa ser merecido pelos visitantes.

Brochier reconhece, contudo, os benefícios do turismo — o principal motor da economia do Cévennes.

— Os visitantes trouxeram uma saudável revitalização do tecido rural e do comércio dos vilarejos — diz. — Mas temos que controlar.



Os danos causados pela exploração excessiva ficam explícitos nas regiões vizinhas. Basta comparar as gargantas do Tarn e do Gardon, cujas águas desertas cruzamos nas últimas duas etapas, com as sobrecarregadas gargantas de Ardèche, a apenas 200 quilômetros dali, onde se amontoam campings, escolas de caiaques e bares.

No quarto dia, na parte final da etapa entre Florac e Cassagnas, passamos por rios e gargantas intocados, perfeitas para um piquenique. Margeada pelo Rio Gardon, uma via de ferro abandonada dá um toque de mistério ao caminho.

Em Cassagnas, reencontramos Nicole Vervialle e Christian Peltier, moradores de Nantes, com quem já havíamos cruzado no primeiro dia. Eles contam que se conheceram em 2012, durante uma caminhada. Hoje casados, resolveram começar uma nova vida andarilha: percorrem juntos, todos os anos, uma média de mil quilômetros a pé.

Os 14 dias nas florestas, gargantas e ravinas selvagens do Cévennes reforçaram ainda mais a “ética natural” do casal, explica Peltier.

— Procurando viver de maneira justa essa caminhada, com suavidade e desapego, compartilhamos a alegria de estarmos juntos, como um casal — diz.

Para Nicole, interessou também o contexto histórico da caminhada, ligada à vida de Stevenson e à guerra dos camisards.

— Em geral as pessoas procuram o Caminho de Compostela pelo aspecto religioso, já o Chemin Stevenson é pela história — diz. — Também conta a favor a questão prática, com etapas bem sinalizadas, pontuadas por acomodações.



A última etapa é das mais difíceis: são 24 quilômetros entre Saint-Germain de Calberte e Saint-Jean-du-Gard, destino final de Robert Stevenson e o ponto de entrada no departamento do Gard.

Aqui predominam o clima mediterrâneo e as paisagens da Garrigue, uma vegetação densa, de arbustos e gramíneas. Na primavera e no verão, um perfume de pinho, jasmim e alecrim acompanha todo o trajeto.

A região produz o Pélardon, queijo muito apreciado pelos antigos romanos, que espalharam diversas províncias por essas bandas. Típica cidadezinha do Languedoc, Saint-Jean-du-Gard é atravessada pelo Rio Gardon, com áreas de banho. No verão, as “praias” nos arredores da cidade ficam lotadas.

Do centro histórico, é possível pegar um trem a vapor do século XIX, que atravessa as florestas do Cévennes até a cidade de Anduze, classificada como uma das mais bonitas da França.

ESCRITOR ANDARILHO

Quase todo mundo já ouviu falar de clássicos como “A ilha do tesouro” e “O médico e monstro”, livros adotados em escolas e adaptados para o cinema. São eles que fizeram a fama de Robert Louis Stevenson. O autor escocês, contudo, não publicou apenas narrativas fantásticas e de aventura.




Apaixonado por caminhadas, ele escreveu uma série de ensaios sobre o tema. Nunca traduzido para o português, mas disponível inteiramente na internet em inglês, “Travels with a Donkey in the Cévennes” (“Viagens com uma mula no Cévennes”), de 1879, não está entre suas publicações mais famosas. Mesmo assim, foi responsável por popularizar a caminhada no Cévennes. O livro é indicado a todos que planejam se aventurar pela região.

SERVIÇO

Como chegar: A maneira mais rápida de chegar a Chasseradès é por trem. A pequena linha Marvejols — Mende — La Bastide Puylaurent passa todos os dias pela cidade de Nîmes (a cerca de três horas de TGV de Paris). Outra opção é pegar um ônibus em Alès.

Onde ficar: As principais cidades do Chemin de Stevenson contam com hotéis ou os chamados gîtes d’étapes (refúgios simples que acolhem os andarilhos). Não espere quartos luxuosos, mas estruturas razoáveis. Dê preferência a lugares que servem refeições com produtos do terroir.

A agência Chamina Voyages (chamina-voyages.com) organiza roteiros para o Chemin de Stevenson: o pacote inclui reservas em pousadas, com opção de transporte de bagagens entre cada etapa. O roteiro com sete noites de hospedagem custa desde € 595 por pessoa.

Passeios: A área em torno do Cévennes tem outros atrativos além do Chemin de Stevenson. Fora do trajeto, as sinuosas gargantas do Tarn, perto de Florac, merecem uma visita. Visível do alto do Monte Lozère, a subida do Monte Aigoual complementa a caminhada. O departamento do Gard é conhecido por seus monumentos romanos, como as arenas de Nîmes e o aqueduto da Pont du Gard. Um antigo trem a vapor realiza um belo passeio dentro do Cévennes entre Saint-Jean-du-Gard e Anduze."

Todas as fotos de Bolívar Torres, Agência O Globo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Uber será banido da França a partir de 2015

Aplicativo Uber é mostrado em telefone indiano, em Nova Délhi (Foto: AFP)

O Ministério do Interior da França anunciou nesta última segunda-feira (15) que, a partir de 1º de janeiro de 2015, o uso do UberPop, alternativa de baixo custo do aplicativo que permite contratar motoristas por meio do celular, será proibido.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que taxistas protestaram em Paris contra a "concorrência desleal" do Uber. "A lei votada sobre a regulamentação da profissão de taxistas e dos carros de turismo com motorista, que entrará em vigor em 1º de janeiro, é ainda mais exigente para esse tipo de empresa", disse o porta-voz do ministério, Pierre-Henry Brandet.

A assessoria de imprensa do Uber enviou comunicado alegando que "a decisão do tribunal não foi pela suspensão do UberPop", e que continuará "comprometida em oferecer soluções inovadoras de transporte que sejam seguras, confiáveis e acessíveis em 2015".

A pena pelo exercício irregular da profissão pode chegar a 300 mil euros de multa e dois anos de prisão. "Não é apenas ilegal fornecer o serviço, para o consumidor existe um verdadeiro perigo", acrescentou Brandet sobre a falta de seguro por parte dos motoristas.

No entanto, um representante dos manifestantes, Ibrahima Sylla, afirmou que os taxistas só ficarão tranquilos quando a lei for colocada no papel. Desde às 5h locais (2h de Brasília), dezenas de táxis se concentraram em locais como os aeroportos de Orly e Charles de Gaulle, em Paris, para protestar e causar engarrafamentos.

O serviço do aplicativo Uber já foi proibido em vários pontos dos Estados Unidos e em países como Bélgica, Espanha, Holanda e Tailândia.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

França desarticula rede que enviava jihadistas ao ISIS na Síria



A polícia francesa prendeu ontem (15) mais de 10 pessoas que integravam uma rede que enviava militantes jihadistas à Síria em várias operações em Toulouse (sul), Normandia (oeste) e na região de Paris.

A polícia antiterrorista e a Raid, uma unidade de elite das forças de segurança, tinham entre 10 e 15 alvos na operação cuja rede, de acordo com as primeiras informações, já teria enviado várias pessoas à Síria.

A França registrou o aumento nos últimos meses do número de pessoas dispostas a viajar para Síria e Iraque com o objetivo de lutar ao lado dos jihadistas. O governo está preocupado com a possibilidade de que cometam atentados em território francês em seu retorno.

O número de candidatos a combater na Síria teria aumentado em 80% desde o início de janeiro, segundo uma declaração recente do ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

Segundo estimativas oficiais, há atualmente quase 400 franceses estariam entre combatentes jihadistas na Síria e por volta de 50 franceses já teriam sido mortos em combates no país em guerra.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Nossos endereços favoritos em Abbesses


Apesar de estar no bairro boêmio de Montmartre, a Rue des Abbesses, que fica na parte baixa do bairro, logo aos pés da Sacré-Coeur, está meio fora do circuito turístico e, tanto a rua quanto o seu entorno estão atentos ao novo sem, entretanto, repudiar a sua alma e a sua história. Clique
aqui para assistir um vídeo e abaixo veja a nossa lista de favoritos naquela região.


PETIT PAN
Desde 2002, esta marca franco-chinesa traz um vento de leveza no universo da decoração infantil, com cores por toda parte: nas mantas, colchões, fraldeiros, almofadas, móbiles, lanternas de fada e até mesmo nas divertidas luminárias em forma de borboleta, peixe ou libélulas. Aberto todos os dias das 10h30 às 19h30.

10, Rue Yvonne-Le-Tac
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 23 63 78
www.petitpan.com


AESOP
A ultra moderna marca australiana criou este kit Jet Set (€33) composto por shampoo, amaciador, gel de limpeza e bálsamo aromático para viajantes organizados. Aberto todos os dias até às 19h00 (19h30 aos sábados e domingos).
15, Rue des Abbesses
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 64 82 94
www.aesop.com 


SPREE
Uma refinada galeria de Bruno Hadjadj e Roberta Oprandi apresentam peças assinadas por Kenzo, Marc Jacobs, Forte Forte, Isabel Marant, Tsumori Chisato, Cédric Charlier e ainda mobiliário como cadeiras Eames ou Thonet, acessórios e obras de arte. Em suma, um pouco de tudo com muito bom gosto. Aberto todos os dias, das 11h00 às 19h30 (das 15h00 às 19h00 aos sábados e domingos).

16, Rue La Vieuville
18ème arrondissement
Telefone:
01 42 23 41 40
www.spree.fr



CAFÉ TABAC
Fred e Charlotte, ele francês e ela australiana, fizeram da decoração retro de uma antiga tabacaria uma acolhedora e moderna coffee-shop onde servem ristrettos (€2,50), lattes e cappuccinos preparados com café de Genovese, uma renomada torrefação italiana estabelecida em Melbourne. Aberto de terça-feira a sexta-feira das 8h30 às 18h30 e ao fim-de-semana das 9h30 às 18h30.

2, Rue Durantin
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 51 44 53



GALERIE W
Inaugurada em 2008 por Éric Lauren – a quem devemos a descoberta de Miss Tic com seus stencils – conta agora com mais de 500 m2 de área de exposição, o que permite apresentar as obras de artistas como os pintores Denis Robert, Troy Henriksen ou o fotógrafo Vincent Bousserez. Aberto todos os dias das 10h30 às 20h00.

44, Rue Lepic
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 54 80 24
www.galeriew.com



EMMANUELLE ZYSMAN
Essa parisiense é uma designer de jóias que utiliza pedras preciosas com ouro, prata ou prata dourada que compõem um resultado chique e cheio de requinte, como evidenciado pelo bracelete "BB Frida" repleta de cornalinas (€295) e pela pulseira incrustada com turquesas "Garance" (€470). Aberto de segunda-feira a sábado das 11h00 às 19h00.

81, Rue des Martyrs
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 52 01 00
www.mmanuellezysman.fr



HOMIES
Uma super descolada multi-marcas, aberta há quinze anos e que oferece um universo pop, onde vendem exclusivas peças de Gaspard Yurkievich, Valentine Gauthier, Gat Rimon, D.Dikate, botas da Região da Camargue e jóias em peças únicas. Fechado às segundas-feiras e aos domingos pela manhã.

8, Rue des Abbesses
18ème arrondissement
Telefone: não fornecem (!)
www.homies.fr



LEKKER
Uma loja-conceito, inspirada em lojas de Amesterdam, tudo está à venda, até os móveis. As proprietárias Sophie e Solène selecionaram a dedo os criadores que mais gostavam para poder oferecer suas peças, entre eles Salomé Charly e suas joias em madeira, Jicqy les Mirettes e seus laços floridos e Wanted Gina e seus lindos calções estampados (€80). Como bônus aos clientes muda toda sua exposição de mercadorias a cada três meses. Aberto de terça-feira a domingo das 11h00 às 20h00.

35, Rue des Trois-Frères
18ème arrondissement
Telefone: não fornecem (!)
www.lekker.fr



LA BOULANGERIE COQUELICOT

Inaugurada em 1978, esta simpática padaria criada em 1978 espalha as suas mesas pelo terraço (quando o tempo permite, é claro) e toda a vizinhança vai tomar café da manhã ou almoçar enquanto degustam seus diversos tipos de pães, macarons e tortas. Fechado às segundas-feiras.

24, Rue des Abbesses
18ème arrondissement
Telefone: 01 46 06 18 77
www.coquelicot-montmartre.com

domingo, 14 de dezembro de 2014

Ex-musa da natação, Laure Manaudou é suspeita de roubar artigos na EuroDisney



Musa da natação nas últimas décadas, a francesa Laure Manaudou recebeu uma "advertência legal" depois de ter sido surpreendida na quinta-feira (11) com souvenirs supostamente roubados da Disneyland Paris e avaliados em 200 euros (R$ 661). A ex-nadadora, que visitou o parque de atrações com sua filha e uma amiga, sugeriu que tudo não passou de uma invenção.

Na França, uma "advertência legal" é uma medida para evitar processos na Justiça por pequenos atos de delinquência sem gravidade. Na quinta, Laure passou o final da tarde em uma delegacia de polícia depois que foram encontrados na sua bolsa artigos sem os tíquetes de compra. A informação, divulgada inicialmente pela rádio Europe 1, foi confirmada por uma fonte que acompanha a investigação.

Os investigadores não conseguiram confirmar se foi mesmo a ex-atleta que teria supostamente roubado as mercadorias. Ao contrário, Laure foi vista pelas câmeras de vídeo escolhendo os artigos e pagando-os no caixa.

De acordo com o jornal "Le Parisien" ela pagava souvenirs enquanto sua amiga era filmada roubando outros artigos. Na saída da loja, elas foram abordadas e as sacolas das duas continham objetos que não tinham sido pagos. Na bolsa de Manaudou foram encontrados bichos de pelúcia.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Fã de 'Assassin's Creed Unity' compara as duas Paris

Fã de 'Assassin's Creed Unity' sobrepôs foto da Catedral de Notre Dame no game ao ponto histórico  (Foto: Arquivo Pessoal/Damien Hypolite)

O francês Damien Hypolite, fã de "Assassin's Creed Unity" testou o grau de fidelidade da Paris retratada no game da maneira mais prática possível. De posse de algumas imagens impressas do jogo, ele foi a vários locais da cidade que aparecem em "Unity" e encaixou as fotos sobre pontos históricos, como a Catedral de Notre Dame e a praça onde ficava a Bastille.

"Hoje eu visitei Paris duas vezes", disse Hypolite em sua página no Tumblr. "Primeiro, em 1789, através dos olhos de Arno Victor Dorian, herói de 'Assassin's Creed Unity'. Depois, andando de bicicleta na chuva e comparando a Paris de 2014 com a Paris da Revolução Francesa recriada pela Ubisoft".

O resultado surpreende e mostra o nível de detalhamento e proporção que a capital francesa ganhou dentro de "Unity". Veja mais fotos abaixo e o restante do trabalho de Hypolite em sua página pessoal.

Damien Hypolite também levou foto de 'Assassin's Creed Unity' à praça em Paris onde ficava a Bastilha (Foto: Arquivo Pessoal/Damien Hypolite)

Ruas de Paris foram reconstruídas com fidelidade dentro do novo 'Assassin's Creed' (Foto: Arquivo Pessoal/Damien Hypolite)

Palácio de Versalhes ganha comparação com versão do game 'Assassin's Creed Unity' (Foto: Arquivo Pessoal/Damien Hypolite)\z

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

La Grande Roue de Paris alegra a Place de la Concorde



A tradicional roda gigante de Paris, com seus quase 65 metros de altura está de volta ao inverno parisiense - nos meses de verão ela fica no Jardin des Tuileries - e pode ser visitada junto ao Obelisco de Luxor, na Place de la Concorde, que marca o início da Avenue des Champs-Élysées.

La Grande Roue de Paris é sempre um passeio imperdível para quem visita a cidade pela primeira vez nesta época de festas natalinas porque, apesar do frio, suas cabines são aquecidas e a vista do alto dos seus 65m de altura é realmente, capaz de encantar adultos e, é claro, crianças.

Uma visão única de Paris, dos Champs-Elysées, das Tuileries, do Louvre, da Tour Eiffel, da Sacré Coeur, enfim de seus principais monumentos e, principalmente, das suas luzes de Natal.

La Grande Roue de Paris
Horários: todos os dias, das 10h30 à 00h00
Tarifas: adultos por 10 € e crianças com menos de 10 anos por 5 €

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Marché de Noël des Champs-Elysées



Até o dia 04 de janeiro, a sétima edição do Village de Noël des Champs-Elysées ocupará uma boa parte da Avenue des Champs-Elysees: instalada entre o Roind Point e a Place de la Concorde onde, tanto parisienses, quanto turistas aproveitam as ofertas dos cerca de 210 quiosques que tanto me fazem lembrar a Feira da Providência quando ainda era realizada às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

Segundo as autoridades responsáveis pelo evento, milhares de visitantes são esperados durante o período no qual estiver aberta ao público que, em sua grande maioria, procura produtos das diferentes regiões da França, comidinhas típicas e sabores diferentes - apesar de haver até um quiosque de uma churrascaria rodízio, bem brasileira.

Seus horários são bem generosos:
- de domingo à quinta, das 12h00 à 00h00
- às sextas e sábados, das 12h00 à 01h00

Metrô: Concorde, Champs-Elysées Clémenceau ou Franklin Roosevelt

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Paris em guerra contra os automóveis



Segundo O Globo e agências internacionais, a Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, quer banir completamente da cidade os gases emitidos por motores movidos a diesel até 2020. Para isso, ela anunciou, em entrevista ao “Journal du Dimanche” (“JDD”) neste fim de semana, que vai proibir a circulação de veículos nos quatros arrondissenments centrais da capital francesa:

“Nos quatro distritos centrais de Paris, à exceção de bicicletas, ônibus, táxis, os únicos veículos permitidos serão os de residentes, carros de entregas e de emergência”, disse ela ao semanário francês, acrescentando que o plano antipoluição será discutido no Conselho de Paris em 9 de fevereiro.

A proibição entrará em vigor inicialmente nos fins de semana, mas rapidamente deverá ser expandida para todos os dias da semana, segundo a prefeita. “Quero agir de forma eficaz, rápida e vigorosa”, disse Anne. “Porque a poluição é um tema maior, um grave problema de saúde pública, em particular para as populações mais vulneráveis.”

Além do problema da poluição, a prefeitura quer aliviar o trânsito na cidade. A área central de Paris engloba uma densidade populacional elevada para os padrões das cidades europeias. Os quatro arrondissements em questão, que formam uma importante região turística, enfrentam congestionamentos crônicos.

Em seu plano para erradicar o diesel das ruas de Paris, a prefeita quer estabelecer eixos de circulação reservados a veículos próprios. “A cartografia do ar de Paris mostra que a poluição de partículas se concentra em torno da periferia e em alguns eixos que criam um efeito chamado de cânios (sic). Esses corredores de poluição só serão autorizados aos veículos de ultra baixa emissão e proibido aos demais. Me refiro à rue de Rivoli, aos Champs-Élysées... Isso será feito inicialmente de forma experimental.

INVERTENDO A LÓGICA

A Prefeita lembrou que o uso da bicicleta como meio de transporte já está bem assentado na cultura parisiense. Ela acrescentou que o número de quilômetros de ciclovias será dobrado até 2020, por meio de “um plano bastante ambicioso”, que custará € 100 milhões ao longo de sua gestão. A ideia é permitir a integração de todas as portas de Paris, “mas também uma grande ligação Norte-Sul e outra Leste-Oeste”.

“Também quero estimular a bicicleta elétrica, estimulando a compra do Vélib. Tecnicamente, é viável. Também vamos desenvolver um projeto de instalação de postos para recarregar carros elétricos”, disse a prefeita prometendo assistência financeira também para a criação de garagens para bicicletas.

De certo modo, a proposta de Anne Hidalgo inverte uma lógica de planejamento urbano que vigorou nas principais metrópoles do mundo desde o fim do Século XIX, com foco nos automóveis. Uma das principais preocupações dos formuladores de política pública para as cidades era o escoamento do tráfego. Assim, a construção de avenidas, bulevares, viadutos, pontes, muitas vezes implicando a demolição de bairros inteiros, se sobrepôs a políticas de habitação e o desenvolvimento sustentável dos bairros.

Além da poluição do ar, esse raciocínio estimulou o transporte individual e esgotou as possibilidades de escoamento, gerando engarrafamentos crônicos em várias áreas da cidade. A inversão dessa lógica, por outro lado, coloca em questão a qualidade dos meios de transporte público e formas alternativas, como ciclovias. Não é à toa que mobilidade passou a ser uma das questões centrais das metrópoles neste início de Século XXI.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Brasil será homenageado no Salão do Livro de Paris 2015




A ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, anunciou nesta terça-feira (9) quais são os 48 escritores que representarão o Brasil no Salão do Livro de Paris em 2015. Na 35ª edição do evento, que acontece entre 20 e 23 de março, o Brasil será o país homenageado e contará com espaço destinado à venda, exposição de livros e palestras com autores.

Os autores escolhidos são Adauto Novaes, Adriana Lisboa, Adriana Lunardi, Affonso Romano de Sant'Anna, Alberto Mussa, Ana Miranda, Ana Paula Maia, Angela Lago, Bernardo Carvalho, Betty Mindlin, Betty Milan, Bosco Brasil, Carola Saavedra, Cristovão Tezza, Daniel Galera, Daniel Munduruku, Davi Kopenawa, Edney Silvestre, Edyr Augusto, Fabio Moon, Fernanda Torres, Fernando Morais, Férrez, João Carrascoza, Leonardo Boff, Lu Menezes, Luiz Ruffato, Marcelino Freire, Marcello Quitanilla, Maria Conceição Evaristo, Marina Colasanti, Michel Laub, Milton Hatoum, Nélida Piñon, Paloma Vidal, Patrícia Melo, Paulo Coelho, Paulo Lins, Ricardo Aleixo, Rodrigo Ciríaco, Roger Mello, Ronaldo Correia de Brito, S. Lobo, Sérgio Rodrigues, Sérgio Roveri e Tatiana Salem Levy.

Além deles, um acordo com a Academia Brasileira de Letras (ABL) permitiu levar mais três imortais para a capital francesa: Ana Maria Machado, Antônio Torres e Nélida Piñon.

As escolhas obedeceram aos seguintes critérios: autores com obras traduzidas para o francês; equilíbrio na seleção (incluindo autores novos e consagrados); abrangência de diversos gêneros literários; diversidade editorial; oportunidade igual para homens e mulheres e produções com diversidade étnica e cultural de profissionais de várias regiões do país.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Os sites e endereços das melhores enotecas de Paris



Veja abaixo o endereço e os sites das melhores lojas de vinhos da
capital francesa (para acessar seus sites, basta clicar em seus nomes):

Lavinia
3, Boulevard de la Madeleine
1er arrondissement

Legrand
1, Rue de la Banque
2ème arrondissement

Bordeauxthèque
Galeries Lafayette
40, Boulevard Haussmann
8ème arrondissement

Cave Elzevir
16, Rue Elzevir
3ème arrondissement

De Vinis Illustribus
48, Rue de la Montagne Sainte-Geneviève
5ème arrondissement

La Maison des Millésimes
137, Boulevard Saint-Germain
6ème arrondissement

La Cave de Joël Robuchon
3, Rue Paul-Louis Courier
7ème arrondissement

Les Caves Taillevent
199, Rue Faubourg-St-Honoré
8ème arrondissement

Caves Augé
116, Boulevard Haussmann
8ème arrondissement

Cave Balthazar
16, Rue Jules Guesde
14ème arrondissement

domingo, 7 de dezembro de 2014

Ameaças antisemitas mais que dobraram na França

Deux des trois agresseurs ont été placés en garde à vue, et un complice a été interpellé mercredi.

Segundo a fala do Ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, em um comício hoje para protestar contra um violento ataque a um jovem casal judeu, as ameaças e incidentes antisemitas mais que dobraram até agora este ano na França.

Três homens foram detidos pela polícia e compareceram perante um juiz na quarta-feira em relação à invasão de uma casa durante plena luz do dia nesta última segunda-feira (1), no subúrbio parisiense de Créteil, em que uma mulher de 19 anos de idade foi estuprada.

Seu namorado de 21 anos, que foi amarrado durante o ataque, disse que os homens tinham como alvo o apartamento porque eles sabiam que os moradores eram judeus e acreditavam que haveria dinheiro e objetos de valor na casa.

Falando a uma multidão de várias centenas de manifestantes, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse que o governo iria defender a comunidade judaica com "toda a sua força":
- "Temos de fazer da luta contra o racismo e antisemitismo uma causa nacional", disse ele.

A França tem a maior população judaica na Europa, tendo crescido em quase 50 por cento desde a Segunda Guerra Mundial para cerca de 550.000 judeus, de acordo com o grupo CRIF.

Mas incidentes violentos como os assassinatos de três crianças judias e um rabino pelo atirador militante islâmico Mohamed Merah, em 2012, e confrontos em comícios pró-palestinos em Paris em julho têm perturbado alguns membros da comunidade judaica.

Nos primeiros três meses de 2014 mais judeus deixaram a França para Israel do que em qualquer outro momento desde que o Estado judeu foi criado em 1948, citando dificuldades econômicas na estagnada França, mas também o crescente antisemitismo.

(Reportagem de Leila Abboud e Emmanuel Jarry / Reuters)

sábado, 6 de dezembro de 2014

Strasbourg tem feira de Natal dedicada à Bélgica



Bem pertinho da fronteira da França com a Alemanha, a cidade de Strasbourg na região de Alsace-Lorraine, realiza seu mercado natalino desde 1570. Com mais de 300 barraquinhas, que lá eles chamam de chalés, é um dos mais tradicionais e maiores da Europa.

O mercado, que foi aberto na última sexta-feira (28 de novembro), e se espalha por 11 pontos diferentes da cidade, atrai a cada ano cerca de dois milhões de visitantes e ficará até 31 de dezembro.

Entre os destaque deste ano, está a feirinha dedicada à Bélgica, que foi montada na Place Gutenberg.