quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Refaça os passos de Robert Stevenson no Sul da França

Paisagem da primeira etapa do Caminho Stevenson, no Sul da França Foto: Bolívar Torres / Agência O Globo

O jornalista Bolívar Torres, de O Globo, publicou hoje no Caderno Boa Viagem uma boa matéria sobre como turistas podem refazer nas montanhas de Cévennes, no sul da França, os passos de Robert Stevenson, um escritor que percorreu a pé a região no Século XIX, e escreveu um livro sobre o roteiro, que pode ser feito em até 14 dias. Segue a matéria:

"CHASSERADÉS — Quando Robert Louis Stevenson (1850-1894) chegou ao centro-sul da França para explorar o Cévennes, uma cadeia de montanhas abrigada pelos departamentos da Lozère e do Gard, teve logo que lidar com o estranhamento dos moradores. Em 1878, a área ainda se mantinha isolada. Ninguém entendeu a excentricidade do jovem escocês de 28 anos, à época futuro autor de clássicos como “O médico e o monstro” e “A ilha do tesouro”, que teimava em atravessar, a pé, aquele caminho repleto de florestas verticais, planaltos áridos, caos de pedras e vilarejos de ruas estreitas. “Olhavam para mim com uma piedade desdenhosa, como um indivíduo que tivesse empreendido uma viagem à Lua”, escreveu Stevenson no primeiro capítulo de seu “Viagens com uma mula no Cévennes”, que reconstrói seus 12 dias de caminhada solitária na região.

Lançado em 1879, antes que o autor alcançasse fama internacional, o livro é uma espécie de fotografia escrita desse recanto único da França, celebrado por paisagens intocadas e autenticidade dos habitantes, os reservados — mas hospitaleiros — cevenols. Stevenson mal desconfiava que, graças ao seu relato, seria reconhecido nos dias atuais como o pioneiro do turismo pedestre. Batizado como Chemin de Stevenson, seu trajeto se tornou um clássico entre hikers: todo ano, milhares de turistas reproduzem parte ou a totalidade do itinerário, atraídos pelo patrimônio histórico e natural do Cévennes, transformado em um parque natural de 15 mil hectares em 1970.

— Antes do Stevenson, as pessoas faziam longas caminhadas por motivo de trabalho, nunca para turismo — — diz Christian Brochier, presidente da Associação Chemin de Stevenson, que mobiliza projetos em torno do caminho e ajuda a manter o equilíbrio entre turismo e preservação na região. — Talvez ele tenha sido pioneiro da caminhada com uma mula.

Para levar mais de cem quilos de bagagem, o escritor alugou uma mula, Modestine, daí o título do livro.

TRILHA PASSA PELA ‘FRANÇA PROFUNDA’, ENTRE A FERROVIA E O CAOS DO GRANITO

Não se sabe muito bem o que levou Stevenson a se interessar por um lugar tão improvável quanto o Cévennes, mas dizem que uma dor de cotovelo estaria na origem da aventura. Em plena era vitoriana, ele vivia na boêmia, de namorico com uma mulher casada à época, a americana Fanny Osbourne, com que se casaria no ano seguinte. Na fossa depois que a amada regressou ao seu país natal, o autor resolveu mudar de ares. Em solo francês, poderia desbravar o palco da Guerra dos Camisards, uma revolta protestante que causou mais de 14 mil mortos. O evento deixou feridas que permanecem até hoje na cultura dos cévenols, um povo marcado pela resistência, e que vive atualmente da agricultura e do turismo.

Adepto do pedestrianismo desde cedo, o jovem escocês estabeleceu alguns princípios para a atividade: deve ser solitária, evitar distrações, e precisa ter como objetivo “paralisar o pensamento”. Nesse sentido, só se torna proveitosa quando leva o andarilho ao cansaço extremo, “purgado de toda estreiteza e orgulho”. “Viajo não para ir a algum lugar, mas para caminhar. Viajo pelo prazer de viajar”, escreveu o autor.

Para reviver as experiências de Stevenson, porém, não é obrigatório seguir a integralidade de seus passos, nem o rigor da sua filosofia. Há muitas maneiras de planejar o caminho. O original costuma ser feito em cerca de 14 dias. Estende-se por 252 km, indo da cidade de Le Puy-en-Velay até Saint-Jean-du-Gard (a versão moderna da caminhada inclui uma última etapa, nunca realizada pelo escritor, que vai até a cidade de Alès). Escolhemos partir de Chasseradès, mais ou menos na metade do trajeto, com destino a Saint-Jean-du-Gard, encurtando o percurso para seis dias e 121 km.



Esse roteiro, que começa no clima montanhoso do departamento da Lozère e vai progressivamente se meridionalizando até o Gard, concentra-se nos principais pontos turísticos do Chemin Stevenson. Embora seja uma minúscula comuna rural de apenas 150 habitantes, Chasseradès é abastecida por uma estação de trem, uma raridade entre as cidades do trajeto. Chegando no fim da tarde, na véspera da caminhada, reina o silêncio: da varanda da pousada, ouvem-se mugidos de vacas, ciclistas intermitentes, um e outro motor de carro. É a “França profunda”. Antes do jantar com produtos do terroir (codorna servida com cogumelos da floresta e batatas à dorê), o dono da pousada, Eric Chaptal, reclama da crise econômica e da falta de turistas:

— Ainda bem que existem os randonneurs (andarilhos). Eles estão nos salvando.

É a primeira vez que Chaptal recebe um turista brasileiro.

— Outro dia vi um ônibus com russos e já foi uma novidade. Agora, Brasil... É muito longe.

Na manhã seguinte, a caminhada começa cedo. São 18 kms até a cidade de Le Bleymard. Passando a pequena comuna, paralela à estrada, a linha de trem serpenteia ao longe, avançando sobre os campos da Lozère. Vindos de Port Elisabeth, África do Sul, André e Robyn Steyn interrompem a caminhada para fotografar as curvas da linha de trem, um dos mais populares cartões-postais do Chemin Stevenson. O casal conta que tirou um ano sabático para rodar o mundo, escolhendo a França como primeira parada. Assim que chegaram em Paris, entraram numa agência de viagens procurando por uma caminhada que não fosse extenuante nem complicada. Acharam que o Caminho de Compostela estaria lotado, e se assustaram com as subidas e descidas dos Alpes. Aí surgiu a opção pelo Stevenson. Completando em Chasseradès o oitavo dia de caminhada, os dois eram só elogios.

— Perguntamos para o agente de viagens quais são os lugares mais bonitos da França. Ele respondeu: “Tudo é bonito por aqui” — conta André. — Mas o Chemin Stevenson tinha a vantagem de ser prático e relativamente fácil. Também é menos cheio do que outros caminhos mais turísticos. Não nos arrependemos.

Robyn não estava apenas deslumbrada com a paisagem. Ela também se surpreendeu com a hospitalidade dos cévenols:

— Dizem que os franceses são chatos e arrogantes, mas só encontramos pessoas acolhedoras e gentis.

O trajeto Chasseradès-Le Bleymard não traz surpresas nem dificuldades. Poucas subidas, trilhas sombreadas e paisagens um tanto banais. Chega-se ao destino em menos de cinco horas, com folga. É um ótimo aquecimento, já que as grandes emoções estão reservadas para a etapa seguinte, os 20 quilômetros entre Le Bleymard e Pont-de-Montvert.

No meio do caminho entre as duas cidades, o clima e a paisagem vão ganhando um aspecto rude e montanhoso, que moldam o temperamento dos seus habitantes. “O Cévennes oferece a pedra, apenas a pedra, os xistos lancinantes. Sentimos a luta do homem, seu trabalho teimoso, prodigioso, contra a natureza”, observava o historiador Jules Michelet em 1886.



Já dentro do Parque Nacional do Cévennes, atravessamos o Monte Lozère, o ponto mais alto da região. De difícil acesso no inverno, a subida não requer grande preparo nas demais estações, e o esforço ainda é compensado pelo visual. Em todo o trajeto, o rosa escuro das urzes contrasta com o cinza dos granitos e com o verde-musgo do gramado. A sobriedade daNardus stricta, uma planta resistente a qualquer clima, domina o solo. A todo momento cruza-se por montjoies — pequenos montes de pedras empilhadas, usados por antigos peregrinos para marcar o caminho em dias de neblina. O cume desencapado, conhecido como Pico de Finiels fica a 1.699 metros e oferece um panorama de quase 360 graus. Lá em cima, registrou Stevenson, o assovio do vento lembra o de “uma gigantesca chaleira”. Temporais são comuns no verão — uma capa de chuva na mochila é essencial.

O Monte Lozère foi uma das primeiras vias de comunicação entre as montanhas do Cévennes, servindo de esteira para o deslocamento sazonal de rebanhos. Na época de Stevenson, cerca de cem mil ovelhas desfilavam por seus gramados — número que foi reduzido para seis mil nos dias de hoje. Em junho, quando as temperaturas disparam, os animais se mudam para as alturas em busca de frescor e solidão.

Após o belo panorama do Pico de Finiels, começa o maior desafio da etapa: uma descida íngreme e traiçoeira, terrível para os joelhos. Deve-se tomar muito cuidado com os pedregulhos e os buracos. Ao final da longa descida, o caminho até Pont-de-Montvert volta a ficar tranquilo. Restam cerca de duas horas de uma trilha agradável entre florestas desmatadas e caos granítico.

COGUMELOS FRESCOS E CAMPOS DE URZES SOB O SOL

Com apenas 280 habitantes, o vilarejo de Pont-de-Montvert marca a entrada na área dos camisards, os protestantes cévenols que se revoltaram contra as perseguições impostas pelo rei Luís XIV. Foi em Pont-de-Montvert que a guerra religiosa eclodiu no Cévennes, entre 1702 e 1715. Católico, Stevenson desejava descobrir a história dos camisards protestantes — vencedores morais do conflito, apesar de derrotados militarmente.



A árdua resistência de 13 anos, que envolveu táticas de guerrilha e refúgios nas alturas (o Monte Lozère foi um dos principais esconderijos), impediu o plano de Luís XIV de aniquilar o protestantismo no país. Quando o autor chegou ao vilarejo, mais de 150 anos depois da guerra, a primeira coisa que encontrou foi um templo huguenote. Em torno dele, viu católicos e protestantes convivendo cordialmente, como ainda acontece nos dias de hoje.

Aos olhos de Stevenson, Pont-de-Montvert se distinguia de todas as outras cidades do caminho: “Com suas casas, suas trilhas, seu leito do rio deslumbrante, o lugar carrega um selo meridional indefinível”. O vilarejo é, de fato, um dos mais charmosos de toda a França. O Rio Tarn, que nasce à sua altura, atravessa suas três magníficas pontes.

Com 26 quilômetros, a etapa entre Pont-de-Montvert e Florac é um caminho que se conquista: são sete horas de muitas subidas e descidas, recompensadas por uma paisagem variada e espetacular. No alto do maciço de Bougès (a 1.421 metros), paralelo ao Monte Lozère, os campos de urzes brilham sob o sol, formando um tapete cor-de-rosa no campo seco e deserto. Outra atração são as castanheiras, que enfeitam os vales do Tarn.

Acampando em uma dessas florestas, Stevenson passou a noite mais tensa de sua viagem, incomodado com o calor e assustado com o barulho dos animais e das plantas. Durante o dia, no entanto, o lugar é só frescor e tranquilidade. Por sorte, cruzamos com alguns produtores do Tarn, que secavam ao sol seus cogumelos recém-colhidos.

Considerada a “porta do Cévennes”, Florac fica no coração do parque nacional, espremida entre dois sítios geológicos: o xisto do Cévennes e o granito do Monte Lozère. Sede da maioria das cooperativas agrícolas que abastecem os hotéis e restaurantes da região, é o lugar ideal para se achar os produtos do terroir: mel de urze (que é considerado um dos mais saborosos), creme de castanha, cogumelos secos e licores diversos, entre outras especialidades. Florac é uma espécie de ponto de resistência da economia globalizada: seus dois mil moradores protegem com mão de ferro sua cultura e suas tradições.

Depois do êxodo rural no século XX, a cidade voltou a receber, nos últimos anos, pessoas em busca de um modo de vida simples e autêntico. Em uma das ruas do centro histórico, cruzamos com um jovem em trajes típicos e bigode à la Tartarin de Tarascon, que podia tanto ser um agricultor da nova geração quanto um hipster lançando novas tendências.



Em Florac, vale a máxima de que a cooperação faz a força. Próxima da natureza, distante dos lugares de consumo, a cidade encontra uma verdadeira joie de vivre na relação fraterna de seus moradores e no enlace de suas festividades. Um exemplo é o Festival da Sopa, que no mês de outubro junta dezenas de caldeirões no meio da rua, oferecendo degustação de sopas de todas as regiões da França.

Até o restaurante mais sofisticado da redondeza, o L’Adonis, altamente recomendado pelo Guia Michelin, mantém-se fiel à simplicidade local, adaptando a alta gastronomia aos produtos do terroir.

PAISAGEM INTOCADA CONVIDA A UM PIQUENIQUE

Como se percebe nas etapas seguintes, Florac não é o único exemplo de preservação. Apesar do fluxo constante de turistas, o Cévennes conseguiu proteger suas áreas selvagens e o seu modo de vida rústico. Se o visitante ainda encontra as mesmas montanhas escarpadas, os mesmos vales profundos e os mesmos xistos milenares descritos pelo autor escocês há mais de cem anos, é em parte graças ao trabalho da Associação Sur le Chemin de Stevenson. Segundo Christian Brochier, presidente da associação, o período de alta temporada não pode passar de seis meses ao longo de um ano.

— É importante que o turismo no Cévennes não seja muito grande, isso mataria o charme do lugar — explica. — A característica do caminho é a descoberta de um território e de suas pessoas, e isso se faz de uma maneira pessoal, não agressiva. De outra forma, os randonneurs iriam embora. Esse é um caminho que precisa ser merecido pelos visitantes.

Brochier reconhece, contudo, os benefícios do turismo — o principal motor da economia do Cévennes.

— Os visitantes trouxeram uma saudável revitalização do tecido rural e do comércio dos vilarejos — diz. — Mas temos que controlar.



Os danos causados pela exploração excessiva ficam explícitos nas regiões vizinhas. Basta comparar as gargantas do Tarn e do Gardon, cujas águas desertas cruzamos nas últimas duas etapas, com as sobrecarregadas gargantas de Ardèche, a apenas 200 quilômetros dali, onde se amontoam campings, escolas de caiaques e bares.

No quarto dia, na parte final da etapa entre Florac e Cassagnas, passamos por rios e gargantas intocados, perfeitas para um piquenique. Margeada pelo Rio Gardon, uma via de ferro abandonada dá um toque de mistério ao caminho.

Em Cassagnas, reencontramos Nicole Vervialle e Christian Peltier, moradores de Nantes, com quem já havíamos cruzado no primeiro dia. Eles contam que se conheceram em 2012, durante uma caminhada. Hoje casados, resolveram começar uma nova vida andarilha: percorrem juntos, todos os anos, uma média de mil quilômetros a pé.

Os 14 dias nas florestas, gargantas e ravinas selvagens do Cévennes reforçaram ainda mais a “ética natural” do casal, explica Peltier.

— Procurando viver de maneira justa essa caminhada, com suavidade e desapego, compartilhamos a alegria de estarmos juntos, como um casal — diz.

Para Nicole, interessou também o contexto histórico da caminhada, ligada à vida de Stevenson e à guerra dos camisards.

— Em geral as pessoas procuram o Caminho de Compostela pelo aspecto religioso, já o Chemin Stevenson é pela história — diz. — Também conta a favor a questão prática, com etapas bem sinalizadas, pontuadas por acomodações.



A última etapa é das mais difíceis: são 24 quilômetros entre Saint-Germain de Calberte e Saint-Jean-du-Gard, destino final de Robert Stevenson e o ponto de entrada no departamento do Gard.

Aqui predominam o clima mediterrâneo e as paisagens da Garrigue, uma vegetação densa, de arbustos e gramíneas. Na primavera e no verão, um perfume de pinho, jasmim e alecrim acompanha todo o trajeto.

A região produz o Pélardon, queijo muito apreciado pelos antigos romanos, que espalharam diversas províncias por essas bandas. Típica cidadezinha do Languedoc, Saint-Jean-du-Gard é atravessada pelo Rio Gardon, com áreas de banho. No verão, as “praias” nos arredores da cidade ficam lotadas.

Do centro histórico, é possível pegar um trem a vapor do século XIX, que atravessa as florestas do Cévennes até a cidade de Anduze, classificada como uma das mais bonitas da França.

ESCRITOR ANDARILHO

Quase todo mundo já ouviu falar de clássicos como “A ilha do tesouro” e “O médico e monstro”, livros adotados em escolas e adaptados para o cinema. São eles que fizeram a fama de Robert Louis Stevenson. O autor escocês, contudo, não publicou apenas narrativas fantásticas e de aventura.




Apaixonado por caminhadas, ele escreveu uma série de ensaios sobre o tema. Nunca traduzido para o português, mas disponível inteiramente na internet em inglês, “Travels with a Donkey in the Cévennes” (“Viagens com uma mula no Cévennes”), de 1879, não está entre suas publicações mais famosas. Mesmo assim, foi responsável por popularizar a caminhada no Cévennes. O livro é indicado a todos que planejam se aventurar pela região.

SERVIÇO

Como chegar: A maneira mais rápida de chegar a Chasseradès é por trem. A pequena linha Marvejols — Mende — La Bastide Puylaurent passa todos os dias pela cidade de Nîmes (a cerca de três horas de TGV de Paris). Outra opção é pegar um ônibus em Alès.

Onde ficar: As principais cidades do Chemin de Stevenson contam com hotéis ou os chamados gîtes d’étapes (refúgios simples que acolhem os andarilhos). Não espere quartos luxuosos, mas estruturas razoáveis. Dê preferência a lugares que servem refeições com produtos do terroir.

A agência Chamina Voyages (chamina-voyages.com) organiza roteiros para o Chemin de Stevenson: o pacote inclui reservas em pousadas, com opção de transporte de bagagens entre cada etapa. O roteiro com sete noites de hospedagem custa desde € 595 por pessoa.

Passeios: A área em torno do Cévennes tem outros atrativos além do Chemin de Stevenson. Fora do trajeto, as sinuosas gargantas do Tarn, perto de Florac, merecem uma visita. Visível do alto do Monte Lozère, a subida do Monte Aigoual complementa a caminhada. O departamento do Gard é conhecido por seus monumentos romanos, como as arenas de Nîmes e o aqueduto da Pont du Gard. Um antigo trem a vapor realiza um belo passeio dentro do Cévennes entre Saint-Jean-du-Gard e Anduze."

Todas as fotos de Bolívar Torres, Agência O Globo.

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