sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Tour Eiffel e suas cópias no mundo todo



Segundo a AFP, desde a inauguração da estrutura, há 125 anos, a Torre Eiffel vem sendo replicada em várias partes do mundo - querem ver? Me digam então o que Tóquio, Las Vegas, Hangzhou e Tegucigalpa têm em comum?

A resposta é: todas têm uma réplica - mais ou menos similar à original - da Torre Eiffel, o cartão-postal de Paris que há muito tempo se tornou um símbolo da cidade e da França.

Lista: Dez réplicas famosas e desconhecidas da Torre Eiffel

A imponente torre de ferro talvez seja o monumento mais replicado do mundo. Mas, mesmo a Sete, a empresa que administra a atividade turística na torre, diz ser impossível saber quantas versões há mundo afora. Algumas dessas Eiffels falsas ganharam fama própria, como a de Tóquio e a gigantesca cópia que decora a Strip de Las Vegas.

Outras são mais modestas ou kitsch; e estão em locais surpreendentes, como a capital boliviana, um jardim público à beira do Mar Negro, na Bulgária, e até na base da ONU no Líbano. A “Velha Dama de Ferro” de Paris é um sucesso de vendas. A agência de notícias e fotos francesa AFP recebe muitos pedidos de fotos da estrutura de ferro de 125 anos.

Inaugurada em 1999, a réplica da Torre Eiffel no cassino Paris Las Vegas a princípio deveria ser mais alta do que a original, que alcança 324 metros de altura - incluindo a antena. Mas os arquitetos tiveram de conter sua ambição pela metade, por conta da proximidade do cartão-postal com o aeroporto da Cidade do Pecado. A torre em Vegas tem 165 metros de altura e tem como vizinha uma réplica do Arco do Triunfo e de outros pontos icônicos de Paris.

A torre de Tóquio, construída em 1958 e pintada de vermelho e branco, é uma das poucas a ultrapassar em altura a original. Tem 333 metros, embora tenha sido temporariamente reduzida a 312 metros em 2011 - o terremoto de 2011 acabou danificando a antena, que teve de ser retirada para conserto. A torre de televisão se mantém um símbolo da capital chinesa, mesmo diante da torre Tokyo Sky Tree, inaugurada em 2012 com quase o dobro de altura.

Ainda que não sejam tão altas quanto a torre Eiffel, algumas cópias são tão grandiosas quanto. Caso do cartão-postal de Hangzhou, na China: fica no centro do empreendimento inspirado na capital francesa, Tianducheng, com 108 metros de altura.

Há outras cidades batizadas de Paris, e algumas delas têm suas torres. Parizh, no pé dos Montes Urais no Sul da Rússia, foi fundada em 1842 para celebrar a vitória russa sobre as forças napoleônicas 30 anos antes. Hoje, tem uma torre de telefone celular, inaugurada em 2005, idêntica à Torre Eiffel.

Nunca houve políticas de direitos de imagem ao cartão-postal parisiense. De camelôs a fabricantes de chocolate a investidores megalomaníacos, qualquer um pode criar uma cópia da torre. O nome, Torre Eiffel, porém, é uma marca registrada. Quem quiser um restaurante ou perfume homônimos, precisa pagar direitos autorais. O valor depende da dimensão do empreendimento.

Da mesma forma, a iluminação pensada pelo engenheiro Pierre Bideau e inaugurada no Ano Novo de 1985 é compreendida como “oeuvre de l'esprit” - um trabaho intelectual. Portanto, é proibido replicá-la.

O que os administradores da Torre Eiffel pensam das imitações?

- Nós adoramos - disse Jean-Bernard Bros, presidente da Sete. - É o preço que se paga pelo sucesso. A Torre Eiffel é imitada, copiada, reproduzida, mas nunca equalizada. As réplicas só fazem as pessoas quererem ver a original. Nossa Torre Eiffel tem algo que ninguém pode tirar: Paris.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Menu de restaurantes franceses indicará uso de alimentos processados



Segundo informações do Dow Jones Newswires, o Parlamento da França aprovou na quarta-feira uma lei que obriga restaurantes a dar mais informações aos consumidores sobre o que está em seus pratos, em uma tentativa de conter o uso crescente de alimentos processados e preservar o patrimônio gastronômico do país.

O projeto, aprovado por 177 votos a 170 pelos senadores franceses ontem, exige que os restaurantes indiquem claramente quais pratos no menu foram preparados a partir de produtos frescos dentro de suas cozinhas e quais foram obtidos fora.

O governo disse que a nova lei seria detalhada em um decreto de implementação em março, mas salientou que itens feitos a mão serão carimbados com o selo 'fait maison' (feito em casa). 'A menção ajudará a promover o trabalho de profissionais de restaurantes que estão focados na qualidade', disse Sylvia Pinel, ministra para produtos artesanais, comércio e turismo em comunicado.

Grupos de lobby de restaurantes elogiaram o novo sistema, mas expressaram preocupação de que às vezes pode ser difícil traçar uma linha entre caseiro e não caseiro. 'Estamos esperando para obter os detalhes', disse Martine Croharé, porta-voz do sindicato de restaurantes e hotéis CPIH.

Analistas questionaram se o selo 'caseiro' sozinho ajudaria a conter o setor agroindustrial em constante expansão, que está galgando posições na cadeia de valor agregado em busca de maiores margens, fornecendo a consumidores e restaurantes refeições prontas.

Um dos principais motores da migração para alimentos processados tem sido o alto custo do trabalho. Muitos donos de restaurantes acham mais fácil comprar alimentos preparados industrialmente e aquecê-lo ou montá-lo em suas cozinhas do que contratar funcionários adicionais para criar pratos a partir de produtos crus.

Os alimentos processados entraram nas cozinhas de restaurantes franceses na década de 1960, quando caldos de carne e peixe desidratados ajudaram cozinheiros de restaurante a pular longas horas na preparação de molhos. A participação dos processados na cozinha francesa só aumentou desde então, com ingredientes frescos perdendo espaço para congelados na década de 1990, e alimentos totalmente preparados industrialmente sendo servidos a partir dos anos 2000.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Morre François Cavanna, criador de "Hara-Kiri" e "Charlie Hebdo"

O escritor e cartunista francês François Cavanna, em foto de outubro de 1978, posa na redação da revista satírica 'Charlie Hebdo', em Paris (Foto: Stringer/AFP)

Morreu hoje (29) aos 90 anos de idade, François Cavanna, fundador das revistas satíricas "Hara-Kiri" e "Charlie Hebdo".

"Com ele desaparece um grande sacerdote do humor na França, mas Cavanna não morreu de todo: Charlie Hebdo continua vivo", disse Charb, atual diretor da publicação.

Ao fundar a "Hara-Kiri", nos anos 1960, "protagonizou uma pequena revolução na imprensa e a forma de fazer humor", completou Charb. "Muitos humoristas devem muito a ele sem saber", disse.

A "Hara-Kiri" ganhou fama ao ter como manchete após a morte de Charles De Gaulle (1890-1970): "Baile trágico em Colombey: 1 morto". A publicação, cujo título irônico fazia referência a uma notícia policial real ocorrida na mesma localidade onde morreu De Gaulle, foi proibida no dia seguinte.

Cavanna não parou de escrever durante mais de meio século. Jornalista, desenhista, romancista, autor de quase 60 livros, impôs uma forma de humor sem tabus nem limites que influenciou várias gerações de autores.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Há 1.200 anos morria Carlos Magno

Karl der Grosse Macht Kunst Schätze Ausstellung in Aachen Oktogon

Primeiro europeu, bárbaro, guerreiro cristão: muitos adjetivos são associados a Carlos Magno, que morreu em 28 de janeiro de 814. Mas o que ficou de seu governo?

O legado de Carlos Magno, 1.200 anos após sua morte é enorne: antes de Carlos Magno, a Europa Ocidental era uma região desolada, um ponto em branco no mapa, atrasada tanto nos aspectos civilizatório quanto cultural, em relação ao que havia sido alcançado pelos povos na Antiguidade. E justamente por isso o legado de Carlos Magno é tão impressionante.

Ao morrer em seu castelo favorito, o palácio imperial de Aachen, ele havia conseguido formar um império unindo povos antes em guerra, impulsionado a economia, montado uma administração eficaz e lançado uma ofensiva pela educação. Em 814, Carlos Magno reinava sobre um território que se estendia do Mar do Norte à região dos Abruzos (Itália), do Rio Elba até o Ebro, do Lago Balaton (Hungria) até a Bretanha. Tão importante quanto a unidade territorial lhe era a união política interna.

Mais perguntas do que respostas

Quem era esse homem que conseguiu o aparentemente impossível? Pouco se sabe sobre sua vida pessoal. A data da morte é conhecida, mas não quando ele nasceu. Em sua aclamada biografia sobre Carlos Magno, o pesquisador alemão Johannes Fried aponta como data "muito provável" o dia 2 de abril de 748. Onde, não se sabe.

Outro escritor alemão, Stefan Weinfurter, que escreveu um livro por ocasião dos 1.200 anos da morte do rei dos francos, lembra que muitos locais se vangloriam terem sido o berço do grande governante.

É possível que ele tenha nascido na abadia beneditina de Prüm, na região alemã de Eifel; ou em Düren, perto de Aachen; ou ainda em Quierzy, no norte da França. O que se sabe ao certo é que seus pais eram Berta de Laon e Pepino, o Breve, este nascido em Saint-Denis, perto de Paris, e desde 751 rei dos francos.

Mas quem eram os francos? Alemães, franceses? Nem um nem outro, ou ambos ao mesmo tempo. A área de domínio carolíngio (a dinastia de Carlos Magno) ficava entre as cidades de Aachen, na hoje Alemanha, e Metz, hoje território francês. O avô de Carlos Magno havia conseguido congregar as duas principais partes do Reino Franco: a Nêustria, no oeste, que se estendia de Paris a Soissons, de Tours a Nantes; e a Austrásia, no leste, em forma de quadrilátero, ligando Tournai, Colônia, Metz e Fulda.

O reino era uma colorida mistura multiétnica, com tradições e normas próprias: "Havia os romanos, os visigodos, os alamanos, os bávaros, e assim por diante, conta Weinfurter.

Em busca de um elo unificador

Carlos Magno assumiu o trono aos 20 anos de idade. Sua missão foi formar um império a partir de uma colcha de retalhos. "Não foi fácil para ele impor fundamentos que fossem obrigatórios para todos. Essa base foram leis que forneceram normas e valores para garantir a ordem na sociedade", explica Weinfurter. Segundo o historiador, o êxito de Carlos Magno se deve ao conceito de supremacia da unificação.

O objetivo era introduzir padrões vinculativos e normas legais em todo o reino franco. "Essa unificação introduziu medidas padrão e a uniformização da moeda, gerando de certa forma uma área de moeda única." O denário de prata criado por Carlos Magno é, portanto, uma espécie de precursor do euro.

"Para melhorar o sistema de comunicação, ele desenvolveu uma rede de mensageiros. Em poucos dias, um mensageiro podia superar longas distâncias", acrescenta Weinfurter.

Teocracia

Carlos Magno organizou a Igreja e o império, criou um exército eficiente e impulsionou uma campanha de educação em massa. Seu sonho era a educação obrigatória para todos, incluindo meninas. "A ligação entre política, ciência e educação era tão forte na época que cientistas hoje acham que nunca mais houve na Europa uma ofensiva como aquela".

Ele não conseguiu implementar todas as suas ideias, mas ao menos concretizou seu sonho pouco a pouco. "Ele ambicionava uma espécie de reino de Deus na Terra. As pessoas no seu reino eram "o povo de Deus" e somente sua ordem conduzia à 'salvação das almas'".

Isso se baseava em De Civitate Dei (A Cidade de Deus), a obra preferida de Carlos Magno, escrita no século 5º. Nela, Santo Agostinho descreve o mundo, dividido entre o dos homens (o mundo terreno) e o dos céus (o mundo espiritual). "Este livro pode ser considerado um guia da política de Carlos Magno", diz Weinfurter.

Luzes e sombras

"Carlos Magno era uma pessoa de grande estatura, mais alto que seus contemporâneos", escreve o historiador John Fried. E ele não era condescendente com seus adversários. Em apenas dois de seus 46 anos de governo não promoveu uma guerra. Muitas vezes elas até mesmo aconteciam em várias frentes. A guerra contra os saxões é considerada a mais sangrenta de sua vida. Motivada por disputas de fronteiras, começou em 772 e durou 33 anos. Humilhados, os saxões foram convertidos à força ao cristianismo.

Um rei cruel, mas ao mesmo tempo religioso. O Natal do ano 800 ele passou em Roma, com o papa Leão 3º. Existem várias versões sobre o que aconteceu realmente naquele 25 de dezembro, em que o Papa acabou coroando o rei franco como imperador do Sacro Império Romano, investindo-o da suprema autoridade temporal sobre os povos cristãos do Ocidente.

A realidade é que "ele já era tratado como um imperador pelos que lhe estavam próximos", explica Stefan Weinfurter.

Também os conflitos que se sucederam com o imperador bizantino, que se via como o único sucessor legítimo do Império Romano, foram solucionados através de meios diplomáticos e militares por Carlos Magno.

Carlos Magno foi um governante "bom" ou "ruim"? Qual o saldo de seu governo? "Em cada época esta questão tem uma resposta diferente", diz Weinfurter. Logo depois de sua morte, ele foi um imperador altamente reverenciado por alguns. "Para outros, ele era um vilão com escapadas sexuais que o levaram ao limbo do inferno."

Também Napoleão e o regime nazista usaram seu nome. Mas de formas distintas: "Como um pai de uma Europa germânica e, por outro lado, como o assassino dos saxões. São essas as imagens – boa e má – que acompanham Carlos Magno, diz o historiador.

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O império contra ataca em Paris



A partir de 15 de fevereiro o império criado por George Lucas ataca novamente: depois de exposições em Montreal e Ottawa, a Cité du Cinéma, em Paris-Saint-Denis abriga a mostra "Star Wars Identities", um verdadeiro "tour de force".

Em parceria com o Lucas Art Museum e o Montreal Science Centre, dois estúdios de filmagem com 2.000 m² e mais de 200 artigos originais lançam luz sobre os personagens menos conhecidos da saga, o que serve para aguçar ainda mais o apetite para o lançamento do Episódio VII, previsto para 18 de dezembro de 2015.

Cité du Cinéma
20, Rue Ampère
Saint-Denis
www.starwarsidentities.fr

domingo, 26 de janeiro de 2014

Paris e suas caminhonetes de hambúrgueres



Outra novidade que vem se tornando cada vez mais popular em Paris são as caminhonetes que atraem longas filas de clientes em busca de hambúrgueres: até os críticos de gastronomia mais influentes já começam a listar seus locais favoritos para comer hambúrguer.

Uma pesquisa de 2012, realizada pela consultoria de mercado de consumo NPD Group, mostrou que os franceses são os maiores consumidores de hambúrguer na Europa continental, com 14 hambúrgueres por pessoa por ano. Isso supera os alemães, com 12, e só perde para os britânicos, que consomem 17 sanduíches desse tipo por ano.

E, uma grande surpresa: esse levantamento também mostrou que os franceses comem três vezes mais hambúrgueres do que o convencional bife.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Há 90 anos Chamonix recebia os Primeiros Jogos Olímpicos de Inverno



Há 90 anos, em 25 de janeiro de 1924, iniciava-se a Semana Internacional de Desportos de Inverno, cujo grande êxito fez com que o COI, no ano seguinte, proclamasse a competição de 1924 como os "Primeiros Jogos Olímpicos de Inverno".

Sediada em Chamonix, na base do Mont Blanc – a montanha mais alta dos Alpes, a Semana Internacional de Desportos de Inverno contou com 258 atletas de 16 países – 247 homens e 11 mulheres que disputaram o diversas modalidades.

Com a chegada da Segunda Guerra Mundial foi inviabilizada a disputa de inúmeras competições esportivas internacionais, e com as Olimpíadas não foi diferente: tanto os jogos de verão como os de inverno foram cancelados em 1940 e em 1944.

Os Jogos de Inverno foram realizados no mesmo ano das Olimpíadas de verão até 1992, em Albertville, na França mas, a partir das Olimpíadas de 1994, em Lillehammer (Noruega), os Jogos de Inverno passaram a ser disputados nos anos pares não coincidentes com os Jogos de Verão.

Pela ausência de condições climáticas propícias para a prática dos esportes de inverno, o Brasil não tem tradição nos Jogos de Inverno e sua participação, assim como as de outros países tropicais, acaba causando estranheza nos demais participantes.

Segundo o histórico do Comitê Olímpico Brasileiro, a participação brasileira em Jogos Olímpicos de Inverno se iniciou em Albertville, em 1992, quando o Brasil foi representado por sete atletas, todos do esqui alpino.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Bistrô parisiense aposta em pratos com insetos

Bistrô parisiense aposta em pratos com insetos (Foto: BBC)

Conhecida mundialmente pela culinária refinada, a França começa a abrir espaço para receitas alternativas, mais ousadas, como a de um bistrô parisiense onde o Chef busca experimentar ingredientes originais e formas alternativas de alimentar a clientela.

Assista ao vídeo (se necessário desabilite o bloqueador de pop-ups)

O Chef diz que cozinhar com grilos e besouros une dois de seus maiores interesses: o primeiro é tentar responder a como a população mundial será alimentada nas próximas décadas e o segundo, experimentar ingredientes originais.

Segundo ele, a maioria dos clientes aprova suas receitas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Arnaud Lallement, o Chef do Ano do Gault & Millau

Gault Millau 2014 Arnaud Lallement est le cuisinier de l'année -DR

Segundo informações da France Presse e de O Globo, o Guia Gault & Millau elegeu Arnaud Lallementcomo Chef do Ano.

Com apenas 39 anos, o chef francês Arnaud Lallement que herdou o restaurante dos pais há quatro anos. Hoje, faz menus modernos com ingredientes sazonais da região e conta com ainda com duas estrelas no Guia Michelin por seu restaurante l'Assiette champenoise em Reims, na região de Champagne - falta apenas uma para ser considerado um dos melhores estabelecimentos gastronômicos do mundo.

Nomeado chef do ano pelo guia francês Gault & Millau, ele se destaca por ser um dos chefs mais jovens e mais premiados. Em seu restaurante, prepara pratos modernos com produtos sazonais da região de Champagne. Mas qual o ingrediente por trás de tanto sucesso?

- Nossas comidas casam bem com os champanhes da região. Fazemos os pratos para harmonizar com este importante ingrediente. Ele está presente na hora de servir, em todas as comidas e para qualquer cliente que desejar - conta Lallement.

A cozinha sempre fez parte da vida de Lallement. Os pais fundaram um restaurante em 1975, justamente o ano em que ele nasceu. Desde 2002, após a morte do pai, ele ficou responsável pelo negócio familiar. Aprimorou o dom e, hoje, seu premiado cardápio tem um preço. Um almoço, durante um dia útil, custa entre 68 e 198 euros. E mesmo os mais caros, não incluem bebidas.

Durante a entrevista, o chef preparava o menu do dia, com lagostim, que tenta aproveitar ao máximo:

- No lagostim as entranhas ficam no interior da cabeça e não servem para o caldo. Usamos as pinças para jogar o suco de um lado para o outro, assim, tudo que está no prato é feito do lagostim - explica.

Comandar 70 cozinheiros e colecionar prêmios importantes com tão pouca idade, parece não ser o suficiente para este chef. Enquanto busca a terceira estrela do Guia Michelin, as singelas receitas de Lallement já brilham no cenário gastronômico internacional.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

França e Alemanha: boas amigas há 61 anos



Há 61 anos, no dia 22 de janeiro de 1963, o Chanceler alemão Konrad Adenauer e o Presidente francês Charles de Gaulle assinaram, em Paris, o tratado da amizade franco-alemã.

A surpresa foi enorme. Ao retornar a Bonn, o chanceler federal Konrad Adenauer dirigiu-se aos jornalistas alemães: "Tentamos mostrar aos franceses que também poderíamos ser bons vizinhos, e tentamos mostrar aos franceses que o interesse comum está em que seja criada uma permanente boa relação entre a França e a Alemanha."

Não foi à-toa que o chanceler falou inicialmente de uma tentativa. Desde cedo, os dois países buscaram o caminho da reconciliação definitiva. O presidente Charles de Gaulle, chefe de Estado francês desde 1958, foi sem dúvida quem fomentou este processo.

Adenauer tinha uma posição dúbia: ele sabia que estava no final da sua carreira política e desejava deixar aos seus sucessores uma política internacional alemã estável. Mas não se entusiasmava em ter, eventualmente, de afrouxar os laços com os Estados Unidos e a Otan, por causa da França.

Europa forte e independente dos EUA

Contudo, uma visão comum uniu os dois políticos: uma Europa poderosa deveria atuar no palco da política internacional de forma independente, mas não contra os Estados Unidos. A viagem triunfal de Adenauer à França, em junho de 1962, foi seguida da viagem igualmente bem-sucedida de Charles de Gaulle à Alemanha, em setembro do mesmo ano.

Em Ludwigsburg, o presidente francês dirigiu-se à juventude alemã: "Eu os felicito por serem jovens alemães, isto é, filhos de um grande povo. Sim, um grande povo que, no transcurso da sua história, cometeu às vezes grandes erros. Mas um povo que também deu ao mundo valores espirituais, científicos, artísticos, filosóficos".

Uma semana depois que Paris rechaçou o ingresso da Grã-Bretanha na Comunidade Econômica Europeia, eram poucos os que acreditavam num tratado franco-alemão. Mas o chanceler alemão não se deixou convencer do fracasso: "Estamos tratando desta cooperação com a França há anos. E, após a sua visita à Alemanha, o presidente De Gaulle propôs que se aproveitassem estas questões para uma ação conjunta e para uma concepção comum, a fim de criarmos algo permanente e consolidado".

Um preâmbulo antigaullista

O tratado, sem caráter de compromisso, foi aprovado com grande maioria pelo Parlamento Federal alemão, em 16 de maio de 1963. Ele foi complementado, no entanto, com um preâmbulo que poderia ser entendido como uma clara crítica à política gaullista. O chanceler alemão esforçou-se para evitar danos políticos.

Da mesma forma como De Gaulle, um ano antes, se dirigira ao povo vizinho em alemão, também Adenauer fez a sua avaliação pessoal da situação no idioma do país vizinho, o francês, afirmando: "Sou da opinião de que o acontecimento mais importante foi a assinatura deste tratado em 22 de janeiro de 1963. Sem este tratado, não há nenhuma união europeia. Os métodos podem mudar, mas o mais importante é nunca perder a confiança dos amigos".

Os críticos da época afirmaram que os tratados raramente têm duração e alguns compararam os documentos de Paris com um buquê de rosas, que não dura muito. Adenauer, cuja paixão pessoal era o cultivo de roseiras, teve de responder a isso.

Sua resposta foi relembrada pelo seu sucessor Helmut Kohl, na comemoração do 20º aniversário do tratado: "Naturalmente, elas têm a sua época, mas as roseiras são as plantas mais duradouras que possuímos. Elas têm espinhos, aqui e ali, por isso é preciso pegá-las com cuidado, mas resistem a todo o inverno. A amizade entre a França e a Alemanha é como uma roseira, que sempre volta a florescer, que sempre dá botões e resiste inteiramente aos rigores do inverno".

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 22.01.2014)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Panthéon Bouddhique: uma Paris zen



O Panthéon Bouddhique está instalado a poucos metros do Arc de Triomphe e da Place de l'Étoile e é um recanto de paz para aqueles que pretendem descobrir as 250 obras asiáticas trazidas em 1876 por Émile Guimet - o templo budista é um anexo do Musée Guimet, inteiramente dedicado às artes asiáticas.

Passear à sombra dos bambuzais de um charmoso jardim japonês, se o tempo permitir, ou participar de uma iniciação aos preceitos da Cerimônia do Chá e suas quatro disciplinas, Harmonia (Wa), Respeito (Kei), Pureza (Sei) e Serenidade (Jaku) são um privilégio da Paris zen.

Panthéon Bouddhique
19, Avenue d'Iéna
16ème arrondissement
Telefone: 01 40 73 88 00

www.guimet.fr/fr/Pantheon-bouddhique

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Em Paris, o Musée Zadkine apresenta a Rússia antiga




Em maio de 1909, Sergueï Mikhaïlovitch Procoudine-Gorsky (1863-1944) foi recebido pelo Grão Duque Mikhaïl Alexandrovitch, em São Petersburgo, tendo o Tzar entre seus convidados para assistir às projeções.

Fotógrafo amador e grande incentivador das artes, o Tzar ordena que Procoudine-Gorsky percorra todo o Império de trem e de barco especialmente equipados para a missão de retratar a Rússia de então, entre 1909 e 1916.

Foram milhares de fotografias realizadas nos Urais, no vale do Volga, em Murmansk, na Sibéria, no Daguestão, no Azerbaidjão, no Kirghizistão, no Oubekistão, e ainda nas míticas cidades de Boukhara e de Samarkand.

Cerca de 2000 destas fotografias retiradas da Rússia em 1918 - foram adquiridas pela Biblioteca do Congresso americano em Washington, em 1948 e onde permaneceram estocadas e intocadas por quase um século.

Até agora, quando estarão expostas até o dia 13 de abril no Musée Zadkine.

100 bis, Rue d'Assas
6ème arrondissement
Telefone: 01 55 42 77 20
www.zadkine.paris.fr


domingo, 19 de janeiro de 2014

Sem o Indy, Paris amanheceu mais triste



Sábado (18), depois de 13 anos e 4 dias ao meu lado, Dr. Indiana Jones - Indy, para o mais íntimos - meu cachorro morreu. Aliás o Indy era muito mais que um cachorro, foi um companheiro fiel e um amigo amado.

Ele teve uma vida longa, Shar-Peis têm vida média de 11 anos e cheia de amor e de aventura: enquanto morei no Rio ele visitou Búzios, Teresópolis e Petrópolis mas, quando me mudei para Paris, o cãozinho ficou ávido por passeios e esteve em Cannes, Lyon, Mont Saint Michel, Chamonix, Cologne e Amsterdam - fora as cidades onde, no meio do caminho, parou para um rápido pipi.

Sempre perto, sentado ou deitado ao lado de minha mesa de trabalho, cama ou sofá agora vai se fazer sentir pela ausência e, espero, muito mais pelas boas lembranças e bons momentos que dividimos ao longo destes 13 anos e 4 dias.

Um aperto nessas pelancas e dobrinhas que amo, Indy querido. Um dia a gente se vê.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Henri Cartier-Bresson: o olhar do Século XX em Paris

"Foule attendant devant une banque", de 1949, foi tirada em Shanghai Foto: Henri Cartier-Bresson / Magnum Photos/Divulgação
"Foule attendant devant une banque", de 1949, foi tirada em Shanghai
por Henri Cartier-Bresson / Magnum Photos. Foto: divulgação

O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou nesta sexta (17), uma excelente matéria sobre Henri Cartier-Bresson : o famoso fotógrafo ganhará uma retrospectiva no Centre Georges Pompidou, que ficará em cartaz entre 12 de fevereiro e 9 de junho.

Abaixo reproduzo e recomendo a leitura, segue o texto:

Fotografar é “colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração”, dizia Henri Cartier-Bresson. “É uma forma de viver”. Uma década após sua morte, aos 95 anos, o inesquecível e inimitável fotógrafo, conhecido como “o olhar do século”, será tema da primeira grande retrospectiva europeia, organizada pelo Centre Georges Pompidou (centrepompidou.fr), em Paris. É um dos mais aguardados eventos na área da arte da fotografia em 2014, e deverá ser um dos mais visitados, em
cartaz de 12 de fevereiro a 9 de junho.

Veja mais fotos de Cartier-Bresson

A mostra reunirá 350 fotografias, filmes e documentos de arquivos, com a ambição de fazer uma releitura de acontecimentos marcantes do século XX registrados por Cartier-Bresson, como a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial ou o período da descolonização, e de revelar aspectos intimistas do personagem, como a paixão pela pintura e o desenho, o engajamento político e o trabalho sobre questões sociais.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Un Jour, Un Chef, o restaurante de Paris que aceita clientes como chefs por um dia


Funcionário anota na hora o menu
Foto: Fernando Eichenberg / O Globo
Funcionário anota na hora o menu. Foto: Fernando Eichenberg / O Globo
O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou nesta quarta (15), uma excelente matéria sobre um restaurante da Cidade Luz que permite a qualquer pessoa bancar o cozinheiro, servindo clientes de verdade num almoço ou jantar.

Abaixo reproduzo e recomendo a leitura, segue o texto:

O dia era especial para Dominique Valdor, de 39 anos, uma sorridente e bem-humorada francesa de origem de Guadalupe. Desde 9h da manhã, ela manuseava as panelas de um restaurante nas proximidades da Praça da Bastilha, na capital francesa. Naquele sábado, Dodô, como é chamada na intimidade, trocaria de profissão: professora em classes de alfabetização para crianças num colégio de Coubron, subúrbio de Paris, estava prestes a se tornar chef por um dia. A metamorfose é acessível a qualquer um graças ao restaurante Un Jour, Un Chef (Um Dia, Um Chef). Trata-se de um estabelecimento normal, mas, como diz o nome, a cada dia o forno e o fogão são reservados a um novo cozinheiro. O conceito, criado por três jovens empreendedores, permite que qualquer pessoa se candidate, escolha uma data disponível, elabore um menu composto de entrada-prato-sobremesa, e venha cozinhar suas especialidades para os clientes da casa. “Você tem a receita, nós temos o restaurante” é o lema do local, situado no número 4 da Rua Biscornet.

- Somos o primeiro restaurante a proporcionar isso todos os dias. Emprestamos nossa cozinha e o apoio de nossa equipe para que as pessoas venham aqui realizar o sonho de ser chef por um dia - diz Olivier Dasse-Hartaurt, de 30 anos, um dos sócios.

O procedimento é mais simples do que fritar um ovo: basta se inscrever no site ou por telefone, marcar a data, enviar o menu, e depois é só vestir o avental e encarar a inusitada aventura, que não deixa de ter algumas pitadas de estresse. Dominique foi surpreendida por sua fiel amiga, Ethel Wargnier, de 36 anos, que fez a inscrição online no nome dela sem que soubesse.

- A Dodô adora cozinhar. Li num site sobre o restaurante e achei que tinha tudo a ver com ela. Os amigos acharam uma superideia, me encorajaram, inscrevi sem avisá-la. Pedi uma sugestão de menu para ela, sem dizer para o que serviria, enviei uma foto dela para o pessoal do restaurante, e três semanas antes disse para ela entrar no site do restaurante. Ela acessou e viu lá a foto dela, anunciando que iria cozinhar em tal dia! -conta Ethel.

A equipe do restaurante se encarrega de providenciar todos os ingredientes necessários para o cardápio e conta com um chef próprio para auxiliar o cozinheiro do dia em caso de necessidade. Benjamin Boutelloup, 23 anos, é um dos supervisores da casa. Ele escolheu trabalhar no restaurante por um principal motivo: fugir da rotina. Leu a oferta de emprego num site na internet às 9h, e três horas depois já estava no local a postos para a entrevista.

- Aqui, cada dia é um tipo de comida diferente, e os chefs em geral são muito simpáticos. É um ambiente descontraído. Numa cozinha normal não se encontra um clima assim. A gente se diverte e há muita troca. E há muitas surpresas. Não acreditei, por exemplo, quando chefs sugeriram um frango recheado com camarões ou uma torta de coco com creme de abacate, mas deu muito certo - garante.

Dodô elegeu para servir como entrada um mil-folhas de vieiras com espinafre. Como prato principal, fatias de pato no mel e vinagre balsâmico, acompanhado de alcachofra e batatas doces. Para sobremesa, um pera cozida com baunilha e creme de amêndoas.

- São receitas sobre as quais já tenho um certo controle, pois fiz algumas vezes em casa para amigos. Nunca fiz com alcachofra, mas quem sabe não sai melhor? - indaga a si mesma.

Em meio aos preparativos, as risadas também entram como ingrediente. Dominique se diz menos inquieta com o serviço do meio-dia do que com o jantar, quando o número de clientes deverá ser maior. Como consolo, para a noite Ethel convidou uma quinzena de seus amigos.

- Com eles aqui vou me sentir mais à vontade. Mas você não convidou a minha sogra, não é, Ethel? - pergunta, rindo.

Olivier define em três categorias os tipos de chefs por um dia em seu restaurante. Há os completamente amadores, correspondentes a cerca de 80% do total; outros que já têm um conhecimento maior e que gostariam de testar um menu para clientes; e, por fim, os que sonham em abrir seu próprio restaurante e desejam testar “a realidade da profissão”.

-Além de franceses, já tivemos aqui chefs de várias nacionalidades, de diferentes países da Europa, russos, argentinos, mexicanos, chineses. Ashley, um australiano, realizou aqui seu sonho de um dia cozinhar num restaurante francês. Viajou 22 mil quilômetros, veio pela primeira vez à Europa e passou cinco dias na França só para isso - conta Olivier, que antes de investir no restaurante trabalhava como consultor financeiro.

A iniciativa deu certo e está se multiplicando: duas franquias foram abertas em outras localidades da França. O menu sai por 25 euros, no almoço, e 30 euros, no jantar. Os comensais que não se sentirem tentados pelo cardápio do chef por um dia têm duas outras opções, definidas por Benjamin, a escolher.

Muguette Faucon soube do restaurante por um site na internet, e veio acompanhada de cinco familiares e amigos:

- Achei a ideia engraçada e insólita, e convidei todos para vir comer aqui.

O veredito?

- Todos pedimos o menu da chef do dia. Estava ótimo. Aprovamos a experiência. Estamos até pensando em nos increvermos para vir cozinhar aqui também - conta.




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Francês despeja esterco de cavalo no Palais Bourbon, sede da Assemblée Nationale, em Paris

Homem protesta contra governo da França com esterco de cavalo (Foto: Jacky Naegelen/Reuters)
Protesto contra governo teve esterco de cavalo. Foto: Jacky Naegelen/Reuters.
Para protestar contra os políticos franceses, notadamente contra o Presidente François Hollande, um homem despejou toneladas de esterco em frente ao Palais Bourbon, sede da Assemblée Nationale, em Paris e, no seu caminhão lia-se: "Fora Hollande e toda a classe política. Longa vida à VI República" - a França vive hoje sob a V República, fundada em 1958 por Charles de Gaulle, seu primeiro presidente.

O manifestante foi detido antes que conseguisse terminar de descarregar todo o esterno nas escadarias do Palais Bourbon e as autoridades fizeram uma operação de emergência para limpar a sujeira.

Pouco antes do incidente, a France Presse recebeu um e-mail enviado de um endereço pessoal que dizia: "Neste momento, um francês acaba de manifestar sua ira ante a Assembleia Nacional. Hollande, já chega! Esta é a mensagem que quis enviar".

A revista "Closer" revelou na sexta-feira que Hollande manteria um romance secreto com uma atriz.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Printemps abre filial no Musée du Louvre, em Paris

A nova loja no shopping Carrousel du Louvre Foto: CHARLES PLATIAU / REUTERS
A nova loja no shopping Carrousel du Louvre. Foto: Charles Platiau / Reuters
 
Segundo informações da Reuters, a nova filial - a primeira aberta nos últimos 32 anos - da tradicional loja de departamentos fica dentro do Carrousel du Louvre, um espaço consagrado às compras, logo abaixo da famosa pirâmide.

O Printemps faz isso na expectativa de que turistas endinheirados ajudem a aumentar as vendas no setor porque o foco do grupo em itens que agradam mercados emergentes como China e Rússia o ajudou a escapar dos problemas econômicos que atingem o setor de varejo e justamente por isso que, para agradá-los, essa nova loja terá nas prateleiras acessórios, principalmente bolsas, relógios e produtos de beleza.

Esta nona unidade terá área de 2500 m² e é parte do plano da Printemps de investir 270 milhões de euros em cinco anos para atingir um recorde de vendas de de 2 bilhões em 2017, partindo da marca de 1,5 bilhão em março de 2013.

O diretor da Printemps Paolo de Cesare disse que a loja principal na Boulevard Haussman, com seus 43.500 m², é muito maior do que a nova loja e deve mostrar um crescimento considerável no ano fiscal de 2013/2014. Mas as vendas no Natal foram somente “ok”, segundo Cesare. No ano fiscal de 2012/2013, a rede francesa cresceu 5,7% em vendas, atingindo a marca de 1,513 bilhões.

A história da rede começou em 1865 e há atualmente 16 lojas Printemps na França com cerca de 3.500 funcionários.

- É uma aceleração grande no nosso desenvolvimento. Estamos prontos para abrir algumas lojas e bem focados em achar ótimas locações para grandes projetos - disse Cesare.

Com quase 10 milhões de visitantes em 2012, o Louvre, casa do famoso retrato de Da Vinci, é o museu mais visitado no mundo. A Printemps espera que turistas estrangeiros gerem 60% das vendas da nova loja.

A rede prevê ainda a abertura de uma loja em Marselha neste ano e outra em St. Jean-de-Cannes, na Riviera Francesa, em 2015. A longo tempo, a Printemps poderia abrir lojas no exterior caso encontre boas locações na Europa, na Ásia ou no Oriente Médio.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O melhor filé com fritas de Paris



Caros leitores, hoje trago um texto do meu querido amigo Antônio Ribeiro, jornalista correspondente da Veja em Paris, fotógrafo profissional, amante da rica história de Sir Winston Leonard Spencer-Churchill e profundo conhecedor de gastronomia francesa, para a nossa sorte. Segue o artigo.

"O melhor filé com fritas de Paris

O prato preferido dos franceses vem da culinária magrebina, o cuscuz. Mas o feijão com arroz local é o bife com batatas fritas. Os nativos dizem, foneticamente, “estequifrite”. O monumento da culinária francesa só perde em popularidade para o pot-au-feu, uma espécie de cozido. A combinação tornou-se também a pedida mais segura e freqüente para o turista que não decifra nomes complicados nos cardápios dos restaurantes.

Longe do circuito turístico, ausente na maioria dos guias em português, o melhor filé com fritas de Paris é feito no Le Severo. Trata-se de um bistrô de esquina com toldo vermelho, interior revestido de tijolos à vista e madeira de cor acaju. O lugar aconchegante tem apenas 10 mesas e fica no décimo quarto distrito da capital francesa.

William Bernet, ex-açougueiro parisiense, o proprietário do Severo, serve as suculentas carnes dos bovinos da raça francesa Limousin. O dono é, digamos, um pouco mal passado, mas não tome como pessoal, a crueza é dispensada a todos. A grande vantagem do Severo é de ser também um bar a vinhos, a lista tem mais de 200 boas opções. Melhor ainda: os preços são honestos para os padrões locais — de 35 à 50 euros com serviço e sem vinho. Um prato de filé com fritas sai por 25 euros.

Para acompanhar as carnes, sugiro um tinto encorpado. No caso, minha preferência é para um Bordeaux Crus Bourgeois das 8 micros regiões do Medoc (Medoc, Haut Medoc, Sain Estephe, Pauillac, Saint Julien, Listrac-en-Medoc, Moulis-en-Medoc e Margaux). Lá, entre os 90 quilômetros da costa atlântica e a margem oeste do Rio Gironde, onde os vinhedos crescem em solo pobre, entre pedregulhos, obrigando a vinha a se exercitar ao máximo para buscar os parcos nutrients. O esforço vegetal propicia uma bela cepa Cabernet Sauvignon, a rainha das uvas que, segundo a melhor tradição, tem seu paladar austero e o efeito do tanino amenizado com a Merlot.



Dependendo da anatomia bovina o bife pode ser um entrecôte, bavette, filé mignon ou rumsteck. Monsieur Bernet disse ao Blog de Paris que as batatas fritas não são um simples acompanhamento. Elas requerem o mesmo cuidado dedicado às carnes. Os tubérculos originários da América do Sul devem ser feitos na hora e sempre com óleo novo. Bernet revela o segredo: ‘Primeiro se coloca as batatas no óleo a 150º para elas adquirirem uma tonalidade esbranquiçada. Depois, retire e deixe-as escorrer. Em seguida, jogue-as numa segunda fritura a 180º e deixe-as lá até dourar.

Curiosidade: Nosso leitor e amigo Charles Valentin (nota de Rive Gauche: leitor e amigo do Blog de Paris, claro), enólogo de primeira, fez uma revelação. A origem do nome do saboroso corte de carne batizado de fraldinha, vem da palavra francesa bavette – quer dizer, babador de bebê. No Brasil, o babador virou fraldinha. Na verdade, o aspecto exterior da fraldinha, com suas fibras, lembra mais um tecido branco plissado que decora a toga negra dos advogados parisienses na altura da gola, o rabat, também chamado de bavette."

Artigo publicado originalmente em:
http://veja.abril.com.br/blog/de-paris/o-melhor-de-paris/o-melhor-o-file-com-fritas-de-paris

Le Severo
8, Rue des Plantes
14ème arrondissement
Metrô: Mouton Duvernet
Telefone: 01.45.40.40.91
Fecha aos sábados (jantar) e domingos – Imperativo reservar

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Harley Davidson do Papa Francisco será leiloada em Paris no Grand Palais




Segundo informações da Reuters, uma motocicleta da marca Harley Davidson que pertence ao Papa Francisco e que tem a assinatura "Francesco" no tanque e 1.585 cilindradas, será leiloada para caridade em Paris no dia 6 de fevereiro.

O pontífice vai leiloar a Harley Davidson com o objetivo de arrecadar fundos para a Caritas Roma, entidade beneficente católica, informou a casa de leilões Bonhams nesta segunda-feira.

A moto foi dada de presente ao líder da Igreja Católica em junho de 2013 para marcar o 110º aniversário da Harley Davidson. Não se sabe se o papa chegou a guiar a moto.

"Suspeito que tenha uma quilometragem bastante limitada", disse Ben Walker, chefe do setor de motos da Bonhams.

Em linha com o foco nos pobres e com a conhecida preferência por meios de transporte modestos --quando cardeal ele costumava andar de metrô em Buenos Aires--, o papa Francisco doou a moto para a Caritas.

A Harley Davidson será leiloada no Grand Palais de Paris como parte do leilão "Les Grandes Marques du Monde", da Bonham.

Com valor estimado entre 12 mil a 15 mil euros, a moto foi assinada no tanque pelo pontífice em uma cerimônia especial no Vaticano em novembro. Uma jaqueta de couro Harley Davidson também assinada pelo papa será vendida imediatamente depois da moto.

O dinheiro arrecadado será destinado à renovação do abrigo Don Luigi di Liegro, localizado numa estação central de trem de Roma.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Yiqing Yin assume a criação da Léonard Paris

  (Foto:  )

A Léonard Paris, que estava sem um diretor criativo desde outubro de 2013, anunciou nesta semana que Yiqing Yin assumirá o posto, com sua primeira coleção para a marca sendo apresentada no dia 03.03.2014, durante a semana de moda de Paris.

Desde a saída de Veronique Leroy, que ficou no comando da Léonard durante oito anos, a etiqueta vem sofrendo certa instabilidade com seus estilistas: Veronique foi substituída por Maxime Simoens em 2012, quem permaneceu na label apenas uma estação, seguido de Raffaele Borriello, que desenvolveu somente três coleções, sendo a última delas para o verão 2014.

Formada pela École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs em 2009, a estilista de origem chinesa, apesar de novata, tem um currículo recheado: ela já recebeu uma série de prêmios, incluindo o Grand Prix de la Création; sua marca própria é vendida em diversas multimarcas pelo mundo; desde 2012, foi convidada pelo Chambre Syndicale de la Couture Parisienne para se apresentar na semana de alta-costura; além de ter colaborado com grifes como Cartier, Guerlain e Swarovski.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Karl Lagerfeld assinará duas suítes no novo Hôtel de Crillon, em Paris



Karl Lagerfeld já deve estar acostumado a colocar sua criatividade a serviço de hotéis: redesenhou o exterior do Hotel Métropole, em Monte Carlo; supervisionou a renovação do interior do Alma Schlosshotel, em Berlim e criou o emblema do Sofitel de Singapura.

Mas, desta vez, o estilista alemão foi convidado para assinar o interior de duas luxuosas suítes do famoso Hôtel de Crillon, em Paris, que foi fechado no primeiro semestre de 2013 e deve reabrir as portas em 2015.

"Ninguém entende Paris ou a herança do Crillon melhor do que Lagerfeld", declarou Radha Arora, encarregado de gerir o tradicional prédio do Século XVIII com vista para a Place de la Concorde, ao site WWD.

A reforma do Crillon está sendo supervisionada pelo arquiteto Richard Martinet, com interiores assinados pelos decoradores Chahan Minassian, Cyril Vergniol e Tristan Auer, sob a direção artística de Aline d'Amman.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Erwin Blumenfeld no Jeu de Paume

Capa da Vogue, por Erwin Blumenfeld (Foto: Erwin Blumenfeld/ reprodução)

Em cartaz no Jeu de Paume até o dia 26 de janeiro, uma exposição apresenta grande parta de obra de Erwin Blumenfeld (1897-1969), que teve nos anos 40 e 50 o auge de sua carreira profissional e é um dos maiores nomes da fotografia de moda mundial, será representada por 200 trabalhos e documentos datados de 1910 a 1960 e que incluem uma série de fotos publicitárias inéditas, feitas em Nova York.

1, Place de la Concorde
8ème arrondissement
Telefone: 01 47 03 12 50
www.jeudepaume.org

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Quai-Branly e a riqueza do patrimônio Canaque



Até o dia 26 de janeiro o Musée du Quai-Branly apresenta toda a riqueza do patrimônio Canaque através de mais de trezentos objetos que recoloca a cultura Canaque, negligenciada durante muito tempo, em seu devido lugar de destaque e que acontece num momento em que os caledônios se preparam para decidir, entre 2014 e 2018, se desejam a independência.

Composta de muitas peças inéditas e, principalmente, de máscaras espetaculares, a exposição comprova a importância que os Canaques atribuem às suas casas, ao reino vegetal e aos seus antepassados ao msmo tempo que um roteiro revela a percepção dos ocidentais.

Musée du Quai-Branly
37, Quai Branly
7ème arrondissement
Telefone: 01 56 61 70 00
www.quaibranly.fr

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Há 55 anos De Gaulle assumia presidência da França e iniciava a Quinta República



O general Charles André Joseph Marie de Gaulle assumiu o posto de chefe de Estado da Quinta República da França no dia 8 de janeiro de 1959.

Ele nascera em Lille, em 22 de novembro de 1890. Na adolescência, decidiu fazer carreira no Exército, frequentando a Escola Especial Militar de Saint-Cyr. Aos 23 anos, ingressou na Infantaria e participou da Primeira Guerra Mundial, em que sofreu ferimentos graves. Prisioneiro de guerra dos alemães, ele aprendeu o idioma germânico.

Depois de alcançar as patentes de major e general, De Gaulle iniciou uma carreira política que determinaria a história do seu país. Em 1940, assumiu seu primeiro cargo como secretário de Estado da Defesa Nacional.

Ocupação nazista

Durante a Segunda Guerra, com a divisão da França, o primeiro-ministro do país, marechal Henri Phillipe Pétain assumiu poderes ditatoriais, e a capital do país foi transferida para Vichy, uma vez que Paris estava ocupada pelas tropas alemãs. O governo de Vichy era antirrepublicano, conservador e aliado dos nazistas.

Enquanto isso, De Gaulle procurou refúgio em Londres. Sob sua liderança, ele e outros exilados franceses apresentaram-se como governo alternativo a Vichy, criando o movimento chamado "França Livre". Esta organização de resistência foi fundamental para a vitória dos Aliados.

Estadista renuncia

Ao retornar à França em junho de 1944, De Gaulle foi aclamado como herói de guerra. Em 1945, foi eleito presidente, cargo que ocupou por apenas alguns meses. Devido a divergências com a Assembleia Nacional, que se recusava a instaurar uma presidência forte, De Gaulle renunciou em 1946, retirando-se da vida pública.

Nasce a Quinta República

Entre 1946 e 1958, a França passou por um período difícil: política e governos instáveis, revoltas por independência nas colônias da África, além da tentativa de reerguer o país ainda devastado pela Segunda Guerra. Em 1958, no auge da crise da Argélia, a Assembleia Nacional, pressionada pelos militares, convidou De Gaulle a elaborar uma nova Constituição. Nascia assim a Quinta República.

O governo anterior fracassara principalmente por causa da guerrilha argelina. De Gaulle conseguiu fazer uso de sua influência e poder em benefício próprio, conquistando novamente a presidência da França.

Tão logo foi eleito presidente, em 8 de janeiro de 1959, De Gaulle promulgou uma Constituição que reforçava os poderes presidenciais. Ele sabia da importância de um governo forte, nacionalista e conservador para reconquistar o prestígio e o poder da França no exterior. De Gaulle costumava afirmar que "a França é a luz do mundo".

Independência da Argélia

Durante sua gestão, De Gaulle negociou a independência da Argélia e enfrentou a oposição armada dos oficiais de direita do Exército. Seu governo reergueu a economia do país, liderou a Comunidade Econômica Europeia e desvinculou-se do comando militar da Otan. Com isto, De Gaulle voltou a colocar a França no topo da Europa, sendo considerado um dos maiores estadistas que o país já conheceu.

As revoltas estudantis de maio de 1968 abalaram seu governo. Embora um milhão de pessoas tenham cantado o hino A Marselhesa em solidariedade ao presidente, De Gaulle teve que ceder muito às reivindicações das classes sociais baixas e do sistema de ensino.

Plebiscito e renúncia

Seu estilo conservador não condizia mais com o novo panorama francês de sindicatos e greves. Em 1969, De Gaulle renunciou, após sair derrotado de um plebiscito sobre uma reforma constitucional. Charles de Gaulle morreu em 1970, aos 80 anos.

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 08.01.2014)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Nolita traz as trufas brancas de Alba para Paris



O Nolita, restaurante do Motor Village da Fiat em Paris, propõe uma experiência 100% transalpina pertinho dos Champs-Élysées: o Chef Vittorio Beltramelli assina um cardápio totalmente elaborado em função da trufa branca de Alba, uma iguaria rara, tratada como um verdadeiro tesouro do Piemonte e que agora esta nas receitas de pizzas, risotos e tagliatelles.

Mas não é só, o maravilhoso design italiano foi convocado para a decoração e as mesas, que se articulam em torno de um poço de vidro cilíndrico - no qual se escondem, em meio a obras de arte, carros de coleções -, intensificam a sensação de novidade.

1, Avenue Matignon
8ème arrondissement
Telefone: 01 53 75 78 78
www.nolita-ristorante.fr 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Há 162 anos morria em Paris, Louis Braille, inventor da escrita para deficientes visuais



Em 6 de janeiro de 1852, Braille fechava os olhos para sempre. Cego desde os três anos, o francês desenvolveu, ainda adolescente, o sistema de escrita para deficientes visuais mais difundido atualmente em todo o mundo.

"Nossa principal preocupação deve ser ensinar os cegos a ler", dizia Valentin Haüy, fundador da primeira escola para cegos do mundo, em Paris. Ele observara que as folhas impressas em sua gráfica exibiam no reverso todas as letras em relevo, só que invertidas. Haüy usou esse princípio para imprimir livros em relevo, com escrita palpável.

Foi assim que tudo começou. Mas as letras em relevo de Haüy só podiam ser lidas a dedo com muita dificuldade. Isso também não mudou com uma escrita desenvolvida na Alemanha, que substituía o alinhamento de letras pela justaposição de pontos isolados. Influenciados pelo fato de terem visão perfeita, os primeiros inventores da escrita para cegos seguiam a lógica da escrita normal.

O cego Louis Braille, porém, revolucionaria as pesquisas nessas área. Nascido a 4 de janeiro de 1809, na pequena cidade francesa de Coupvray, no distrito de Seine-et-Marne, a cerca de 45 km de Paris, Braille era cego desde os três anos de idade. Ele ferira o olho esquerdo ao tentar perfurar um pedaço de couro na oficina do pai. A infecção produzida pelo acidente expandira-se e atingira o outro olho, provocando a cegueira total.

Estudo

Apesar disso, inicialmente Braille frequentou uma escola para crianças com visão normal, onde se destacou como aluno aplicado. Em 1820, pediu transferência para o instituto de crianças cegas de Paris, fundado 40 anos antes por Valentin Haüy.

Logo notou que os meios e métodos usados à época no ensino para deficientes visuais ainda eram muito lentos. Isso se devia, principalmente, à baixa velocidade de leitura permitida pela escrita em relevo. Sua primeira tentativa para mudar este incômodo sistema foi usar as letras recortadas em couro.

Por influência da concertista cega Teresa von Paradis, Braille passou a estudar música. Como músico, conseguiu fundos para levar adiante suas pesquisas em torno de um novo sistema de leitura.

Seis pontos

Ainda como colegial, Braille testou uma nova escrita e, em 1825, com apenas 16 anos de idade, apresentou seu sistema de seis pontos. Depois de aperfeiçoá-lo, Braille descobriu que podia usá-lo na aritmética, álgebra e até na música.

A chamada "célula braille" é composta de seis pontos, em relevo, dispostos em duas colunas de três. As combinações destes pontos permitem representar todo o alfabeto, incluindo os acentos, números e a pontuação.

Reconhecimento

Como professor auxiliar no instituto de Paris, Braille demonstrou a utilidade prática do sistema de seis pontos, que em 1830 passou a integrar a escrita escolar e rapidamente melhorou o desempenho dos alunos cegos. A propagação e o reconhecimento oficial da nova escrita, porém, só viriam muito mais tarde.

Somente após a morte precoce de Braille, alguns franceses iniciaram uma campanha para transformar seu sistema em padrão europeu. Na Alemanha, foi adotado no ensino para cegos em 1879. Em 1951, a Unesco criou seu código internacional oficial do braille e fundou o Conselho Mundial Braille, a fim de uniformizar a escrita para cegos em todo o mundo.

Hoje o braille é mundialmente usado e reconhecido. Para as organizações internacionais dos cegos, o desenvolvimento da anagliptografia, como também é chamado o braille, significou uma revolução cultural semelhante à invenção da imprensa por Gutenberg. "A escrita de pontos possibilitou literalmente o acesso dos cegos à grande parte da educação que antes lhes era inacessível", diz Hans Werner Lange, diretor da Associação dos Cegos da Baixa Saxônia.

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 06.01.2014)

domingo, 5 de janeiro de 2014

"En attendant Godot" estreava em Paris há 61 anos




"En attendant Godot", apresentada pela primeira vez em 5 de janeiro de 1953, no Théâtre de Babylone em Paris, trouxe fama para seu autor, Samuel Beckett, um irlandês - a obra foi escrita em francês - e futuro Nobel de Literatura, considerado um dos fundadores do "teatro do absurdo".

"A respeito de Beckett só posso dizer o seguinte: gosto muito dele e o admiro profundamente. Sua amizade inquebrantável me é muito cara. Ele é uma pessoa realmente verdadeira, o que me surpreende sem cessar", declarou o jovem diretor teatral Roger Blin, na revista francesa Arts, meio ano após a estreia de Esperando Godot, de Samuel Beckett, no parisiense Théâtre de Babylone, em 5 de janeiro de 1953.

Embora a peça inicialmente tenha sido um sucesso apenas moderado de público, logo tornou o irlandês Beckett um autor conhecido. Ainda no mesmo ano foi encenada pela primeira vez na Alemanha, no Schlossparktheater de Berlim. Em 1954, o diretor Fritz Kortner a levou ao palco do Kammerspiele de Munique.

Em poucos anos, o público burguês aceitou a peça. Enigmática, aparentemente "absurda", ela passou a integrar o repertório dos grandes teatros, como um clássico moderno. Alguns dramaturgos, como Jean Anouilh, reconheceram desde o início o significado da obra de Beckett. "Godot é uma das obras-primas que deixam sem esperança as pessoas em geral e, especialmente, os dramaturgos. Não se pode fazer outra coisa senão tirar o chapéu – um chapéu-como, como na peça, claro – e rogar aos céus por um pouco de talento", disse.

Quem é Godot?

Quem, afinal, é Godot, por quem os vagabundos Estragon e Vladimir – ou Gogo e Didi – esperam em vão à beira de uma estrada deserta? Os críticos literários já lançaram uma série de hipóteses e especulações a esse respeito. Será que é apenas uma corruptela da palavra inglesa God com o diminutivo francês ot? Trata-se de um ciclista chamado Godeau, certa vez mencionado por Beckett, cujos heróis eram fascinados por bicicletas? Será que é o Godeau do livro Mercadet, de Balzac, por quem igualmente todos esperam? Ou trata-se da expressão anglo-irlandesa "Waiting for Godda", empregada pelos andarilhos no sentido de "esperar por Deus ou coisa assim"?

Não se sabe, ao certo, quem é Godot, mas isso não importa. "Nada a fazer" é a primeira fala da peça. A espera é o tema central da peça, a espera de duas pessoas que matam o tempo com palhaçadas e conversa fiada sobre suicídio, comendo nabos e brincando com seus chapéus. Dois vagabundos esperam, não se sabe por quê. Esperar significa deixar o tempo passar, não fazer nada. A brincadeira infantil do palco torna o tempo perceptível aos atores e espectadores.

Quando a peça estreou em Londres, em 1955, o crítico Kenneth Tynan fez a seguinte observação: "Não tem trama, não tem clímax, não tem desfecho nem começo, meio e fim." Exatamente por isso alguns críticos costumam definir Beckett como modernista da segunda geração, ao lado de Vladimir Nabokov, William Faulkner e Henry Miller.

Prêmio Nobel

Nascido em 1906, em Dublin, Samuel Beckett viveu a partir de 1937 na França, e lá faleceu em 1989. Considerado o pai do chamado "teatro do absurdo", seus personagens estão sempre procurando ou esperando alguma coisa, embora imprecisos e indecisos quanto ao objeto desejado. Abordando a morte e o vazio da vida, Beckett criou um humor amargo, sombrio, levemente absurdo na sua disposição de ser irônico e zombeteiro.

Em 1969, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Ele próprio encenou Esperando Godot diversas vezes, por exemplo, em 1975, no Schiller Theater de Berlim, onde também fez diversas outras montagens. Obras como Dias felizes, Fim de jogo, A última gravação de Krapp confirmaram a estatura de Beckett como dramaturgo da morte, da falta de sentido da existência, do apagar-se. E isso, sem sentimentalismo, sem ser sombrio; e sim com humor e ironia sutil. Suas peças são a matéria-prima ideal para os grandes atores.

(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 05.01.2014)

sábado, 4 de janeiro de 2014

Comédie-Française apresenta adaptação de Antígona



Antígona (em grego Ἀντιγόνη) é uma tragédia grega de Sófocles, composta por volta de 442 AC que, apesar de ser, cronologicamente a terceira peça das três que compõem o que ficou conhecido como Trilogia Tebana - da qual também fazem parte Édipo Rei e Édipo em Colono - foi a primeira a ser escrita.

Em cartaz até o dia 2 de março, esta é uma releitura engajada e bravateira da tragédia de Sófocles que traz uma jovem revoltada diante da arbitrariedade do poder e foi apresentada ao público parisiense pela primeira vez na França ocupada de 1944, em ato de grande coragem.

Com direção de Marc Paquien, a montagem da versão de Jean Anouilh tem recebido muitos elogios da crítica e suas sessões são na Salle Richelieu da Comédie-Française.

1, Place Colette
1er arrondissement
Telefone: 08 25 10 16 80
www.comedie-francaise.fr

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Musée Guimet apresenta Angkor, o nascimento de um mito



O Musée Guimet conta com a mais importante coleção de Arte Khmer do mundo - fora do Camboja - em seu acervo e, até o dia 13 de janeiro, apresenta uma excepcional exposição de 250 peças sobre a mágica em torno da mítica cidade de Angkor, capital do Reino Khmer do século IX até o Século XV, que exerce permanente fascínio sobre aqueles que tentam captar seus mistérios

Seria como se a floresta de Fontainebleau abrigasse todas as catedrais de Île-de-France: são esculturas em pedra, moldes em gesso, fotos, pinturas e documentos e trata-se de um justo retorno do destino já que foi o marinheiro francês Louis Delaporte que se apaixonou por Angkor após tê-la descoberto durante uma missão de estudos de navegabilidade no Rio Mekong sob Napoleão III.

Abalado pelo choque estético da descoberta, o marinheiro e aventureiro irá dedicar-se integralmente a "fazer com que a Arte Khmer entre no museu" e a salvar um patrimônio em perigo: todos os templos - exceto o Angkor Vat, transformado em santuário budista - estavam, até então, abandonados.

Naquela época Delaporte, de volta na França, defronta-se com a indiferença: o Louvre recusa as antiguidades do Khmer e os moldes irão trocando de endereço ao sabor do curiosidade do público, que foi crescendo graças às grandiosas reconstituições das exposições universais.

"Estes moldes dão testemunho de um estado de superfície que já não existe. São, muitas vezes, mais refinados que os próprios templos", explica Pierre Baptiste, curador da exposição.

É possível também admirar a espetacular reconstituição de um dos rostos que ornam a torre do templo do Bayon e ainda outras obras-primas, como o Shiva dançante em grés do Século X, uma das maiores esculturas do Khmer, emprestada pelo museu Phnom Penh e que durante toda a exposição, ele estará ao lado de Devi, sua esposa que Delaporte havia trazido de Koh Ker no século XIX.

Musée National des Arts Asiatiques-Guimet
6, Place d'Iéna
16ème arrondissement
Telefone: 01 56 52 53 00
www.guimet.fr

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Rodin à luz da Antiguidade



O Musée Rodin apresenta até o dia 16 de fevereiro uma exposição que propõe, aos olhos atuais, um apaixonante diálogo entre as esculturas antigas do vasto acervo do museu e as obras de Rodin.

"A antiguidade é a minha juventude", dizia o escultor, que considerava este período da história uma fonte perpétua de inspiração ou ainda, “L’art antique signifie bonheur de vivre, quiétude, équilibre, raison”.

79, Rue de Varenne
7ème arrondissement
Telefone: 01 44 18 61 10
www.musee-rodin.fr

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Le Ginger, o novo Costes no Triangle d'Or



Para começar o ano nada como um novo restaurante do Triangle d'Or, certo? Melhor ainda se é um local num ambiente acolhedor criado por Christian Liaigre, de propriedade de Jean-Louis Costes e tocado pela linda e competente italiana Carlotta Sblano, que proporciona aos seus clientes emocionantes viagens gastronômicas com sabores do Vietnam, do Camboja e do Laos.

Este pedacinho da Ásia, que conta com terrrasse e voiturier, propõe um toque de exotismo em seus pratos, com misturas de temperos e pratos acre-doces, como seus rolinhos primavera com lagosta e manga.

11, Rue de la Trémoille
8ème arrondissement
Telefone: 01 47 23 37 32
www.le-ginger.com