segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Le Marais, un trésor à Paris (com vídeo)



O Marais fica ocupa parte do 3ème e do 4ème arrondissements de Paris, na Rive Droite do Sena e é considerado, assim como o Quartier Latin, um bairro histórico, e frequentado pela nobreza até finais do século XIX.

Em 1240 a Ordem dos Templários (que foi fundada em 1129) construiu, na parte norte do Marais – à época fora dos muros de Paris – uma igreja fortificada, transformando essa zona em uma área atraente a ponde de Charles I d’Anjou, Rei de Nápoles e Sicília e irmão do Rei Louis IX da França construiu sua residência perto do atual n° 7 da Rue de Sévigné.

Pouco mais de um século depois, em 1361, o Rei Charles V lá construiu o Hôtel Saint-Pol, que serviu como sede da Corte durante o seu reinado, assim como o de seu filho.

Desde então e especialmente após a criação da Place Royale (atual Place des Vosges) por Henri IV em 1605, o Marais era o local favorito de residência da nobreza francesa.

Na década de 1950, o bairro tornou-se uma área da classe trabalhadora e a maioria de suas obras arquitetônicas estavam em péssimo estado de conservação até que, em 1964, André Malraux, Ministro da Cultura do General de Gaulle fez do Marais o primeiro “Secteur Sauvegarde”, a fim de proteger e conservar lugares de importância cultural especial.

Nas décadas seguintes o governo praticou uma intensa uma política de reabilitação e de restauração dos principais hôtels particuliers que foram transformados em museus: o Hôtel Salé hospeda o Museu Picasso, o Hôtel Carnavalet hospeda o Museu Histórico de Paris, o Hôtel Donon hospeda o Museu Cognac-Jay e até a própria Place de Vosges foi revigorada.

O Beaubourg, que fica na parte oeste do Marais, foi o local escolhido para o Centro Georges Pompidou, que hospeda o Museu de Arte Moderna da França, um dos mais importantes do mundo.

Também é reconhecido como o bairro judeu e, por conta dessa sua herança judaica, lá encontramos vários pequenos restaurantes que oferecem quitutes típicos e, é claro, todos kosher.

Esse movimento começou após a nobreza se mudar para o entorno do Faubourg Saint-Germain (onde hoje encontramos parte do 6ème e do 7ème arrondissements) no Século XVII e o bairro se tornou-se área comercial, popular e muito ativa.

Ao final do Século XIX e durante a primeira metade do Século XX, a região em torno da Rue des Rosiers recebeu muitos judeus da Europa Oriental (Ashkenazi) que infelizmente foram perseguidos durante a ocupação Nazista da França na Segunda Guerra Mundial e hoje em dia esta região está plenamente revitalizada, recebendo muitos turistas e bastante frequentada pela comunidade gay que lá encontra lojas de griffes, brechós transados, pequenos bistrôs, bares da moda e galerias de arte.

Mas uma característica escapa aos olhares da maioria dos brasileiros: o Marais é também conhecido pela forte comunidade chinesa que lá se encontra e cuja ocupação começou durante a Primeira Guerra Mundial.

Naquela época a França precisava de trabalhadores para substituir os seus soldados em guerra e a China decidiu então enviar milhares de chineses sob uma condição: de que eles não participariam da guerra.

Após a vitória de 1918, muitos decidiram ficar em Paris, se estabeleceu no norte do bairro, principalmente no entorno da Place de la République e vivem, basicamente, do comércio de jóias e de artigos de couro.

Para ver mais do Maris, acesse o vídeo "Le Marais, un trésor à Paris" ao clicar no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=nyIuTfK26tY 








segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Les Marchés Flottants du Sud-Ouest à Paris



Terminou ontem (20) a Edição 2015 do Les Marchés Flottants du Sud-Ouest, que é um evento dos Departamentos (o equivalente aos nossos estados) do Gers, Lot-et-Garonne e Tarn-et-Garonne, dedicado ao sudoeste da França e que acontece todos os anos - essa foi a 16a. edição - entre o Quai de la Tournelle e o Quai Montebello, bem em frente à Île de la Cité, onde fica a Catedral de Notre-Dame de Paris.

Este ano o mercado contou com mais de 40 produtores de vinhos, licores, temperos, confiseries, escargots, queijos, frutas, foie gras, conservas e embutidos e teve mais de 150.000 visitantes que lá estiveram em seus três dias - 18, 19 e 20.

Uma curiosidade: os habitantes do sudoeste da França são considerados como os mais bem humorados de toda a França.






segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Pershing Hall


Um dos locais que mais gosto em Paris é o elegante e exclusivo Pershing Hall, um hotel situado no meio do poderoso Triangle D’Or, formado pelas avenidas Champs Elysées, Montaigne e George V.

Ocupando um hôtel particulier construído ao final do Século XVIII pelo Conde de Paris no número 49 da Rue Pierre Charron e que com apenas 26 quartos, este edifício é, até hoje, um dos mais belos exemplos da arquitetura daquela época: a fachada, a grande escadaria, o tamanho dos quartos e suas linhas elegantes que quase não sofreram alterações ao longo dos anos, preservam a beleza e harmonia do período imperial.

Por detrás da sua fachada discreta, suas áreas comuns ficam ao entorno de um pátio a céu aberto, coberto por um telhado de vidro que pode ser recolhido, onde um jardim vertical sobe mais de 30 metros acima e que tem mais de 300 espécies de árvores e arbustos vindos das Filipinas, do Himalaia e da Amazônia, tendo sido concebido pelo afamado Patrick Blanc, criador do muro verde do Musée du Quai Branly, também em Paris.

O seu restaurante é um lugar único, onde o ambiente mudar radicalmente entre o dia e a noite e têm ambientes abertos e salas privadas, ideais para almoços ou jantares de negócios.

O menu muda constantemente e oferece o equilíbrio certo entre a tradicional cozinha francesa e a inspiração da cozinha internacional, que seguem as estações do ano, o que se chama aqui de cozinha gourmet sazonal.

O Bar & Lounge abre às 18h00, com happy-hours divertidos até que, ao longo da noite o lugar se transforma em um lugar quente, com um super DJ, que o tornam um dos mais badalados locais na cidade.









segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Canal Saint-Martin revisitado



O Canal Saint-Martin tem mais de 4,5km de extensão e faz a ligação entre a bacia de la Villette e o rio Sena, atravessando o 10ème e o 11ème arrondissements de Paris e sua construção foi inciada em 1802 sob as ordens de Napoleão Bonaparte para abastecer a cidade de água potável evitando assim os frequentes surtos de cólera e desinteria.

Após sua inauguração em 1825, o canal conta com nove eclusas (para poderem nivelar seu curso à diferença de 25m entre o Sena e a bacia de la Villette), seis passarelas em ferro fundido e ainda duas pontes móveis e é, desde o início de 1993, classificado como Monumento Histórico Nacional.

Atualmente o Canal Saint-Martin é um encanto permanente seus moradores, parisienses de outros bairros e muitos turistas que vão lá curtir um pouco de suas margens cheias de fícus e castanheiras, convivendo numa alquimia toda especial.

Nas noites de verão suas margens se tornam o paraíso dos adeptos do piquenique: dezenas de toalhas são estendidas sobre os paralelepípedos junto às águas tranquilas e podemos encontrar sempre abertos seus bares, restaurantes e boutiques - como o Hôtel du Nord, imortalizado pelo filme de mesmo nome, rodado por Marcel Carné em 1938, o Chez Prune, a Antoine & Lili, a Pop Market, a Pink Flamingo e o Comptoir Général, apenas para citar alguns.

O cineasta Jean-Pierre Jeunet escolhe o lugar para rodar boa part de seu filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, apostando no clima de cartão-postal que singulariza o bairro, fazendo com que este local da Cidade Luz se tornasse um espaço à parte, magnético e charmosos, onde o sonho está sempre presente.

Para quem está em Paris neste fim de verão europeu, deixar de visitar o Canal Saint-Martin, suas margens e seus arredores é um pecado mortal digno da guilhotina.