A Assemblée Nationale – cuja biblioteca constituída a partir de bens confiscados dos aristocratas exilados na Revolução abriga preciosos tesouros, entre eles as minutas do processo de Joana d'Arc e diversos manuscritos de Rousseau – está pronta para o iminente remanejamento das cadeiras.
Isso porque a cada cinco anos, os franceses renovam os mandatos dos seus 577 deputados e, nestas eleições legislativas de 10 e 17 de junho próximos, a esquerda francesa é favorita: segundo uma pesquisa recente do instituto OpinionWay para o Le Figaro, a esquerda teria 45% dos votos, contra 31% para a direita e 16% para a extrema-direita.
Ainda de acordo com a sondagem, 55% dos entrevistados afirmaram desejar que o presidente François Hollande, eleito 6 de maio, disponha de maioria na Assembleia Nacional, enquanto 43% pensam de forma contrária e 2% dos entrevistados preferiram não se pronunciar.
Entre os partidos de esquerda, o Partido Socialista, do atual presidente, obtém 32% das intenções de voto enquanto a coligação “Europa/Ecologia/Verdes” figura com 4%, a Frente de Esquerda de Jean-Luc Mélenchon, fica em 8% e a extrema-esquerda, com apenas 1%.
Já a UMP, partido conservador do ex-presidente Nicolas Sarkozy, conta com 31% de intenções de voto e o Front National, de extrema-direita de Marine Le Pen, aparece com 16%.
Ou seja, o novo presidente socialista François Hollande tenta obter uma sólida maioria para dar apoio as suas reformas, enquanto a direita espera que ocorra uma reversão de tendência no eleitorado.
Apesar de na França o voto não ser obrigatório, 62% dos pesquisados declaram ter a intenção de votar na escolha dos novos deputados, o que indica uma participação maior do que nas eleições legislativas de 2007, onde a taxa foi de 60,42% mas ligeiramente menor do que em 2002, quando 64,42% dos franceses foram às urnas para escolher seus representantes.
A média de idade dos deputados é de 60 anos e apenas 20% dos 577 deputados são mulheres, sendo que o mais jovem eleito atualmente tem 33 anos e esse quadro deve mudar radicalmente: dos 6.611 candidatos inscritos para essas próximas eleições, 40% são mulheres.
O perfil social dos parlamentares aponta para três grandes grupos: 115 deputados são profissionais liberais, 106 são engenheiros ou técnicos de nível superior e 78 são professores e ainda há 41 empresários, 22 assalariados, 22 aposentados, 17 agricultores e sete jornalistas, entre outros.
Os franceses residentes na América do Sul começaram a votar neste sábado passado (2/6) para eleger pela primeira vez seus deputados – até então só se votava no exterior para Presidente. A mesa de votação instalada no Consulado no Rio de Janeiro foi aberta às 08h e já havia uma fila e uma outra novidade para esta votação no exterior é que cerca de 130 mil eleitores votaram pela internet.
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