sábado, 20 de agosto de 2011

O Brasil é aqui. Mesmo.

Há um tempo atrás tive uma experiência inesquecível: fui ao Consulado do Brasil em Paris registrar, não uma, mas duas procurações públicas.

Explico: enquanto as Embaixadas do Brasil são responsáveis pela representação do Estado Brasileiro junto aos Governos dos países onde estão acreditadas, os Consulados do Brasil são responsáveis por prestar serviços aos cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes dentro da sua jurisdição consular (pode haver mais de um Consulado por país), dentro dos limites estabelecidos pela legislação brasileira, pela legislação dos países onde estão acreditados e ainda pelos tratados internacionais pertinentes.

Ou seja, no meu caso, o Consulado exerceria a função de notário público e oficial de registro civil.

O primeiro passo foi navegar na internet e procurar o que seria necessário levar de documentação, como apresentá-la e ainda saber quanto custaria e onde pagar.

Em dois minutos acessei o site, listei a documentação – tinha tudo aqui – e vi onde, como e quanto pagar – nos correios, tinha um formulário de amostra – e ainda consegui saber que o Consulado havia se mudado de onde sempre, desde que eu era menino, esteve: no prédio de nossa Embaixada.

Ao anotar o novo endereço, percebi, aterrorizado, um aviso que dizia:

ATENÇÃO
De modo a poder melhor atender ao público, o Consulado-Geral
em Paris está limitando o número de pessoas a receber por dia:
60 (sessenta) pessoas para serviços diversos
15 (quinze) para pedidos de visto
Será distribuída apenas uma senha por pessoa, por ordem de chegada.
É terminantemente proibido retirar mais de uma senha.

A partir daí, minha noite estava escura, sombria e decidi que iria cedo aos Correios para pagar de uma só vez as taxas consulares das duas procurações e rumaria ao inevitável caos das senhas, filas e mandingas brazucas.

Como o Consulado abriria às 09h30, no mesmo horário dos Correios, eu tinha a sensação que ao chegar ao meu destino final, em meu pensamento algo como a descida de Dante ao seu inferno, nada mais poderia fazer e com a certeza dos justos, teria que retornar no dia seguinte.

Eram 11h20 quando cheguei ao número 65 da Avenue Franklin Roosevelt, nova sede do Consulado e logo que entrei no prédio, havia, sentada à direita, uma mocinha francesa chorava (não sei porque) e no balcão de informações um jovem senhor, também francês, que gritava com a recepcionista porque queria ser atendido na hora – imaginem se o fizéssemos no Rio...

Esperei para pegar a senha – pois é, a senha – e logo entrei na sala de atendimento, repleta de cadeiras de espera e com muitos guichês de atendimento.

Para minha surpresa a sala, apesar de estar cheia de cadeiras e com pessoas, era muito bonita – o prédio é novo, descobri mais tarde – e com muitos guichê e todos com seus respectivos atendentes.

Mal sentei por dez minutos, chamaram a minha senha e fui atendido por um Senhor simpático, muito educado e que conhecia o riscado – José Antônio – enquanto íamos avançando, conversávamos e descobri que está aqui há mais de trinta anos.

Fiquei feliz em ter ido ao nosso Consulado. Lá descobri uma parte do Brasil que funciona, que é moderno, que tem gente capaz e educada, sem o nariz em pé tão característicos do funcionalismo público – no mundo todo, diga-se de passagem.

Aproveito, tardiamente, para render minhas homenagens à nossa magnífica Embaixada, instalada no Cours Albert 1er, às margens do Rio Sena, em um imóvel belíssimo, construído por volta de 1850 e com mais de 630 metros quadrados.

Fui recebido neste prédio, logo após minha chegada em Paris, ao me apresentar como jornalista correspondente ao Embaixador José Maurício Bustani e à parte de sua equipe, composta pelo Ministro Laudemar Gonçalves e pela Secretária Simone Meira Dias.

O Embaixador Bustani e sua equipe têm feito mais pelos interesses do Brasil em quatro anos do que foi feito em três décadas passadas. Foi ele quem criou a Câmara de Comércio do Brasil na França, com mais de 30 eventos de promoção comercial e empresarial desde sua fundação, em janeiro de 2009.

Aqui temos um Brasil que dá certo, moderno, antenado com os interesses de uma nação em franco crescimento.

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