Quando digo pequena, é porque é pequena mesmo: menos de 9 mil habitantes (e tem essa média desde o censo de 1793) em menos de 14 km² - apenas como comparação, Búzios tem cerca de 28 mil habitantes em cerca de 70km².
É um lugar especialmente conhecido pela sua idade: a primeira menção escrita de Honfleur foi escrita por Richard III, Duque da Normandia, em 1027 e, até meados do século 12, a cidade representava um ponto de trânsito significativo para bens vindos de Rouen à caminho da Inglaterra.
Seu porto é bonito e muito pitoresco, caracterizado por casas com fachadas cobertas de ardósia que já serviram para muitos pintores como Gustave Courbet, Eugène Boudin, Jongkind Johan e até Claude Monet, formando a “École de Honfleur”, que contribuiu para o surgimento do Movimento Impressionista e uma de suas igrejas, a Église de Sainte-Catherine, possui um campanário separado do edifício principal e é a maior igreja feita de madeira da França.
Como está situada no estuário do Sena, Honfleur aproveitou de sua posição estratégica desde o início da Guerra dos Cem Anos e teve suas defesas por Charles V, a fim de proteger o porto de ataques ingleses e até serviu de ponto de partida para ataques franceses para saquear as costas inglesas, como ocorreu na cidade de Sandwich, em Kent, na década de 1450.
Contudo, bem antes disso, Honfleur foi tomada e ocupada pelos ingleses no ano de 1357 e também entre os anos de 1419 a 1450, mas com o fim da Guerra dos Cem Anos, Honfleur se beneficiou do crescimento do comércio marítimo até o final do século XVIII.
A cidade ainda serviu como porto para a saída de expedicionários e colonizadores durante os séculos XVI e XVII, como Binot Gonneville Paulmierde, para às costas do Brasil em 1503, Jean Denis Honfleurais partiu para a Terra Nova ilha e da foz do São Lourenço em 1506 e, em 1608, uma expedição liderada por Samuel de Champlain, fundou a cidade de Quebec (hoje no Canadá).
A partir do início do século XVII, como não poderia deixar de ser, Honfleur prosperou com o comércio com o Canadá, com as Antilhas e com as costas africanas e dos Açores, se tornando um dos principais portos de escravos da França mas, no entanto, as guerras da Revolução Francesa e do Primeiro Império, e em particular o bloqueio continental, causou a ruína de Honfleur que só veio a se recuperar parcialmente ao longo do século XIX, com o comércio de madeira para todo o norte da Europa.
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