segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Nicolas Sarkozy: um líder que os franceses (ainda) não entendem


Durante mais de 1 hora na noite de ontem, o Presidente Nicolas Sarkozy deu uma entrevista sobre as principais medidas para amortecer o impacto da crise mundial e seus reflexos junto à economia francesa, para as duas principais emissoras do país:
  • o canal privado TF1, com uma média de mercado de 35%, controlado pelo TF1 Group, cujo maior acionista é o Groupe Bouygues, que conta com mais de 133.000 colaboradores, receitas superiores a €31.2 bilhões e presente em mais de 80 países e
  • o principal canal de televisão público e segundo mais assistido, o France 2.
Essa entrevista ao vivo diretamente do Palais de l'Elysée, foi conduzida por quatro jornalistas, dois de cada canal – primeiro com Claire Chazal e Laurent Delahousse e logo depois com François Lenglet e Jean-Marc Sylvestre – e ocorre logo depois da Cúpula Socialista, quando François Hollande deu um grande passo à frente na sua campanha para presidente e a Cimeira da União Européia, que ocorre hoje.

Ao se recusar a confirmar ou não sua candidatura à re-eleição – o prazo legal lhe dá até o dia 16 de março – disse que estava ali "como Chefe de Estado para fazer entender aos franceses como o país se encontra e quais as medidas que serão tomadas sob sua responsabilidade."

Suas principais declarações foram francas, corajosas e indispensáveis para que a França encontre, quase que imediatamente, uma fórmula que a torne competitiva nos mercados, retenha empregos em seu território e que, ao mesmo tempo, mantenha sua política de bem estar social – veja os principais pontos abordados:
  • novas medidas para diminuir e controlar o déficit público
  • medidas para diminuir o déficit habitacional
  • criação e dotação de 1.000.000.000,00 € para uma subsidiária do OSEO (empresa pública cuja finalidade é servir às pequenas e médias empresas) converta esse valor em empréstimos às pequenas e médias empresas
  • criação de medidas para que empresas com mais de 250 empregados tenham em seus quadros ao menos 5% de jovens aprendizes
  • aumento do TVA (imposto sobre consumo) para determinados setores e produtos
  • adoção de acordos de competitividade
  • criação de um imposto sobre operações financeiras
  • liberação da jornada de trabalho de 35 horas através de acordos entre empregadores e empregados
  • a posição de François Hollande em voltar à idade de aposentadoria aos 60 anos, ao invés dos 62 anos, como Sarkozy conseguiu adotar
Não voto na França, mas se votasse, certamente este homem teria meu voto - e olha que já gostava dele por conta da Carla - mas temo que os franceses só irão entendê-lo após a dêbacle que os espera caso nada seja feito no sentido que o seu atual Chefe de Estado aponta.

Para a íntegra da entrevista:
1) acesse esse link:
http://lci.tf1.fr/politique/intervention-televisee-de-nicolas-sarkozy-6958170.html

2) após a página abrir, ao lado esquerdo, quase ao meio, clique no seguinte link:
Intervention télévisée de Nicolas Sarkozy : la vidéo intégrale - 1 h 12 min 02 s

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Normas para publicação: acusações insultuosas, palavrões e comentários em desacordo com o tema da notícia ou do post serão despublicados e seus autores poderão ter o envio de comentários bloqueado.