segunda-feira, 5 de setembro de 2011

John Lobb

Como vocês sabem, minha primeira estada em Paris foi em 1978 e, desde então, voltava com regularidade até me mudar de vez, ao final de 2009. Numa destas ocasiões conheci o Fritz d'Orey.

O Fritz foi um dos primeiros brasileiros na Fórmula 1, em 1959, quando competiu pelas equipes Maserati e Camoradi em três GP’s: França, Inglaterra e Estados Unidos.

Infelizmente, após ser contratado pela Ferrari em 1960 e ter participado das 12 Horas de Sebring, ele sofreu um grave acidente nas 24 Horas de Le Mans, a 270 km/h, que interrompeu precocemente sua promissora carreira e hoje em dia mora no Rio de Janeiro.

Numa tarde de fevereiro de 1998, estávamos andando pelo Boulevard Saint Germain e passávamos em frente a uma loja da John Lobb, ele para e me pergunta, na lata: você já tem um John Lobb? Se não tem, ainda não conhece a verdadeira elegância de um sapato masculino: eu não apenas não tinha, como também não conhecia a marca fundada em 1849, que fabrica sapatos e botas para homens (e mulheres também) de altíssimo luxo e que foi adquirida em 1976 pela Hermès.

Seus produtos são inteiramente produzidos e acabados à mão, de forma artesanal e têm faixa de preço entre 900 a 8000 euros, com uma produção inferior a 100 pares/dia e podem ser encontrados em versões prêt-a-porter ou sob encomenda – imaginem que desde a escolha do couro até ser colocado em sua caixa amarela, cada par de John Lobb passa por 190 diferentes etapas durante o seu processo de fabricação.

Hoje a empresa conta, além das três filiais de Paris, com lojas em Nova Iorque, Los Angeles, Dubai, Moscou, Madri, Genebra, Londres, Shanghai, Hong Kong, Seul, Taipei, Fukuoka, Nagoya, Osaka e Tóquio.

Por culpa do Fritz tenho hoje alguns poucos pares de John Lobb.

Uma outra do Fritz: quando ele morou em Paris, seu carro era uma Ferrari 456GT, verde com interior creme, de uma elegância ímpar. Um dia ele me diz, vamos dar uma volta no Bois de Boulogne e você dirige. Mas essa vou contar depois. Uma boa semana.







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