Isso mesmo, a simples rua e o ato de andar, perambular e explorar pela cidade, descobrindo os segredos reservados aos moradores. Paris, assim como várias outras cidades cosmopolitas e cuja a população residente é composta das mais variadas etnias e ascendências, tem atrações simples em suas ruas, mas totalmente diferentes das que estamos acostumados a ver no Rio.
Então, como sou uma pessoa de hábitos arraigados, inteiramente previsível e sistemático, comecei a colocar em prática estas minha pequenas manias, agora por acontecer nestas bandas.
O primeiro hábito que vamos explorar é o de frequentar feiras-livres ou marchés, como se denominam por aqui. Hoje são três “bio”, de produtos orgânicos; doze cobertos e sessenta e dois a céu aberto!
Desde pequeno aprecio ir, bem cedinho, a uma boa feira-livre para comprar ou apenas admirar as pessoas aproveitando os produtos frescos, recém chegados das zonas de produção agrícola, das profundezas dos mares ou das verdes pastagens antes do abate.
Aqui perto de casa tem, todas as terças, quintas e sábados das 7h às 14h30 um bom mercado a céu aberto na Place Maubert onde tenho, a cada nova visita, me surpreendido mais.
Primeiro porque os mercados vendem desde os tradicionais produtos como legumes, frutas, carnes que vão de bifes a caças, peixes e frutos do mar, flores e temperos mas também com muitos frios e muitos queijos. Isso tudo com artesanato, roupas, acessórios como bolsas, cintos e ainda mercadorias usadas, como em um grande bazar.
O seu colorido é de fazer corar fotógrafos como JR Duràn. Porém, apesar de muito bom, para mim o melhor mercado a céu aberto é o da Place des Fêtes, todas as terças, sextas e domingos, também das 7h às 14h30 e, sem a menor sombra de dúvida, o mais pitoresco, popular e divertido entre todos eles.
Entre os “bio”, fico com o Marché Raspail, que acontece no boulevard de mesmo nome, entre as ruas “du Cherche-Midi” e de “Rennes”, aos domingos, das 9h às 14h.
O Raspail, que comemorará vinte e um anos em outubro próximo, é o mais antigo, o mais cosmopolita e mais diversificado dos mercados verdes de Paris: em uma manhã de domingo, é possível encher a sua geladeira, o seu banheiro, a sua adega e até seu porta-jóias com produtos totalmente orgânicos.
Quanto aos mercados cobertos, fico dividido entre dois.
O primeiro é o pequeno Marché des Enfants Rouges - que falamos na crônica "O Marais revisitado" - e o outro é o Marché Saint Germain, instalado no coração do chic e trepidante bairro homônimo, que funciona de terça a domingo em um pequeno shopping de apenas vinte e uma boutiques mais o próprio mercado: o “Les Boutiques du Marché Saint-Germain-des-Prés à Paris” – puxa, até cansei!
Neste encontramos das frutas às guloseimas asiáticas, das caças às flores e com uma super vantagem: um estacionamento em seu próprio subsolo, sem precisar andar nem 10 metros sequer. Entretanto tem, como desvantagem, a falta do charme que seus concorrentes têm de sobra.
Raspail |
Place des Fêtes |
Place Maubert |
Saint Germain |
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