domingo, 15 de março de 2015

Hyper Casher reabre em Paris



O supermercado kosher de Paris onde 9 de janeiro o jihadista Amedy Coulibaly sequestrou 20 pessoas e matou quatro reféns, reabriu suas portas hoje com a presença do ministro de Interior da França, Bernard Cazeneuve.

"Estamos de pé", afirmou o ministro à imprensa, em mensagem clara aos "bárbaros terroristas que atacam os valores de liberdade e fraternidade do povo francês".

Acompanhado de prefeitos de localidades vizinhas, de representantes da comunidade judaica, Cazeneuve visitou o supermercado, que fica na Porte de Vincennes, no leste da cidade, e fez simbolicamente a primeira compra após a reabertura.

O ministro foi até o estoque frigorífico onde um dos funcionários do supermercado, de origem malinesa, escondeu dezenas de clientes quando o sequestro começou. Cazeneuve homenageou as vítimas e afirmou que o governo "faz todo o possível" para defender seus cidadãos da ameaça terrorista e para que na França "se possa viver livremente".

"Temos que mostrar que somos mais fortes do que quem ataca nossos valores, nossos princípios, nossa liberdade", assinalou. O supermercado foi totalmente renovado após os danos sofridos no atentado.

Foi o último ato de três dias de atentados que começaram com a morte de boa parte da redação da revista "Charlie Hebdo" e que, no total, custou a vida de 17 pessoas. Duas pessoas próximas a Coulibaly foram processadas na sexta-feira por vínculos com o jihadista e permanecerão detidas até o julgamento.

O supermercado reabriu com uma direção renovada, já que o gerente ficou ferido no atentado e disse não querer voltar a trabalhar no local, e 11 empregados continuam se recuperando dos ferimentos físicos ou psicológicas, e foram substituídos por outros voluntários.

A rede possui três lojas em Paris, para onde serão realocados os que trabalhavam no dia dos atentados.

A nova direção do mercado emitiu um comunicado no qual assinalou que com a reabertura querem enviar uma mensagem "aos franceses de confissão judaica de que mais do que nunca têm lugar no país".

"Com esta reabertura, queremos reafirmar que a vida sempre será mais forte do que a barbárie. Continuamos determinados a permitir que nossos clientes possam seguir consumindo produtos kosher", acrescentou.

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