sábado, 18 de maio de 2013

Aperitivos e drinks de três consagrados bares de hotéis parisienses

O repórter Bruno Agostini, de O Globo, publicou no dia 15/05/13 às 18h01 (e depois atualizou às 18h38) uma excelente matéria sobre drinks e aperitivos oferecidos em consagrados bares de hotéis parisienses, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

Os sabores da tradição nos
balcões clássicos de Paris


Comidinhas e drinques consagrados nos bares
de alguns dos hotéis mais respeitados da cidade



As bebidas no bar Galerie Joy, no Hôtel Fouquet’s Barrière são servidas com comidinhas.
Foto: Bruno Agostini / O Globo

PARIS - Sentado no balcão do Le Bar du Plaza Athénée, na Avenue Montaigne, acatei a sugestão do barman, e pedi o drinque chamado Jelly Shot, para começar a noite, depois de uma taça de champanhe, é claro. Eis que chega o coquetel, que bebi como quem come sushi. Trata-se de uma fórmula sólida, com Khalua, Bailey’s e Grand Marnier, servida em um retângulo de vidro colocado sobre um balde de gelo, para não esquentar. Bebemos (comemos?) com pauzinhos, como se fossem hashis etílicos. Clássico parisiense adorado pelos brasileiros (na minha noite, o português era a língua mais falada no bar, mais até do que o francês), o Plaza, para os íntimos, é tradicional em todos os sentidos, do serviço à mobília, exceto no seu bar, que tem atmosfera, decoração e cardápio com perfil mais ousado e jovial. A carta de drinques é apresentada em um tablet, com foto de cada uma das receitas, seguramente uma das listas mais autênticas e atraentes que já tive a oportunidade de ver: além dos clássicos há pelo menos duas dezenas de coquetéis bastante originais, em termos de combinações e apresentação.

Muitos, os mais conservadores, preferem se acomodar no belíssimo corredor, conhecido como La Galerie des Gobelins, com piso de ladrilho, colunas brancas e lustres de cristal magníficos.

As bebidas são o ponto forte da casa, mas o cardápio de comidinhas honra a tradição gastronômica do hotel. Para comer, podemos escolher entre blinis de salmão, pasteizinhos chineses cozidos no vapor (de pato com laranja, cogumelos ou camarões ao thermidor) e torradinhas com foie gras. Ou, então, uma porção com 30 gramas de caviar, com blinis e os acompanhamentos de praxe. Fiquei tentado, mas resisti, porque tinha programado jantar no Le Relais Plaza.

Mais discreto e intimista, o Le Bar 228 faz menção ao número em que está localizado o hotel Le Meurice, na Rue de Rivoli, na altura do Jardin des Tuileries. Se o local é reservado, com luz baixa, o mesmo não se pode dizer dos seus frequentadores, grande parte formada por empresários russos que parecem gostar de exibir em suas mesas garrafas entre as mais caras da fabulosa adega do hotel.

Hospedado ali no Le Meurice, o balcão era parada obrigatória todas as noites, às vezes antes de sair para jantar, outras, ao voltar dele. Entre 19h e meia-noite há jazz ao vivo, embalando a clientela, que prefere vinhos aos drinques. Do mesmo modo, o menu é caprichado, focado em pratos leves e sanduíches. Dividido em quatro parte (entradas, clássicos, sanduíches e sobremesas), pode funcionar muito bem para frugal (frugal, é claro, comparando com os restaurantes Le Meurice e Salvador Dalí, mais caros e pomposos). A cozinha mantém o alto padrão, e pratos como o croustillant de gambas, mangue et coriandre fraîche (camarões gigantes crocantes e servidos com manga e coentro) e o noix d’entrecôte Black Angus, beurre maître d’hôtel, frites maison (um belo corte de carne bovina, com molho amanteigado e batatas fritas) deixam satisfeitos os mais exigentes comensais. Para encerrar, éclair 100% choc, uma bomba de chocolate, em bom português, à altura do resto do cardápio.

Outro clássico da hotelaria chique parisiense, o Hôtel Fouquet’s Barrière, na esquina da Avenue George V com Champs-Élysées, tem um dos bares mais animados desta turma, frequentado por parisienses e turistas, hospedados ali, ou não. Comemos e bebemos muito bem na Galerie Joy, acomodados em poltronas roxas, no salão, ou nas mesas externas, muito concorridas nas noites dos meses mais quentes do ano. Uma pequena biblioteca entretém os clientes, e os interessados em cinema, moda, arquitetura, design e artes plásticas podem gastar uma tarde inteira ali, folheando as edições que ocupam uma estante.

Quando pedi uma taça de vinho branco para esperar a chegada de uma amiga, logo o garçom me trouxe um pratinho com comidinhas, que estavam ótimas. Havia canapés de foie gras e caranguejo, além de um creminho de cogumelos impecáveis, e acabei pedindo mais uma taça, novamente acompanhada pelos mimos comestíveis que Hemingway, mesmo mais interessado no copo, aprovaria.

SERVIÇO:

Le Bar, do Hôtel Plaza Athénée
Diárias a partir de € 825.
25, Avenue Montaigne
8ème arrondissement
Telefone: 01 53 67 66 65
www.plaza-athenee-paris.com

Bar 228, do Hôtel Le Meurice
Diárias a partir de € 820.
228, Rue de Rivoli
1er arrondissement
Telefone: 01 44 58 10 10
www.lemeurice.com

Galerie Joy, do Hôtel Fouquet’s Barrière
Diárias a partir de € 640.
46, Avenue George V
8ème arrondissement
Telefone: 01 40 69 60 00
www.lucienbarriere.com


 

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