Tínhamos, um pouco mais longe, na Rua Domingos Ferreira o Bob’s (o primeiro da rede) a Pizzaria Caravelle e o Restaurante Nino’s (hoje um Devassa, me parece), o Mercadinho Azul, o Casas da Banha da Siqueira Campos e os cinemas de rua, como o Rian, na Atlântica, o Metro, o Art, o Copabacana, o Roxy (um só sala, grande, não este de hoje) e o Caruso (onde o descanso do braço levantava para namorar melhor), todos na Nossa Senhora de Copacabana.
As pessoas em geral, comerciantes, vizinhos, porteiros se conheciam, se falavam e se cumprimentavam e sabiam de onde você era, qual seu quarteirão, sua rua e, às vezes, até qual o seu prédio mas, infelizmente, isso mudou muito e acredito que tenha a ver com o crescimento da cidade e com o aumento da violência urbana.
Ao me mudar para Paris há pouco mais de dois e após cerca de trinta e dois anos voltando apenas como turista e portanto, sem olhos de morador e, para piorar mais ainda, em outro “arrondissement” ao qual eu ainda não tinha a menor intimidade, o 5ème - eu havia morado antes, bem jovem, no 16ème.
Hoje, depois de dois anos e conhecendo bem a área, fui surpreendido com coisas que poderia supor de cidades pequenas, do interior, mesmo. Ao fazer coisas simples como cortar o cabelo, ir aos correios e à farmácia foram curiosas porque as pessoas me perguntaram se eu era novo no “quartier” (cerca de ¼ de um arrondissement de Paris, no meu caso, chamado de Saint Victor).
Os guardadores de automóveis de restaurantes, os donos de comércios, feirantes, todos sabem, de uma forma ou de outra, que são os moradores de determinado “quartier” e isso nos passa uma sensação incrível, diferente do que vemos hoje no Rio, São Paulo e até cidades menores como Belo Horizonte ou Curitiba.
E falando na minha vizinhança, essa semana vamos explorar melhor o 5ème. Prometo.
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