quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Videogame "Assassin’s Creed Unity" tem passeio virtual pela Paris da Revolução Francesa


“Assassin’s Creed Unity”: título permite um passeio virtual pela França de 1789
Foto: Divulgação

Paris sob os seus pés. Esta é a espetacular paisagem vista do topo da cruz da Igreja de Notre Dame, o ponto privilegiado oferecido pela catedral para se apreciar o esplendor da sua cidade. Mas não é preciso ser um pássaro para desfrutá-lo.

Segundo o repórter Ángel Luis Sucasas, do “El País”, o jogo “Assassin's Creed Unity” — já disponível no Brasil para Xbox One, PlayStation 4 e PC —, mais recente capítulo da série que já vendeu mais de 70 milhões de jogos em todo mundo, permite ao jogador subir lá em cima, ainda que virtualmente. E, além disso, observar uma Paris que não pode mais ser visitada hoje em dia: a de 1789. A da Tomada da Prisão de Bastilha, de Madame Guilhotina. No título, é possível reviver a capital francesa desta época, casa por casa, rua por rua.

"Desafio" é como o historiador Maxime Durand resume a ousadia da produtora Ubisoft em reviver o período crucial da França em seu título.

— Nós queríamos recriar a Revolução Francesa com os consoles da próxima geração, porque há coisas que não podíamos fazer na antiga. Por exemplo, reproduzir toda a cidade em uma escala real — afirma Durand.

Uma cidade repleta de violência e medo, em que o jogador é apresentado como um assassino que viaja de nosso presente por meio da tecnologia, membro de uma ordem secreta.

— Queremos mostrar todos os tons de cinza que existiram nesse período. E fazê-lo de uma forma sutil — detalhou Durand, exemplificando a Tomada da Bastilha como um desses momentos. — O jogador o viverá de dentro e de fora. Estará nos calabouços da prisão e, sem conhecer muito do episódio, não perceberá que está na Bastilha até o fim do episódio.

— Ele será o nosso personagem ambíguo, com um papel semelhante aquele desempenhado pelo carismático Leonardo Da Vinci em outros episódios da série. É um papel coadjuvante recorrente no jogo que é extremamente importante — afirma o historiador.

Assim também será com Robespierre, já que o arco temporal do jogo abarca dez anos e permite que o jogador viva todo estágio de terror da época, cerca de dez meses em que mais de 15 mil cabeças foram guilhotinadas nas praças de Paris.

A violência e a sua representação foram uma preocupação do Spielberg desta orquestra, Alexandre Amancio, diretor criativo do projeto, que uniu esforços de equipes em Bucareste, Xangai, Toronto, Kiev, Singapura e Montpellier para completar o jogo.

— Foi um período extremamente sangrento. Um tempo de horror em que ninguém estava a salvo. Um homem podia acabar na guilhotina pela má-fé de seu vizinho — afirma Amancio.

Mas há um outro lado da moeda que faz da Revolução Francesa um delicioso material para a ficção:

— A primeira revolta genuinamente do povo. A primeira vez que as mulheres reclamaram o poder. A primeira vez que se enunciou claramente os direitos civis consolidados no Ocidente. E também a primeira vez que se viveu o moderno estado policial, com julgamentos em massa, denúncias e execuções públicas — afirma Amancio.

Permitir ao jogador a vivência desses anos em um nível estético e emocional é o mantra dos criadores do título, mas isso não significa que o aspecto tecnológico não desempenhe um papel essencial. De um lado está a recriação meticulosa de monumentos famosos, como o Palácio de Versalhes e a Catedral de Notre Dame. Do outro, a vida da cidade.

— Não há nada melhor do que mover-se de um lugar ao outro. Ver o aspecto sujo e decadente dos bairros pobres de Paris contrastando com a opulência dos ricos. E também ver os tipos de pessoas que é possível ver pelas ruas e as atividades que praticam — afirma o historiador.

Além disso, um cada quatro prédios vistos no jogo podem ser visitados, o que é um dos aspectos favoritos do título para Durand:

— Porque isso nos permite recriar o dia a dia mundano de todas as classes sociais de Paris.

As pessoas que habitam esse universo são outro grande salto da tecnologia. "Unity" é capaz de recriar milhares de pessoas ao mesmo tempo na tela do jogador, erguendo os punhos por liberdade, igualdade e fraternidade na caminhada à guilhotina. Mas essas pessoas não são apenas adereços de fundo. O PS4 e o Xbox One permitem ao jogador interagirem com esses indivíduos dentro do rebanho.

— Pela primeira vez é possível cruzar o caminho de diversos indivíduos que não se limitam à trama principal do jogo. Há todo tipo de histórias acontecendo em Paris — afirma.

Veja aqui o trailer do jogo, em português:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=aoLBmWsqvhM

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