domingo, 10 de agosto de 2014

Há 133 anos Paris recebia a I Feira Internacional da Eletricidade



Milhares de lâmpadas acenderam de uma só vez em 10 de agosto de 1881, no parque de exposições da Feira Internacional da Eletricidade em Paris. O público entusiasmou-se com as "estrelas" ou "luminárias de Edison".

Segundo Karl Bienek, estudioso da história da lâmpada incandescente e da energia elétrica, uma das sensações da 1ª Feira de Eletricidade de Paris foi o estande em que os visitantes podiam ligar e desligar uma lâmpada – uma novidade fascinante, na época. "A feira de 1881 foi decisiva para a introdução da luz e de outras formas de uso da eletricidade", afirma.

Hoje é quase inimaginável que alguém possa viver sem energia elétrica, mas no século 19 ela era praticamente inexistente. Isso mudou depois da feira de Paris, quando o inventor norte-americano Thomas Edison mostrou aos europeus que a nova luz significava o início de uma nova era.

De Goebel a Edison

No entanto, o inventor da lâmpada incandescente não foi Thomas Alva Edison (1847-1931) – como se acredita – e sim o mecânico alemão Johann Heinrich Goebel (1818–1893). Emigrado para os Estados Unidos em 1848, ele usou em 1854 as fibras de bambu de sua bengala como filamento.

Ligadas nas extremidades por meio de arames de aço, elas se transformavam em condutores de energia elétrica. Em ampolas de vidro transparente, as fibras de bambu chegavam a permanecer acesas por até 200 horas. Goebel logo usou o invento para iluminar sua joalheria em Nova York.

Segundo Karl Bienek, Goebel estava adiante de seu tempo. Ao tentar iniciar a industrialização e a produção em série, não encontrou financiador. Na época, simplesmente não existia demanda por lâmpadas incandescentes.

Faltava também a infraestrutura tecnológica – como, por exemplo, usinas de eletricidade – para manter a luz em funcionamento. Existiam apenas células galvânicas, que eram muito caras e não tinham potência para iluminar uma rede de lâmpadas incandescentes.

O mérito de Edison foi transformar a lâmpada incandescente num produto de consumo, o que viabilizou sua produção em série. Ele começou também a desenvolver a tecnologia necessária para o emprego do invento. São dele, por exemplo, as ideias básicas e a construção de um sistema de iluminação elétrica, com motor a dínamo, distribuidor, linhas de distribuição, registrador de consumo, fusíveis, material isolante, interruptores e bocais.

Longo caminho até a comercialização

Apesar de muito admirada na feira de Paris, a eletricidade ainda demorou a se impor na Europa. Os alemães, por exemplo, continuaram usando lamparinas de petróleo, velas de cera e lampiões a gás para a iluminação em geral.

Somente no início do século 20 a Alemanha percebeu que era possível ganhar dinheiro com a nova tecnologia. Foi aí que Auer von Welsbach revolucionou a lâmpada de Edison, com a introdução do filamento incandescente de metal.

A lâmpada ósmico-wolfrâmica, conhecida pela abreviação Osram, abriu o caminho para o lançamento, em 1912, de lâmpadas com filamento totalmente à base de tungstênio no mercado alemão. A tecnologia básica da lâmpada incandescente, portanto, foi desenvolvida de 1854 a 1912. E com ela, a eletricidade conquistou as casas e as ruas da Europa e do mundo. Com informações da Deutsche Welle.

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