sexta-feira, 18 de abril de 2014

Alain Ducasse e sua segunda loja de chocolates em Paris

O repórter Bruno Agostini, de O Globo, publicou nesta última quinta, (17), uma excelente reportagem sobre o melhor do chocolate em Paris, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

Em Paris, a capital mundial do chocolate,
até Alain Ducasse se rende ao cacau


Chef abre sua segunda loja na cidade francesa,
que tem tradição de grandes chocolateiros




Alain Ducasse na sua segunda chocolateria, em Paris, agora na Rive Gauche
Foto: Divulgação
Alain Ducasse na sua segunda chocolateria, em Paris, agora na Rive Gauche Divulgação

No acervo do Musée du Quai Branly, no 7° arrondissement, também chamado de Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas, dedicado às culturas ancestrais desses continentes, uma das coleções que mais se destacam é a de máscaras tribais africanas, entre elas aquela que serviu de inspiração para o cubismo de Picasso. Na loja de Pierre Hermé, com seus sempre deliciosos (e sazonais) macarons de trufas brancas de Alba, o que mais me chamou a atenção foram os chocolates no formato daquelas mesmas máscaras africanas, arte em forma de comida.

Amantes do chocolate dificilmente vão encontrar outra cidade que tantas delícias achocolatadas pode oferecer aos seus visitantes como Paris. Só faltava mesmo um chef como Alain Ducasse se lançar com apetite ao fantástico mundo do chocolate. Então ele inaugurou ano passado La Manufacture de Chocolat, na Rive Droite, na Rue de la Roquette, perto da Place de la Bastille. E agora acaba de abrir a segunda loja, Comptoir Le Chocolat, na Rue Saint-Benoît, a um passo do Boulevard Saint-Germain, na Rive Gauche. Entre uma e outra, melhor escolher visitar a primeira (aberta de terça-feira a sábado), onde é possível acompanhar através de paredes de vidro todo o processo de produção. Nicolas Berger é o mestre chocolatier de Ducasse, e agora concorrente de nomes como Patrick Roger, Christian Constant, Joséphine Vannier, Pierre Hermé e Jean-Paul Hévin (este um especialista em usar especiarias como pimenta e gengibre), o time dos sonhos da chocolateria parisiense. Os chocolates com a grife Ducasse têm mais de 40 sabores. Além das duas lojas, também podem ser encontrados no térreo das Galeries Lafayette (a do Boulevard Haussmann), e, claro, em todos os restaurantes do chef.

Nos principais centros gastronômicos desta cidade que idolatra o pain au chocolat, como a seção Lafayette Goumert e La Grande Épicerie de Paris, no Le Bon Marché, ou as lojas Fauchon e Hédiard, o chocolate e outros derivados do cacau ganham nobre espaço. Tanto Fauchon quanto Hédiard têm chocolates de marca própria, produtos que podem ser encontrados não apenas em suas gôndolas, mas também em outras lojas da cidade. Na primeira, a caixa de bombons com 16 unidades é vendida por € 25 enquanto os “coeurs chocolat lait et caramel” custam € 13. Na dúvida, fique com ambos.

Bem perto da mesma Place de la Madeleine que abriga Fauchon e Hédiard encontramos outro ícone dos sabores parisienses, a classuda Ladurée, famosa por seus macarons e pela produção de pães e doces de primeira linha. Na casa chique de predominantes tons verdes, o salão vive cheio de gente atraída por delicadezas como o plaisir sucre (€ 6,10), um bolo crocante com praliné e chocolate ao leite; o chocolat religieuse (€ 6,15), e uma bela torta de chocolate com laranja (€ 5,50), de parar o trânsito.

O pain au chocolat, também conhecido como chocolatine, é uma categoria à parte, e os melhores chefs de pâtisserie de Paris se dedicam com esmero ao seu preparo. Difícil encontrar algum café da manhã sem eles, entre croissants, brioches e baguetes. Os mais badalados estão nas melhores padarias da cidade, como Le Grenier à Pain, La Boulangerie par Véronique Mauclerc, e Miss Manon, onde encontramos até uma versão com um pouco de framboesa.

Em Paris, um dos sabores de crepe mais apreciado é o de Nutella, a infalível combinação de cacau e avelã. Existe um padrão alto de qualidade em quase todos os lugares, mas alguns pontos são mais famosos, entre eles a simpática Crêperie des Arts, com fachada azul, no número 27 da Rue Saint-André des Arts, em Saint-Germain-des-Prés. Outra referência é o Restaurant Crêperie Le Crepuscule, em Montmartre, com uma linha de crepes doces seguindo a tradição bretã, com perfil mais caseiro.

Sorveterias como a Maison Berthillon (31 Rue Saint-Louis en l’Île), um clássico parisiense, e a Amorino (com 58 lojas na França, 20 delas na capital), de origem italiana, servem sabores como chocolat noir, chocolat blanc e gianduja (chocolate e avelã). Nos meses mais frio, faz sucesso o chocolate quente do café Maison Angelina, garbosamente instalado sob os arcos da Rue de Rivoli, ao lado do hotel Le Meurice. A fila na porta é constante, especialmente a partir do meio da tarde. Além de servir um dos chocolates quentes mais famosos do mundo, a casa prepara outras delícias derivadas do cacau, como éclair e “choc africain", uma espécie de brownie com musse e creme de chocolate.

E de 29 de outubro a 2 de novembro, Paris realiza na Porte de Versailles o Salon du Chocolat — Le Mondial du Chocolat & du Cacao, que chega a sua 20ª edição, cada vez mais concorrida, com a participação de chefs e expositores de todo o mundo.

SERVIÇO
Alain Ducasse: alain-ducasse.com
Angelina: angelina-paris.fr
Fauchon: fauchon.com
Grenier à Pain: legrenierapain.com
Hédiard: hediard.fr
Ladurée: laduree.com
Lafayette Gourmet: galerieslafayette.com
Miss Manon: miss-manon-paris.fr
Pierre Hermé: pierreherme.com

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