domingo, 2 de março de 2014

Alain Resnais morre em Paris aos 91 anos



O cineasta francês Alain Resnais - que participou da renovação do cinema francês nos anos 1960- morreu ontem (sábado, 1º), aos 91 anos, em Paris, cercado por sua família, informou neste domingo seu produtor, Jean-Louis Livi.

Estrela da escola francesa da "nouvelle vague", Resnais deixou quase 50 filmes, entre eles "Hishorima, meu amor", "O ano passado em Marienbad", "A guerra acabou", "Providence", "Smoking e no smoking" e "Ervas Daninhas".

Resnais ainda estava em atividade, e o último de seus filmes, "Amar, beber e cantar", de 2014, havia obtido o Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim, além de um prêmio da crítica internacional no mesmo festival.

"Ele estava preparando, comigo, um outro filme, do qual ele também era roteirista", afirmou Livi, que produziu os três últimos títulos de Resnais.
Ele também teve, ao longo da carreira, cinco prêmios César (três de melhor filme, dois de melhor diretor), dois Ursos de Prata em Berlim, três prêmios no Festival de Veneza, um BAFTA e um prêmio especial do júri em Cannes, entre outros.

Um de seus filmes mais apreciados era "Noite e Neblina", de 1956, um marcante documentário sobre os campos de concentração nazistas na Segunda Guerra Mundial, e considerado uma obra chave na história do cinema.

Trajetória

Nascido em 3 de junho de 1933 na cidade francesa de Vannes, ele fez seu primeiro filme, um curta, com 13 anos, quando comprou sua primeira câmera.

Nos anos 1960, participou do movimento de renovação do cinema francês, ao lado de diretores como Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e Francois Truffaut.

Seu primeiro longa de ficção, "Hiroshima meu amor", de 1959, foi baseado em um texto da escritora francesa Marguerite Duras e faz uma reflexão poética sobre a bomba atômica.

Seu filme gerou desconforto nos EUA e chegou a ser retirado da competição oficial do Festival de Cannes na época.

Repercussão

Entre as primeiras reações a sua morte, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, saudou "um grande, grande talento, conhecido mundialmente".

O próximo presidente do Festival de Cannes, Guilles Jacob, lembrou nas redes sociais uma frase cébre do autor: "Fazer filmes é bom, mas ver filmes é muito melhor".

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