terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

De Paris à Normandia monumentos abertos à visitação são recuperados em toda a França


Acesso ao Monte Saint-Michel, na Normandia, agora é feito por micro-ônibus ou a pé
Foto: Mark Rapillard/CMN / Divulgação

"Este ano, a Abadia do Monte Saint-Michel, na Normandia, conclui amplo projeto de renovação, iniciado em 2010, embora já esteja funcionando plenamente. Como parte das obras, o acesso de automóveis particulares, ou ônibus, foi limitado a um estacionamento no continente. Quem chega de carro tem que deixá-lo no novo estacionamento. Há cerca de dois anos, o acesso já vem sendo feito por micro-ônibus — ou a pé — até a base do monte.

Com 1,2 milhão de visitantes ao ano, a Abadia do Monte Saint-Michel (o ingresso sai a € 9) é o segundo monumento nacional mais visitado entre os que estão sob a alçada do Centro de Monumentos Nacionais (CMN) na França, depois do Arco do Triunfo, que recebeu 1,7 milhão de pessoas em 2014. Os 82 monumentos administrados pelo CMN abertos ao público recebem 9,2 milhões de visitantes ao ano.

Muitos, como a Abadia do Monte Saint-Michel, integram as listas de patrimônio mundial da Unesco. A CMN não considera atrações de administração privada, por exemplo, como a Torre Eiffel, que recebe sete milhões de visitantes ao ano.

Para visitar a Abadia do Monte Saint-Michel, é preciso ficar de olho na tábua das marés, aconselha William Roussel, chefe do Polo de Desenvolvimento Turístico Internacional do CMN, que esteve no Rio recentemente:

— Na temporada de verão, quem pernoita por lá pode aproveitar a programação noturna. E se for em um dos cinco ou seis dias no ano de maré cheia, o local ganha atmosfera especial. No vilarejo no entorno da abadia, há pousadas, bares e comércio. E há uma passarela para evitar o isolamento na maré alta.

Voltando ao Arco do Triunfo, em Paris, Roussel lembra que o monumento — cujo mirante pode ser visitado — oferece bela vista para a cidade com o Champs Élysées em destaque. E está aberto diariamente até as 22h30m no inverno (ingressos a € 9,50).

Roussel destaca a Sainte-Chapelle, na antiga residência de Luís IX, e que integra, com a Conciergerie, o complexo do Palácio da Justiça, na Île de la Cité, em frente à catedral de Notre-Dame. A capela abriga a relíquia da coroa de espinhos de Cristo e importantes vitrais.

— Os vitrais são lindos. É um dos meus monumentos favoritos — diz Roussel.

O Panteão, que também passa por trabalhos de renovação, mas continua aberto normalmente, se prepara receber as cinzas de quatro figuras notáveis da Segunda Guerra Mundial — Germaine Tillion, Geneviève de Gaulle-Anthonioz, Pierre Brossolette e Jean Zay, no dia 27 de maio, e terá uma exposição sobre o tema da Resistência. Ainda como parte das comemorações do centenário da Primeira Guerra Mundial, celebrado em 2014, a exposição “Jaurès contemporaines 1914-2014” foi prolongada até 21 de março de 2015.

HOMENAGEM A LE CORBUSIER

No Norte do país, perto de Lille e da fronteira com a Bélgica, em Nord-Pas de Calais, a Villa Cavrois homenageia o cinquentenário de morte de Le Corbusier, abrindo as portas em junho, conta Roussel:

— Era uma casa de uma família rica da indústria têxtil, da década de 1930, planejada pelo arquiteto Robert Mallet-Stevens, e foi recuperada.

Em outras regiões da França, monumentos como o Castelo de If, na Baía de Marselha, na Provence, cuja história está ligada à do conde de Monte Cristo, em romance de Alexandre Dumas, também ganham destaque na lista de CMN. Vale lembrar que Marselha foi capital da cultura em 2014, com série de novos museus e atrações.

Em Cote d’Azur, o Fort de Brégançon, antiga casa presidencial será aberta ao público em maio, pelo segundo ano consecutivo (ingressos a € 10), desta vez, de maio a setembro (em 2014 foram dois meses). O forte fica num pico rochoso, debruçado a 35 metros sobre o Mediterrâneo."

Reportagem de Cristina Massarie, do jornal O Globo.

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