Parte da caverna de Chauvet, em Vallon Pont d'Arc, no sul da França. Foto: AFP |
Segundo informações da AFP, a Caverna de Chauvet, onde se encontram as pinturas rupestres mais antigas e conhecidas até hoje, entrou neste domingo (22) para a lista do Patrimônio Mundial da Unesco, anunciou o comitê desta agência das Nações Unidas em Doha.
A imensa gruta, situada 25 metros abaixo da terra em uma colina calcária do sul da França, "é um testemunho único e excepcionalmente bem conservado", segundo o texto do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco.
"Os vestígios arqueológicos, paleontológicos e artísticos da gruta ilustram, como nenhuma outra do começo do Paleolítico superior, a frequência das cavernas para práticas culturais e rituais", destaca o texto.
A caverna, que permaneceu fechada por 23 mil anos devido a um deslizamento de rochas e foi redescoberta em 1994 por três espeleólogos – Jean-Marie Chauvet, Christian Hillaire e Eliette Brunel –, contém mais de mil desenhos, uma expressão excepcional da primeira criação artística do homem durante o Paleolítico superior, há 36 mil anos.
Os desenhos feitos na rocha incluem uma espécie de zoológico gráfico constituído por 435 representações, que mostram 14 espécies: ursos, rinocerontes, um leão, uma leoa, uma pantera, bisões, etc. Nas paredes da caverna, também é possível observar umas dez mãos em negativo e positivo, representações do sexo feminino e, ao fundo, o desenho excepcional do corpo de uma mulher ao lado de um bisão.
A caverna, conservada de forma excelente e muito maior que a gruta francesa de Lascaux (cujas obras têm entre 17 mil e 18 mil anos de idade), conta com inúmeras salas e galerias ao longo de 800 metros, e de até 18 metros de altura.
Ao contrário de Lascaux, descoberta em 1940 e deteriorada pelo dióxido de carbono gerado pela respiração dos visitantes, a caverna de Chauvet nunca foi aberta ao público. Uma cópia criada na região e batizada de "Caverna do Pont-d'Arc" permitirá admirar as riquezas da cavidade original.
Neste projeto, pintores, escultores, agências de arquitetos, cenógrafos e empresas de construção colaboraram para criar em escala real e em 35 mil metros os melhores aspectos da gruta original. Esta réplica deve ser aberta ao público em 2015.
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