Curva do Rio Sarre em forma de ferradura é atração turística |
No dia 30 de agosto de 1945, o estado alemão do Sarre, no sudoeste do país, foi incorporado pela França. Somente 12 anos depois, um plebiscito decidiu pela reintegração do território à Alemanha.
Em 10 de fevereiro de 1945, durante a Conferência de Ialta, Stalin, Churchill e Roosevelt concordaram em aceitar a França como a quarta potência de ocupação, abrindo caminho para a criação de quatro – e não mais três – zonas de ocupação no território da Alemanha.
Assim, em julho de 1945, tropas de ocupação francesas tomaram o lugar dos militares americanos na região do Sarre. O governo local foi dissolvido e, em 30 de agosto de 1945, passado a um governo militar francês, sob ordens do general Gilbert Grandval, um ex-comandante da Resistência.
A França pretendia a separação do estado do Sarre do resto da zona de ocupação francesa na Alemanha, mas a intenção foi barrada pela União Soviética. Depois de muita discussão, optou-se finalmente por um modelo de união econômica e pela autonomia restrita.
No dia 26 de dezembro de 1946, a França fechou a fronteira do pequeno estado de 2.570 quilômetros quadrados com a Alemanha. Foi permitida a criação de partidos políticos e incentivado o desenvolvimento da região, levando em conta os interesses de Paris.
Integração econômica e monetária
O então ministro francês do Exterior encarregou o governador militar Grandval de formar uma comissão que elaborasse uma Constituição, baseada nas constituições de outros estados alemães. Não sem antes impor como objetivo de longo prazo a integração à França, através de um memorando no qual constava:
"O Sarre deverá ser anexado à França dos pontos de vista econômico e político-monetário, por isso terá que adaptar sua alfândega e as questões de direito monetário à França, receberá autonomia política, deixará ao encargo da França as relações exteriores e questões de sua defesa, e receberá um comissário francês com jurisprudência para garantir esta aproximação econômica."
Alguns partidos tentaram em vão diminuir a influência francesa. Outros reivindicaram um plebiscito, categoricamente rejeitado pelo administrador Grandval.
Habitantes temeram anexação
Em 1950, formou-se uma resistência às estreitas relações econômicas com a França e contra a desnacionalização dos habitantes. O governo militar tentou acalmar a população: "Queremos que o Sarre se torne um país soberano como Luxemburgo. Graças ao potencial industrial e ao trabalho de seu povo, as condições dos seus habitantes poderiam se igualar às de Luxemburgo. Não há dúvidas quanto às intenções da França. Jamais se pretendeu a anexação. O que a França quer é a prosperidade desta região em vista de uma aproximação com Paris. Queremos um Sarre soberano."
Em outubro de 1955, entretanto, a maioria da população acabou por manifestar em plebiscito o desejo de reintegração à República Federal da Alemanha.
(Artigo original publicado pela Deutsche Welle em 30.08.2013)
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