"Rive Gauche" passa o dia-a-dia de Paris e da França, com estilo leve, distraindo e levando o leitor à um passeio pela Cidade Luz e seus arredores. Nasceu como uma coluna dominical publicada no Jornal do Brasil e depois migrou para dois sites com atualizações semanais, o www.investimentosenoticias.com.br e o www.annaramalho.com.br e, além disso, conta com atualizações neste blog e no Facebook.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Fazer compras em Paris num domingo é uma gincana
Segundo informações do jornal O Globo e de agências internacionais, domingo não é dia de compras em Paris e por essa razão. comerciantes e políticos da capital francesa já discutem mudanças na legislação centenária que impede abertura de lojas em zonas não-turísticas.
Segue a matéris de O Globo, de hoje (1):
"RIO - Quanto vale uma tradição? É possível definir com fronteiras uma área turística? Essa é a discussão que movimenta parte dos comerciantes de Paris, onde a legislação proíbe estabelecimentos comerciais de funcionarem aos domingos se estiverem em áreas fora de zonas consideradas de interesse turístico. Essa legislação faz com que, por exemplo, as Galerias Lafayette e boa parte das lojas da parte baixa de Montmartre fechem suas portas obrigatoriamente aos domingos.
Por ano, cerca de 12 milhões de pessoas visitam as Galerias Lafayette, boa parte deles brasileiros, um número digno das maiores atrações turísticas do país. E são os turistas os responsáveis por 40% do faturamento da casa. E ele poderia ser maior se a loja de departamento especializada em produtos de luxo não estivesse em uma zona considerada não-turística pelas autoridades parisienses. O mesmo acontece com Montmartre. Na parte baixa do bairro, marcado como reduto de artistas e boêmios nos últimos séculos, o comércio precisa baixar as portas aos domingos. Turistas que vão ver o icônico Moulin Rouge neste dia não poderão levar para casa os ímãs de geladeira vendidos na vizinhança nos demais seis dias. Lembrancinhas só na parte alta, aos pés da Basílica de Sacre-Coeur.
A legislação em vigor é de 1906 e é mantida tanto pela força dos sindicatos quanto pela influência católica na sociedade francesa. Mas a proibição não se aplica a todos os tipos de negócios. Floriculturas, peixarias e lojas de móveis e jardinagem, por exemplo, podem funcionar normalmente. Já lojas de material de construção, roupas, calçados e suvenires não. Se uma dessas fora da zona turística abrir suas portas em um domingo, será multada em € 6 mil.
Uma pesquisa feita pelo instituto Ipsos, em novembro passado, mostrou que 63% dos franceses já são favoráveis a um relaxamento dessa legislação. Recentemente, um grupo de funcionários de lojas de ferragens foi às ruas exigindo o direito de poder trabalhar aos domingos, com gritos de “Yes Weekend”. A manifestação pode ter feito corar os sindicalistas mais radicais, defensores da carga horária máxima de 35 horas semanais, mas entre os defensores das compras dominicais a tese é de que isso ajudaria a criar mais empregos e movimentar ainda mais a economia de um país que depende cada vez mais do comércio. Só na capital francesa, o setor emprega 1,7 milhão de pessoas.
Com 8,3 milhões de turistas no ano passado, Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo e a questão do comércio dominical já chegou à política. Duas candidatas à prefeitura da capital nas eleições de 2014 já se comprometeram a estudar o assunto. A conservadora Nathalie Kosciusko-Morizet defende a liberação ampla, já a socialista Anne Hidalgo está disposta a rever os limites das zonas turísticas, mas defente a permanência do domingo como dia de descanso. Se mais ou menos sacolas serão vistas nas ruas de Paris aos domingos, a resposta dependerá das urnas."
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