"Rive Gauche" passa o dia-a-dia de Paris e da França, com estilo leve, distraindo e levando o leitor à um passeio pela Cidade Luz e seus arredores. Nasceu como uma coluna dominical publicada no Jornal do Brasil e depois migrou para dois sites com atualizações semanais, o www.investimentosenoticias.com.br e o www.annaramalho.com.br e, além disso, conta com atualizações neste blog e no Facebook.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Je ne suis pas Charlie: menino de 8 anos é interrogado após defender os atentados em Paris na escola
Ahmed tem 8 anos e está no segundo ano de uma escola primária em Nice, Sul da França. Uma criança como outra qualquer. Mas nesta quinta, ganhou as páginas dos jornais franceses após vir à tona que ele teria sido convocado para depor numa delegacia por “apologia ao terrorismo”. De acordo com o jornal “Nice Matin”, um dia após o atentado ao jornal “Charlie Hebdo”, o garoto, que é de família muçulmana, teria se recusado a fazer um minuto de silêncio na escola em homenagem aos mortos, além de dizer:
— Eu não sou Charlie. Estou do lado dos terroristas. Os muçulmanos fizeram bem: os jornalistas mereciam a morte.
Em sua conta no Twitter, o advogado da criança, Sefen Guez Guez, disse que o menino e o pai foram convocados à delegacia, após o diretor da escola apresentar queixa, no dia 21 de janeiro. O advogado classificou o episódio como exemplo do “estado de histeria coletiva” vivido no país após os ataques jihadistas em Paris e arredores, que deixaram 17 mortos há três semanas.
Durante o depoimento — que segundo a polícia teria durado meia hora, mas de acordo com o Coletivo Contra a Islamofobia na França (CCIF) levou duas horas — o menino não soube explicar o que significava a palavra “terrorismo”. De acordo com a diretora-adjunta de segurança pública regional, Fabienne Lewandowski, a criança admitiu ter dito algumas coisas.
— Mas, visivelmente, ele não compreende o que está dizendo — disse Fabienne.
Uma das maiores preocupações do governo francês é com a radicalização dos jovens, por isso, resolveu-se investir pesado em propaganda, sobretudo na internet, contra a jihad. Nesta quinta, um vídeo divulgado no site stop-djihadisme.gouv.fr mostrava cenas com homens decapitados sendo crucificados ou jogados de um penhasco, com alertas.
— Eles (jihadistas) te dizem: sacrifique-se ao nosso lado e defenderá uma causa justa. Mas, na realidade, você irá descobrir o inferno na terra e vai morrer longe da sua casa.
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