"Rive Gauche" passa o dia-a-dia de Paris e da França, com estilo leve, distraindo e levando o leitor à um passeio pela Cidade Luz e seus arredores. Nasceu como uma coluna dominical publicada no Jornal do Brasil e depois migrou para dois sites com atualizações semanais, o www.investimentosenoticias.com.br e o www.annaramalho.com.br e, além disso, conta com atualizações neste blog e no Facebook.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
França tem antipatia aos turistas - será mesmo?
Segundo informações do Financial Times e da Folha Online, a França tenta se livrar da (má) fama de que país é antipático com turistas.
Na fila para subir a torre Eiffel com o marido e os dois filhos, Monica Krishan, de Déli, fala um pouco sobre ser uma turista estrangeira em Paris. "Acabamos de vir de Barcelona e Madri. Falando sem rodeios, as pessoas de lá são muito mais amigáveis que na França. Na Espanha, eles talvez falem menos inglês do que aqui, mas lá eles realmente tentam ", diz.
"Ontem, ao sairmos do nosso hotel à procura do metrô, pegamos uma saída errada e pedimos a ajuda de alguém. A pessoa só nos olhou e disse: 'No English'."
A França há muito sofre de má reputação por receber seus visitantes de forma mal-humorada -exemplos são os garçons arrogantes em cafés de Paris e as frequentes greves do serviço público.
Turismo em Paris
Há até mesmo um reconhecido distúrbio psicológico chamado de "síndrome de Paris", que aflige alguns turistas, principalmente os japoneses, que ficam chocados com o jeito abrupto dos anfitriões franceses.
Contra essa "síndrome" e procurando desesperadamente maneiras de injetar vida nova na economia enfraquecida, a França está lançando um plano para transformar a indústria do turismo –sobretudo, abordando a questão de tratar os turistas com um pouco mais de graça.
"Se há uma questão com a qual temos de lidar é para mudar a mentalidade dos franceses, que veem o serviço como servidão", disse Jean-François Rial, chefe de Voyageurs du Monde, agência de viagens, durante uma conferência organizada pelo governo na semana passada para lançar um programa. "Somos muito ruins em serviço na França", completou.
Ministros admitem que parte do problema foi que a França, abençoada com o esplendor de Paris, a Côte d'Azur e os Alpes, tende a acreditar que o turismo está garantido.
O país atrai o maior número de visitantes estrangeiros por ano no mundo, tendo atraído 83 milhões visitantes em 2012, de acordo com a organização do turismo mundial da ONU.
Tal indústria responde por mais de 7% da renda nacional, cerca de 2 milhões de empregos e contribui com € 12 bilhões (R$ 36 bilhões) por ano para a balança de pagamentos. Mas, apesar de ter 20 milhões de turistas a mais que a Espanha, a França ganha menos com o turismo estrangeiro por ano.
O plano inclui medidas para melhorar o setor hoteleiro, facilitar o processo de visto para os visitantes e construir uma ligação ferroviária expressa de Paris para o principal aeroporto da cidade.O objetivo do governo é mudar esse cenário, aumentando o número de visitantes para 100 milhões por ano. Fleur Pellerin, ministra de Comércio Exterior e Turismo, disse que o país poderia criar 500 mil novos postos de trabalho se capturar 5% do 1 bilhão de turistas que devem viajar pelo mundo todo em 2013. "É um grande desafio econômico", afirmou.
Há ainda movimentos para combater o alto nível de crimes contra turistas em Paris e para melhorar a qualidade dos serviços de internet para os turistas que planejam passar as férias na França.
Simpatia
"Quanto ao serviço, não é algo que pode ser corrigido por decreto. É um grande problema, que abrange a língua, mas também a simpatia."Entretanto, uma grande parte do esforço será melhorar a qualidade do serviço –inclusive em restaurantes. "É muito sintomático. As pessoas têm uma visão da cozinha francesa. Elas esperam que a sua experiência gastronômica seja boa, mas, às vezes não é ", disse Pellerin.
Segundo Pellerin, é preciso trabalhar nessa questão por meio da formação e da construção da autoestima das pessoas que trabalham com os turistas.
Tudo ótimo
Mas nem todos os turistas se queixam. Na mesma torre Eiffel, Liaw Chuewei, de Cingapura, diz que ela e seu grupo de seis irmãos e amigos, visitando a França depois de uma viagem a Amsterdã e Bruxelas, gostaram mais de Paris. "Nós ouvimos dizer que as pessoas podem ser hostis aqui, mas, em geral, elas têm sido bastante gentis."
Takeshi Yoshikawa, de Tóquio, na capital francesa com um amigo, concorda: "Nós estamos nos divertindo. Nos restaurantes, o serviço foi bom. O nosso hotel é bom, também". Nenhum sinal da "síndrome de Paris".
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