"Rive Gauche" passa o dia-a-dia de Paris e da França, com estilo leve, distraindo e levando o leitor à um passeio pela Cidade Luz e seus arredores. Nasceu como uma coluna dominical publicada no Jornal do Brasil e depois migrou para dois sites com atualizações semanais, o www.investimentosenoticias.com.br e o www.annaramalho.com.br e, além disso, conta com atualizações neste blog e no Facebook.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
50 anos da morte de Piaf são lembrados em Paris
Para relembrar os 50 anos da morte de Edith Piaf, em 10 de outubro de 1963 e que serão completados amanhã (10), Paris homenageará a intérprete fundamental da música francesa com um festival que durará até a noite do próximo domingo (13).
Com apresentações musicais nas ruas dos bairros onde viveu Piaf - que começou cantando na rua e em cabarés e que acabou se tornando uma artista consagrada, chegando até a cantar no alto da Tour Eiffel.
Apesar sua figura pequena - Piaf não chegava a ter um metro e meio de altura - e seus vestidos sempre pretos, a força em cima do palco a tornou em um ícone da música francesa, cujo sucesso musical foi acompanhado de uma mitificação de sua figura: no número 72 da Rue de Belleville, no 20ème arrondissement de Paris, há uma placa que lembra o nascimento da artista: "nos degraus desta casa" - quando, na realidade, ela nasceu em um hospital próximo a sua casa, segundo seu registro de nascimento.
No entanto, é fato que a artista francesa teve uma infância dura: foi abandonada pela mãe e viveu com o pai, que acompanhava enquanto ele se exibia como contorcionista na rua e, durante a infância, Piaf também conviveu com a avó materna, que trabalhava em um circo, e com a avó paterna, que gerenciava um prostíbulo na Normandia.
Aos 15 anos, a jovem começou a cantar na rua, onde foi descoberta pelo dono do cabaré Gerny's, Louis Leplée, que batizou a Edith Giovanna Gassion como a "môme" (moça) "Piaf'" - que ao pé da letra significa pardal - e lhe deu a oportunidade de atuar em seu estabelecimento.
A carreira musical do ícone da música francesa seguiu nos cabarés e salões parisienses, onde recebeu grande reconhecimento e chegou a atuar em salas emblemáticas como Pleyel e Olympia mas, no entanto, por trás de seu sucesso musical se escondiam as dificuldades, como a morte de sua única filha, Marcelle, que teve aos 18 anos, vítima de uma meningite aos dois anos.
Piaf cantava sua vida essas experiências fizeram com que ela optasse por por canções sobre o amor, algumas inesquecíveis como "La vie en rose".
O sucesso profissional foi acompanhado por uma vida tumultuada e intensa, com mudanças constantes, dois maridos e vários amantes, embora seu grande amor tenha sido o boxeador francês Marcel Cerda, por quem se apaixonou em Nova York e que poucos anos depois morreria em um acidente de avião.
Sua morte marcou a cantora francesa, que se deixou levar pela fatalidade abusando do álcool e da morfina mas, apesar da decadência física, a artista francesa teve forças para dar diversos concertos na sala Olympia, na qual havia se apresentado no início da carreira.
Em entrevista divulgada algum tempo antes de morrer, Piaf revelou um desejo - "não gostaria morrer velha" - que se tornou um presságio, já que pouco depois morreria aos 47 anos, acompanhada de seu segundo marido, Theo Sarapo, no sul da França.
A morte não encerrou o mito, já que os discos de Piaf à venda e em seu túmulo, situado no cemitério parisiense de Père Lachaise, há flores todos os dias que lembram a interprete de "Je ne regrette rien".
A influência de Edith Piaf na música francesa não se explica só com sua discografia porque a diva impulsionou também as carreiras artísticas de outros intérpretes, como Charles Aznavour e Georges Moustaki.
A vida de Piaf foi transformada no filme "Piaf - Um Hino ao Amor", ganhador de cinco prêmios César e do Oscar de melhor atriz para Marion Cotillard.
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