terça-feira, 30 de abril de 2013

Olympia de Paris não perde a majestade



O Olympia é a mais antiga sala de espectáculos musicais de Paris, construída pelo arquiteto Léon Carle, foi inaugurada em 12 de abril de 1893 e, desde então, mantém sua capacidade para 2000 lugares.

Além de muitos musicais também passaram pelo Olympia espectáculos de circo, balet e operetas mas, entre 1929 e 1954, foi transformado em cinema, antes de voltar a operar como sala de concertos.

A partir de 1954, sob a direção de Bruno Coquatrix, os gigantes da música, de Hendrix a Dylan ou dos Beatles aos Rolling Stones e de Piaf a Brel, sucederam-se em seu palco mas, após a morte de Coquatrix, entrou em novo declínio e correu mesmo o risco de ser demolido e transformado em parque de estacionamento, mas em 1993 o Ministro da Cultura francês Jack Lang emitiu uma ordem de preservação do edifício que originou dois anos de trabalho de reconstrução da fachada e do seu famoso interior vermelho.

Com mais de 30 milhões de espectadores nos últimos 50 anos, o Olympia transformou-se em um "music hall" lendário e que continua a ser um lugar clássico para grandes espectáculos.

28 Boulevard des Capucines
9ème arrondissement

Telefone: 08 92 68 33 68
www.olympiahall.com

segunda-feira, 29 de abril de 2013

La Tour D’Argent em ascensão

O La Tour D’Argent está novamente em ascensão e fico muito feliz com isso porque, além de vizinho, sou seu cliente há mais de 35 anos e fã de carteirinha de seus magníficos salões que proporcionam uma excelente vista do Sena e da Catedral de Notre Dame.

Fundado em 1582, é tido como um dos mais antigos restaurantes do mundo e era frequentado pelo rei Henri III - dizem que foi lá que ele aprendeu a usar o garfo - e também por Richelieu - que haveria tomado café pela primeira vez no local.

Sua adega é uma das mais completas e famosas do mundo, com cerca de 500.000 garrafas avaliadas em milhões de Euros e vigiada 24 horas por dia, 7 dias por semana e que, durante a ocupação alemã na Segunda Guerra, foi alvo da cobiça de Hermann Göring, mas seus proprietários conseguiram esconder a maior parte de seu tesouro atrás de paredes falsas.

Suas pièces de résistance são as receitas à base de patos - o restaurante mantém sua própria granja onde cria suas aves - e seu prato mais famoso é o Caneton Tour d'Argent, criado em 1890 por Méchenet e que a cada vez que é servido, recebe um "cartão" com um número sequencial - este ano deve bater a casa de 1.122.000 pratos servidos.

Em 1996 o Guide Michelin o deixou de classificar como um três “estrelas", rebaixando sua cotação para duas e, 10 anos depois, para apenas uma em 2006, ano no qual Claude Terrail - que havia herdado o restaurante de seu pai - faleceu.

Hoje quem o administra é sua viúva e seu filho André Terrail - possui o mesmo nome de seu avô, pai de Claude - e que vêm lentamente recuperando seu brilho, atraindo talentos para suas cozinhas e salões e, principalmente para a clientela que, entre outros, tinha Elizabeth II, Winston Churchill, John Kennedy, Mikhail Gorbachev, além de mim, é claro.

Há quem diga que o Tour D'Argent serviu como inspiração a cenas do desenho animado Ratatouille e que, com isso, recebeu um inesperado impulso publicitário (outros dizem que foi o Taillevent a inspiração do desenho).







 
 
 

domingo, 28 de abril de 2013

Palais de Tokyo traz retrospectiva de Keith Haring

O Palais de Tokyo (Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris) apresenta até 18 de agosto um retrospectiva de Keith Haring (1958-1990), um artista americano mais reconhecidos de seu tempo e que, até hoje, com seu estilo inimitável, seu traço forte e repertório de signos, continua a ser familiar à todos.

Desde a "Documenta 7", em 1982, seu trabalho foi exibido junto com a de Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat, Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg, Jenny Holzer e Daniel Buren, bem como em museus e bienais ao redor de todo o mundo.

Com quase 250 obras, incluindo vinte obras monumentais, essa exposição - maiores apresentações das obras de Haring - vai testemunhar a grande importância do trabalho de Haring, em particular o seu profundo conteúdo político, que é evidente em seu trabalho e ao longo de sua carreira.

11, Avenue du Président Wilson
16ème arrondissement
Telefone: 01 53 67 40 00
www.mam.paris.fr










sábado, 27 de abril de 2013

Os impressionistas eslovenos no Petit Palais

Até o dia 13 de julho, o Petit Palais traz uma homenagem aos impressionistas eslovenos do período compreendido entre 1890 a 1920 - muito embora naquela época o país ainda fosse uma província do Império Austro-Húngaro, foi justamente nessa época que a afirmação de um forte senso de identidade nacional surgiu e que esta exposição apresenta, através das obras de quatro artistas.

Avenue Winston Churchill
8ème arrondissement
Telefone: 01 53 43 40 00
www.petitpalais.paris.fr

Ivana Kobilca (1861-1926) Enfants dans l’herbe
Matija Jama (1872-1947) Arbres à Laxenburg
Matej Sternen (1870-1949) Le Parasol rouge, 1903

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Louvre de Abu Dhabi apresenta parte da coleção



Dois anos antes de ser aberto ao público, o Musée du Louvre de Abu Dhabi - cujo projeto é do arquiteto Jean Nouvel - realiza sua primeira grande mostra com cerca de 130 peças da sua coleção permamente - maior parte delas nunca foi exposta - no centro de exposições Manarat Al Saadiyat.

Antecipando detalhes do projeto de Nouvel a exposição "Birth of a Museum" fica em cartaz até dia 20 de julho e apresenta a identidade do futuro museu, que busca criar uma coleção universalista, com materiais de diversas civilizações, da Antiguidade à atualidade e trazendo desde peças de tribos africanas em madeira até telas do francês Yves Klein, de 1940, primitivista, e do expressionista americano Cy Twombly.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Le Grey, um hotel em 50 tons de cinza



Como está na moda e todos só falam sobre o cinza após o sucesso da série de romances eróticos, o Le Grey, um hôtel de design super branche, resolver adotar esta cor chic e nobre em cada um dos seus trinta e três quartos e não foi só, apara acompanhar o cinza o Le Grey convidou tons de pérola e de aço.

Brincar com essas elegantes variações em torno das "nuances de cinza" conferiram ao Le Grey, que fica a um quarteirão do Palais Garnier, no l'Opéra, um charme sensacional.

12, Rue de Parme
9ème arrondissenet
Telefone: 01 55 31 93 93
www.legrey-hotel.com

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Paul Smith abre mais uma loja em Paris



Paul Smith, estilista e dandy britânico, continua apaixonado por Paris: acaba de abrir sua sexta loja na Cidade Luz, a dois passos do seu histórico endereço no Boulevard Raspail: desta vez é um espaço dedicado inteiramente às mulheres.

Com decoração contemporânea e uma coleção exclusiva de fotografias de Irving Penn esta nova loja espaço foi criada para ser um "grande gabinete de curiosidades" moderno, onde seu straigh cut, domina os vestidos e camisas com motivos florais.

70, Rue de Grenelle
7ème arrondissement
Telefone: 01 42 22 66 27
www.paulsmith.co.uk/eu

terça-feira, 23 de abril de 2013

Há 120 anos o Maxim's de Paris abria suas portas



A agência  Deutsche Welle publicou hoje (23) em seu calendário histórico uma boa matéria sobre o famoso restaurante Maxim's, que reproduzo e recomendo a leitura - segue a peça:

No dia 23 de abril de 1893, o garçom Maxime Gaillard inaugurou seu restaurante em Paris. O local logo se tornaria o ponto de encontro da alta sociedade.

Desde a abertura do Restaurante Maxim's, em Paris, o endereço é ponto obrigatório para a fina sociedade parisiense. E todos que se consideram como tal. Aliás, manter as aparências foi a filosofia de Maxime Gaillard desde o começo, que não era gastrônomo nem investidor. Apenas um garçom com algumas economias.

A ideia de tornar-se autônomo surgiu por acaso. Uma sorveteria havia falido na Rue Royale número 3, perto da Place de la Concorde, o coração de Paris. Ele comprou o local e o batizou com seu nome.

Seus altos preços logo restringiram a clientela à nobreza da época. Uma mulher que quisesse preservar a reputação não entrava no estabelecimento desacompanhada do marido ou do pai. Por outro lado, também era ponto de encontro das "cocottes", à caça de cavalheiro rico. Não raro, os ricaços encerravam a ceia com belezas nuas de sobremesa, cobertas apenas com chantilly.

Um dos clientes famosos foi o príncipe Eduardo, filho da Rainha Vitória da Inglaterra. Enquanto aguardava sua chance de ascender ao trono, frequentava com regularidade o Maxim's. Sua mesa era a de número 16, onde costumava passar o tempo bebendo champanhe do sapato de suas acompanhantes.

A saudação do maître aos clientes permaneceu a mesma ao longo de todos esses anos. Inalterada, também, a luxuosa decoração em estilo Art Nouveau, os sofás de veludo vermelho e as ninfas pintadas no teto. O que mudou foram os frequentadores, hoje em grande parte turistas.

A luxúria há muito tempo não vem mais suprindo a sobrevivência do restaurante, que desde 1981 pertence ao império do costureiro Pierre Cardin. Aliás, ele idealizou a venda da licença do famoso nome em letras douradas. Maxim's virou também nome de um perfume, de champanhe e um tipo de sorvete. O restaurante, que de vez em quando recebe a visita da família real de Mônaco, já foi frequentado por Onassis, Maria Callas e Salvador Dalí.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Por Detrás da Porta Sagrada: Notre Dame vista por outros olhos

A exposição de fotos “Notre Dame: Por Detrás da Porta Sagrada” é fruto de um olhar diferenciado de dois jovens fotógrafos franceses: Erwan Parisy, que descobriu a fotografia aos 12 e Mathieu Guinet, que comprou sua primeira câmera aos 15.

Hoje, com cerca de 35 anos, ambos conseguiram redescobrir a Catedral de Notre-Dame de Paris, um monumento esplendoroso, tão frequentado, estudado, visitado e fotografado de forma inusitada: tendo obtido acesso aos recantos mais secretos da Catedral, eles conseguiram capturar a alma de Notre-Dame, revelando a vibração nela deixada por cada um de seus construtores.

A técnica fotográfica revela a arquitetura única e nos transporta desde o passado, com suas colunas, seus deslumbrantes arcos e vitrais coloridos, até a catedral de hoje em dia e as imagens, que irradiam uma luminosidade fantástica e uma atmosfera quase sobrenatural, são totalmente reais e fiéis.

Esta incrível exposição oferece uma visão totalmente inédita desta jóia da arquitetura medieval, expondo sua aura mística e divina e, segundo seus criadores, após uma bem sucedida mostra na Église de St. Roch, a exposição deverá seguir para o Brasil.














domingo, 21 de abril de 2013

Paris, um museu a céu aberto



Oito obras de arte contemporâneas espalhadas pelas ruas parisienses:

1/ARMAN, L'HEURE DE TOUS (1985)
Cour du Havre, em frente à Gare Saint-Lazare, 8ème arrondissment.

Os passageiros que verificam ansiosamente a hora na fachada da Gare Saint-Lazare ficam perturbados por esta quantidade de relógios em bronze e cujo os ponteiros indicam diferentes horas.

2/DANIEL BUREN, LES DEUX PLATEAUX (1986)
Cour d'honneur do Palais-Royal, 2ème arrondissment.

Estas colunas truncadas que são, na realidade, polígonos de 20 faces, compensaram as más criticas durante a sua instalação e hoje são benquistas pelos visitantes do Palais Royal.

3/GIUSEPPE PENONE, L'ARBRE DES VOYELLES (1999)
Jardin des Tuileries, 1er arrondissment.

Muito parecida com uma árvore desenraizada por uma tempestade e esquecida pelos jardineiros, aos poucos o visitante do Jardin des Tuileries descobre que esta é, de fato, uma escultura em bronze que representa um carvalho de tamanho real e misturado, pouco a pouco, pela vegetação verdadeira.

4/ALEXANDER CALDER, SPIRALE (1958)
Jardins de l'Unesco, 7ème arrondissment.

Esta famosa obra do escultor americano foi incluída nos planos de construção do edifício da Unesco
e depois de transportado para Paris, o mobile de aço de 10m de altura e mais de 2 toneladas foi montado em apenas dois dias.

5/CÉSAR, CENTAURE, HOMMAGE A PABLO PICASSO (1985)
Place Michel Debré, 6ème arrondissment.

Conhecido pelos célebres troféus do cinema, César trabalhou a partir de resíduos de bronze soldados criando esta criatura mítica com corpo de cavalo e busto de homem cuja cabeça é um auto-retrato.


6/CLAUDE LEVEQUE, TCHAÏKOVSKI (2006)
Cité universitaire, 14ème arrondissment.

Em um edifício construído nos idos dos anos de 1930, situado no Aqueduto de la Vanne (que alimenta Paris de água potável), o artista colocou quatro painéis de inox de 4 m de largura que lembram a àgua e que reflete o tramway, os pedestres e o céu.

7/JEAN TINGUELY ET NIKI DE SAINT-PHALLE, LA FONTAINE STRAVINSKY (1983)
Ao lado do Centre Pompidou, 1er arrondissment.

As máquinas pretas de Tinguely coabitam harmoniosamente ao lado dos volumes coloridos das esculturas de Niki de Saint-Phalle para um conjunto de dezesseis esculturas-fontes inspiradas em A Sagrada Primavera de Stravinsky.

8/JEAN-MICHEL OTHONIEL, LE KIOSQUE DES NOCTAMBULES (2000)
Place Colette, 1er arrondissment.

A dois passos das colunas de Buren, pérolas de vidro gigantes de Murano recobrem duas cúpulas desta "abóbada celeste" que acolhe os passageiros da estção de metrô Palais Royal-Musée du Louvre e foi comissionada à pedido da RATP para comemoração dos 100 anos do metrô.

sábado, 20 de abril de 2013

Dilettantes, um imperdível caviste à champagne



Dilettantes é um caviste especializado em champanhe que proporciona aos seus clientes uma atmosfera única enquanto oferece mais de 130 rótulos de mais de 25 produtores - e tudo isso com queijos e frios harmonizados e servidos em uma cave de teto abobado do construída no Século XVII.

Lá também se encontram vários workshops de degustação - sempre organizados por Fanny Heucq, proprietária do loca e filha de renomados produtores de champanhe - na companhia de viticultores e enólogos.

Assita aqui ao vídeo de apresentação: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=5aacLjZvo_Q

22, Rue de Savoie
6ème arrondissement
Telefone: 01 70 69 98 68
www.dilettantes.fr

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Musée de l'Orangerie e os impressionistas italianos



O Musée de l'Orangerie apresenta, até o dia 22 de julho, os impressionistas italianos através da exposição "Les Macchiaioli 1850-1874. Des impressionnistes italiens?" que reúne obras de um grupo de artistas originários da Toscana durante a segunda metade do Século XIX e que trouxe um novo sopro às belas-artes italianas rompendo com o neoclassicismo e o romantismo.

O Musée de l'Orangerie se encontra em um prédio nos Jardins des Tuilleries - que era, originalmente, a estufa do Palais des Tuilleries, destruído por um incêndio em 1871 - do lado oposto ao ocupado pelo Jeu de Paume e é uma galeria de pinturas exclusivamente dedicada aos impressionistas e pós-impressionistas.

Embora seja conhecido por abrigar oito das Nymphéas de Claude Monet, o museu conta ainda com trabalhos de Cézanne, Matisse, Modigliani, Picasso, Renoir, Henri Rousseau, Chaim Soutine, Sisley e Maurice Utrillo, a coleção de Paul Guillaume de pinturas impressionistas desde 1965 e muitas outras obras de diversos artistas.

Musée de l'Orangerie
Jardin des Tuileries
1er arrondissement
Telefone: 01 44 77 80 07
www.musee-orangerie.fr

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Laurent Dubois, um apaixonado por queijos



Laurent Dubois, premiado com o Meilleur Ouvrier de France do ano 2000, não brinca em serviço: nas suas prateleiras alinham-se cerca de duzentos e cinquenta nobres exemplares deste apreciado laticínio.

O mestre confessa prestar um cuidado extremado às suas criações - que aliás, não têm comparação - e conta que trabalha cada um de seus queijos de forma meticulosa, fazendo deste ofício uma arte afim de atingir sempre um resultado de excelência.

O mundo maravilhoso de Laurent Dubois não para de surpreender os gastrônomos e isso acontece porque, segundo ele, cada queijo tem a sua história e as suas exigências de maturação.

Laurent Dubois Fromageries
47 ter, Boulevard Saint Germain
5ème arrondissement
Telefone: 01 43 54 50 93
www.fromagelaurentdubois.com

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Teste sua visão no Grand Palais e não se decepcione



Até o dia 22 de julho o Grand Palais recebe visitantes para fazerem exame de vista, ou melhor, para apreciar e participaram como peças vivas de uma exposição de mais de 4.000 m2 que apresenta instalações nas quais os visitantes se tornam parte ativa, como nas obras de Ann Veronica Janssens ou de Jeppe Hein - afinal, de Calder a Anish Kapoor, muitos artistas experimentaram, desde o início do Século XIX, as noções de visão e de espaço nas suas criações.

Grand Palais
21, Avenue Franklin-Roosevelt
8ème arrondissement
Telefone: 01 43 59 76 78
www.grandpalais.fr

terça-feira, 16 de abril de 2013

Philippe Starck surpreende Paris com Miss Kô



O sempre surpreendente e inovador Philippe Starck propõe uma Ásia fantasmagórica em seu novo restaurante-bar, o Miss Kô.

Através de uma excêntrica decoração e design que lembra a ambientação do clássico Blade Runner, as mulheres são tatuadas como membros da Yakuza e as mesas têm projetores que apresentam sem parar imagens asiáticas e dragões e, comandando a cozinha, está o Chef Fabrice Monot - um mestre da fusion-cuisine.

49, Avenue George-V
8ème arrondissement
Telefone: 01 53 67 84 60
www.miss-ko.com







segunda-feira, 15 de abril de 2013

E minha prima Vera chegou em Paris


Neste domingo passado (14) depois de quase um mês de espera, chegou minha prima Vera aqui em Paris e com ela as temperaturas amenas, entre entre 11º e 24º, que estão levando todos às ruas uma vez mais.

Imaginem que desde o dia 22 de outubro do ano passado não fazia uma jornada inteira de sol e uma temperatura tão elevada (risos) lembrando, como já disse muitas vezes, que o parisiense tem uma certa proximidade com o carioca, como a paixão pelo sol e pela vida ao ar livre.

Mesmo que tardia, a chegada da prima Vera trouxe uma mudança de hábitos e já se pode notar muito mais gente passeando, muito menos casacos e também uma transformação diária nas copas das árvores, nos canteiros de flores e nos gramados que aos poucos vão florescendo.

Vai também florescendo a alegria dos que aqui moram – natos, de adoção ou Nonatos – e que faz com que as pessoas queiram ir aos parques, aos jardins, ficar do lado de fora dos cafés e restaurantes ou simplesmente passear e curtir a cidade sem aquele frio do inverno.

Definitivamente um colorido diferente e especial está finalmente tomando conta da cidade, uma mistura de cores, sensações e humores mais leves, mais hospitaleiros como se um interruptor de energia tivesse sido ligado.

É de novo o tempo de ver homens e mulheres, garotos e garotas, senhores e senhoras andando de bicicleta, correndo, fazendo jogging ou se exercitando ao ar livre sem se preocuparem em se agasalhar demais, só na medida certa para deixar uma certa tez rosada aparecendo, vez ou outra, nas pernas e nas bochechas.

Como em todas as primaveras, os cachorros perceberam a mudança e estão mais felizes do que nunca: saem três vezes por dia, caminham sempre uma grande distância e aproveitam a claridade, já que faz sol das oito da manhã às oito da noite.

E, de minha parte, sigo colaborando com o “climão” vigente: levo os cães para passear de bermudas e camiseta e ainda aproveito para tomar sorvete de casquinha – mas com uma bola apenas, por conta da dieta.



domingo, 14 de abril de 2013

Hôtel Georgette, esbanjando charme ao lado do Beaubourg



O Georgette é um pequeno mas estiloso hotel boutique vizinho ao Centre Pompidou que explora a fundo o sua "veia antenada", com decoração ora land art, ora pop art ou mesmo street art. Chega até a convidar artistas da cena parisiense para fazer sala aos seus hóspedes.

Conta com apenas dezesseis quartos e três suítes que interpretam as correntes artísticas modernas, graças ao talento de arquitetos como Anne Peyroux e Emmanuèle Thisy, possuem o pequeno detalhe dadaísta que marca a diferença: espelhos convexos decorativos, paredes de trompe l'œil ou chuva de estelas em alguns banheiros.

Para uma estada surrealista, a dois passos da exposição de Dali.

Hôtel Georgette
36, Rue du Grenier-Saint-Lazare
3èmearrondissement
Telefone: 01 44 61 10 10
www.hotelgeorgette.com

sábado, 13 de abril de 2013

Os Alpes Franceses durante todo o ano

A repórter Fernanda Dutra, de O Globo, publicou no dia 4/04/13 - 10h00 (depois atualizou no dia 12/04/13 - 21h16) no Caderno Boa Viagem / Globo Online, uma excelente matéria sobre os Alpes Franceses e as cidades de Megève e Val d'Isère, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:


Alpes no inverno e no ano todoUm roteiro por duas cidades alpinas: a tranquila e refinada Megève e a jovem e esportista Val d’Isère

A três horas de Paris, Megève é lar do único chef francês “promovido” de duas para três estrelas no “Guia Michelin”, Emmanuel Renaut

Do aeroporto da cidade, sai o sobrevoo pelos Alpes em direção ao mítico Mont Blanc

Sobrevoo pelos Alpes franceses, a partir do aeroporto de Megève, é um dos pontos altos do
roteiro pela pequena cidade a três horas de Paris, na França. Foto: Fernanda Dutra / O Globo
MEGÈVE - Nas ruas de Megève, o final da manhã é marcado não só pelo badalar dos sinos como pelo desaparecimento dos pedestres. As lojas fecham, as carruagens param. Na pequena cidade de Savoie, região no sudeste da França, moram 3.800 pessoas que recebem 90 mil turistas a cada inverno. Sem deixar os hábitos de lado. Acolhem a todos os aconchegantes e consagrados restaurantes do centro medieval e arredores com vinhos, trutas, carnes e queijos alpinos, muitos queijos.

De todos os cantos, as vistas são cênicas. Mas, de alguns, insuperáveis. Estamos, afinal, na base do pico mais alto dos Alpes, o mítico Mont Blanc — a 4.807 metros do nível do mar. Se no inverno vêm os esquiadores, no verão, os alpinistas. E, durante o ano todo, Megève, a uma hora de trem de Genebra e três horas de Paris, é um destino de escapada da cidade para a montanha, repleta de spas.

Em outra face dos Alpes franceses, a vida pulsa somente no inverno. Mas como pulsa. Val d’Isère é uma das estações preferidas dos esquiadores, lar de medalhistas olímpicos, e também das mais badaladas da Europa, com uma temporada que vai até maio. Mas quem só ensaia umas descidas pode se jogar no après-ski, que começa cedo. Às 14h, muitos esquis já estão fincados na neve, enquanto seus donos tiram as botas para dançar e bebericar champanhe, na melhor joie de vivre alpina.

Megève. Grifes locais eclipsam as de Paris

As montanhas ao redor de Megève são menos dramáticas do que bucólicas. Mas foram elas a inspiração de Jacques Reveaux para compor a melodia de “My way”, imortalizada no vozeirão de Frank Sinatra. A origem francesa do clássico talvez se perdesse não fosse a homenagem do escultor Pierre Margara ao amigo. Inaugurada em janeiro passado, a obra ganhou um lugar na entrada da cidade. É a mais recente do artista local. Trabalhando com bronze e pedra, Margara produz delicadas peças, de pessoas e animais franzinos, ainda mais frágeis diante dos Alpes. É um dos detalhes que atraem os olhos num passeio pelo centro medieval da cidade — também um indicativo de endereços tradicionais: prefeitura, hotéis e lojas, todos têm um Margara para chamar de seu.

Não que sejam necessárias muitas referências geográficas. Ao se lançar pelas estreitas ruelas medievais, basta se orientar pela torre da igreja de São João Batista. Em frente a ela, fica o ponto de carruagens — o único transporte permitido no centro histórico. Decoradas com adesivos de personagens de desenhos animados modernos, são, na realidade, uma das heranças da cidade.

Num chalé de cinco andares ao lado da igreja, uma butique da Hermès se intimida diante de uma enorme Aallard. A primeira você já conhece; a segunda, produto do terroir, precisa conhecer.

Megève era um vilarejo rural estabelecido há séculos quando a baronesa Noémie de Rothschild a elegeu para se tornar uma estação de esqui no início do século XX. Mimi, para os íntimos, queria criar uma St. Moritz francesa. Logo, a cidade se tornou um ponto de encontro dos amigos da nobre ao mesmo tempo em que o esqui se popularizou como esporte.

Voltamos então a Aallard: dono de um ateliê na cidade, o jovem Armand recebia pedidos de roupas de esqui e passou a estudá-las. Naquela época, as calças eram largas como as do belga Tintin. Aallard criou as fuseau, de tecido mais flexível e caimento mais justo. Teve a sorte de vestir um conterrâneo seu, o campeão Emile Allais, que popularizou-as no mundo. Hoje, a butique veste tanto para o esqui quanto para o après, atraindo até os menos atléticos. Cachecóis, suéteres de lã, luvas de couro, jaquetas impermeáveis e até peles fazem jus à herança perfeccionista do fundador.

Aos que não abrem mão das marcas nacionais consagradas, a dica é a Blu & Berry, com coleções de Céline, Isabel Marant, entre outras. La Maison Galliano adicionou um sotaque inglês ao centro da cidade em dezembro do ano passado.

Bem mais escondidos são os endereços gastronômicos da vila. A versão econômica de Emmanuel Renaut, o único chef francês promovido às três estrelas no “Guia Michelin 2013”, está nos fundos de sua loja de vinhos, La Cave Flocons de Sel. Detentor do BIB Gourmand, a chancela do Michelin para as casas de preços razoáveis, o bistrô Flocons Village oferece menu de três etapas por € 31. Cada um monta o seu. A dica é se preocupar com a sobremesa logo na chegada, quando deve-se pedir a torta de maçã de massa folhada finíssima, preparada na hora, servida com uma bola de sorvete.

De entrada, um suculento fricassé de escargot temperado com alho e suco de salsa ou uma sopa de cogumelos selvagens. Como prato principal, recomendamos as vieiras ou a carne bovina, ambas de origem francesa, em versões tradicionais como o tartare com batatas fritas e o cremoso risoto de limão e ervas com vieiras seladas. Caso queira levar para casa alguma das receitas, marque uma aula com Renaut por € 60 ou leve um de seus livros, à venda na lojinha.

Sob nova direção, o Le Puck, em frente à pista de patinação de gelo, vê suas mesas ao ar livre cheias nos dias ensolarados de inverno. Prove lá pratos típicos como o tartiflette ou pêla (€ 25), feito com queijo reblochon, batatas, bacon e cebolas. Para a sobremesa, procure a casa de chás Le Comptoir du Père Sotieu, com deliciosas tartelettes de mirtilo (os daqui são menores e mais doces do que os americanos), macarons, chocolates quentes e cafés num colorido ambiente de três andares.

Vale parar em outros dois endereços gastronômicos. Um deles é a octagenária Laiterie Gaiddon, repleta de tentações salgadas e doces, produzidas na região. Para visitar o outro, pegue uma das carruagens na praça e suba as ruas de um bairro residencial até o La Ferme de Joseph.

O chalé moderno abriga não somente uma loja e uma área para degustações como as vacas leiteiras, que ficam nos fundos do local, que produz queijos e iogurtes vendidos ali. Além dos vinhos, chamam atenção os potées (canela de porco, bacon, linguiça, couve, cenoura, nabo, batatas e castanhas) e as salsichas de Savoie.

Montanha. Voo nos Alpes e spas

A ansiedade pré-decolagem acometeu as quatro passageiras, como previsto. Algumas se preocupavam com o clima e as possíveis turbulências; outras, com a estrutura do avião e os momentos para fotografar e filmar. Mas quando encontramos o San Jodel D140 Mosqueteiro — modelo da década de 1950, com janelas laterais amplas e teto solar — e o piloto Roman as dúvidas se dissiparam. Nem deu para perceber o momento exato em que o pequeno monomotor de fabricação francesa, usando esquis para deslizar na neve, descolou do solo em direção ao Mont Blanc.

A vista é algo sem igual. Entre canções assoviadas, Roman nos aponta o primeiro pico: Auguille du Midi, a 3.842 metros de altura — um teleférico que sai da vizinha de Megève, Chamonix, sobe até lá o ano todo. Contornamos a primeira agulha para dar de cara com o Mont Blanc, que, dessa perspectiva, lembra mais uma bola de sorvete de flocos do que um desafio para aventureiros.

Olhar para baixo é mais emocionante: os vales de glaciares exibem um azul cristalino e sulcos profundos. Mais sortudos conseguem enxergar os cervos soltos. É mais fácil notar as modestas estruturas usadas para o pernoite na subida até o pico mais alto. Estão vazias, pois a atividade só ocorre no verão. Os 30 minutos (€ 99 por pessoa) passam, com o perdão do trocadilho, voando e logo descemos tão suavemente como decolamos. Sob bom tempo, os passeios podem ser feitos o ano inteiro.

Os primeiros voos pela cidade, assim como as primeiras descidas de esqui, se devem à baronesa de Rothschild, Mimi. Quando a nobre conheceu a cidade, notou a cunhada Nadine no livro “Megève, um roman d’amour”, elogiou “a altitude média, o clima ameno e as pistas. Em Megève, nada é bruto ou abrupto, tudo evoca um charme feminino”.

Hoje a cidade tem cem quilômetros de pistas e 27 teleféricos, alguns de fácil acesso a partir do centro histórico. Para fincar as raízes de vez na cidade, em 1924, Mimi comprou uma antiga pousada numa colina e a transformou no Hôtel du Mont d’Arbois, administrado pela família até os dias atuais. São três chalés, com 41 quartos de decoração romântica. O hotel é membro da associação Relais & Chateaux — assim como o Flocons de Sel, nas montanhas, de Renaut.

Outra mulher a quem Megève deve sua fama é Jocelyne Sibuet. Partiu dela a decisão de instalar um spa no hotel recém-criado com madeira de chalés antigos, o Les Fermes de Marie, de 1989. Essa foi a origem da marca de cosméticos Pure Altitude, cuja base é a flor alpina edelweiss, atualmente usada em oito spas próprios (metade deles fica nos hotéis do grupo na cidade) e à venda nas farmácias. O maior deles ainda é o original, com 17 salas de tratamento, piscina aquecida e jacuzzi interna e externa. Peça as salas do subsolo, pois as do térreo são barulhentas, para provar tratamentos antienvelhecimento — os produtos de Sibuet são reconhecidos por isso.

Além dos Pure Altitude, há outros seis spas na cidade, e diversas empresas, e profissionais que atendem nos hotéis. Mesmo visitando Megève no inverno, é capaz de se esquecer que está tão perto de estações de esqui.

Serviço:

PasseiosSobrevoo: A Aérocime levanta voo com no mínimo duas pessoas, de € 34 (10 min) a € 134 (40 min) por pessoa. aerocime.com
Esqui: Até o próximo dia 21 de abril. O passe diário sai por € 41,50. Seis dias, € 195. forfaits-megeve.com

FeiraÀs sextas de manhã.

Onde comer
Flocons Village: 75 Rue Saint-François. Reserve mesmo no almoço. floconsdesel.com
Le Puck: 31 Rue d’Oberstdorf. Esplanade de la Patinoire. lepuck-megeve.fr
Le Comptoir du Père Sotieu: Rue du Général Muffat St Amour. Tel. 33 (4) 5021-6751